«On her singing inspirations
"I listen to Callas because I think she is unbelievable. And to Freni, Scotto – those are my girls. They knew how to sing bel canto in a good way, a tradition which is now almost lost, in my opinion: this beautiful technique but with a full sound, and you can also understand the words. It's so beautiful learning from them. But from Sutherland? You cannot learn from her. Forget it. She's absolutely unique, out of this world, but she is like a computer. Not in a bad way – the sound is so perfect – but you cannot hear words."»
"I listen to Callas because I think she is unbelievable. And to Freni, Scotto – those are my girls. They knew how to sing bel canto in a good way, a tradition which is now almost lost, in my opinion: this beautiful technique but with a full sound, and you can also understand the words. It's so beautiful learning from them. But from Sutherland? You cannot learn from her. Forget it. She's absolutely unique, out of this world, but she is like a computer. Not in a bad way – the sound is so perfect – but you cannot hear words."»
Não sou tão radical, mas é verdade, a dicção da Sutherland deixa a desejar. Nesse aspecto, é um pouco como a Caballé, que eu admiro muito, mas que tão-pouco se consegue compreender, apesar da voz maravilhosa e da técnica nos pianíssimos ser ímpar.
ResponderEliminarEntrando por aí, também o Toscanini morreu sem gostar da Callas por causa da dicção por vezes empapada dela.
ResponderEliminarNão colocaria a Scotto e a Freni na mesma categoria enquanto "belcantistas". A Scotto frequentou muito mais os papeis do belcanto, Lucia, Sonambula, Stranieira,etc, especialmente no inicio da carreira com êxito notável sendo na altura a única que poderia fazer sombra à Caballé. A Freni, também no inicio da carreira, cantou alguns papeis belcantistas, Puritanos, Beatrice di Tenda e pouco mais. As gravações que existem vocalmente são exemplares apesar de alguma dificuldade nas "agilidades" mas é notório que não é este o seu reportório de eleição.
ResponderEliminarCaro João Ildefonso,
ResponderEliminarpor uma questão de tipologia vocal, a principal rival da Caballe, no que ao reportório belcantista concerne, terá sido a Leyla Gencer, não obstante Scotto se tenha "intrometido" amiúde entre as duas, facto atestado pela sua Anna Bolena, Maria di Rohan ou mesmo Straniera. O "filão donizettiano" foi, grosso modo, abordado pelas duas primeiras intérpretes: Roberto Devereux, Anna Bolena, Maria Stuarda, Lucrezia Borgia, Caterina Cornaro, Parisina d'Este, Gemma di Vergy, Belisario.
Parece que a Netrebko canta melhor do que fala e algo me diz pela "facies" que nela há pouca cultura. A Freni nunca foi belcantista e, embora eu tenha um "Ah! Non credea mirarti" lindíssimo de ouvir, a interpretação está muito longe da lição da Callas.
ResponderEliminarA Netrebko pode bater na estafada tecla da má dicção da Sutherland - todos sabemos -, mas não sei se ela se poderia conciliar com a maior agilidade vocal que o mundo de ópera conheceu.
RAUL
Caro Raul,
ResponderEliminarconcordo com o que afirma. Em relação a Mirella Freni, a sua observação constitui mais uma prova inequívoca da superior inteligência vocal da intérprete. Quem se permitiu afrontar papéis como a Elvira de I Puritani, a Violetta de La Traviata ou, num período posterior, a Aida, a Elisabetta do Don Carlo, a Elvira do Ernani e a Leonora da Forza del Destino, só para me deter na Lírica italiana, com um instrumento marcadamente lírico na sua essência, no mínimo, a contento, não deixa grande margem para dúvidas.
Obviamente concordo com o Raul e o Hugo Santos.
ResponderEliminarNão me lembrei da Gencer:-)))
Já aqui referi que não acho que a Netrebko cante especialmente bem os papeis de "belcanto" que ultimamente frequenta. Parece que vai cantar a Ana Bolena. Se for com o Florez, Ganassi ou Garanca e o d'Arcangello vou tentar ver.
A Leyla Gencer foi uma grande belcantista, sem dúvida nenhuma, mas não terá usado a melhor técnica, pois tinha a voz estafada antes dos 40 anos. Exemplo flagrante disso é a Aida da Arena de Verona, com o Bergonzi e a Cossoto, que a esmaga, onde um incomodativo vibrato e uma estridência desagradável imperam. A sua ausência das editoras terá a ver com, penso eu, uma falta de fonogenia, aquilo que mais tem a Caballé. Podem ter partilhado repertório mas ficamos por aí.
ResponderEliminarRaul
Talvez seja por isso que Netrebko nunca foi muito boa em matéria de Bel Canto (exceto nos muitíssimo líricos, e ainda assim nas partes que não exigem coloratura difícil). hehehe... Afinal, referências de Bel Canto para ela são Freni, dedicada sobretudo ao verismo e a Verdi, e Scotto, ótima intérprete do Bel Canto mas em sua própria época ofuscada pelo brilho de Sutherland, Caballé e Gencer, essas sim verdadeiras especialistas. Netrebko está olhando para o lado errado, hein!
ResponderEliminarAdemais, é bom notar que a própria Netrebko tem sido bem criticada por sua dicção notavelmente "embolada", palavra em cima de palavra pronunciada sem clareza. O mesmíssimo problema que afligiu a Sutherland. Além disso, lembremos que Sutherland teve uma dicção invejável nos anos 50 e até 1962 e, nos anos 70, esforçou-se muito até conseguir uma dicção razoável após meados de 1973 (o problema era um tanto de sotaque inglês, mas isso é absolutamente de se esperar de um estrangeiro).
Por fim, sinceramente, Scotto tinha PÉSSIMA dicção, ao menos após os anos 70. Já vi muitos italianos dizendo que acham um absurdo que ela, italiana, não consiga se fazer entender perante seus compatriotas! Me intriga uma coisa: se a Callas jovem de fato também tinha uma dicção um tanto "empapada", e a ela somamos Caballé e Sutherland, também não notabilizadas pela dicção, não seria o caso de perceber que o Bel Canto EXIGE um relaxamento na dicção para aprimorar o legato e as longuíssimas linhas vocais?
Pobre Netrebko, tão boa cantora mas não deve estar com muito tempo para ouvir com atenção esses intérpretes, para estar dizendo coisas tão confusas.