(Salomé, por Gustave Moreau, 1874-1876)
Muito tem este blogger reflectido sobre as liberdades interpretativas do encenador!
Baseando-me na perspectiva freudiana sobre a discrepância entre conteúdo manifesto (consciente) e latente (pré-consciente e inconsciente), considero que algumas das soluções propostas pela encenação se apoiam em aspectos que, apesar de se encontrarem omissos das tramas, vão de encontro a questões pertinentíssimas, camufladas pela repressão.
Contra (alguns) colegas de discussão, reitero: Tosca também deseja Scarpia e Iago sente uma fortíssima atracção por Otello. De outros casos, por ora, não falarei...
Vem esta prosa na sequência da recente mise-en-scène (Negrin) de Salomé, a que o Palau pode assistir:
«No sé qué hubiera pensado pensado Richard Strauss ni, mucho menos, Oscar Wilde, en cuya obra homónima está basada la ópera, viendo a Salomé violada por Herodes desde la infancia. En el libreto no hay nada de eso, sino un despertar sexual de la princesa, que se desliza, vertiginosamente, desde la virginidad hasta la necrofilia. En principio, el director escénico no debería insertar historias adicionales que cambien el eje principal del drama. Pero Francisco Negrín sugirió sin ambages, con proyecciones y acción escénica, el abuso reiterado sobre la menor como origen de la complicada evolución sexual de Salomé: problema solventado.»
Muito tem este blogger reflectido sobre as liberdades interpretativas do encenador!
Baseando-me na perspectiva freudiana sobre a discrepância entre conteúdo manifesto (consciente) e latente (pré-consciente e inconsciente), considero que algumas das soluções propostas pela encenação se apoiam em aspectos que, apesar de se encontrarem omissos das tramas, vão de encontro a questões pertinentíssimas, camufladas pela repressão.
Contra (alguns) colegas de discussão, reitero: Tosca também deseja Scarpia e Iago sente uma fortíssima atracção por Otello. De outros casos, por ora, não falarei...
Vem esta prosa na sequência da recente mise-en-scène (Negrin) de Salomé, a que o Palau pode assistir:
«No sé qué hubiera pensado pensado Richard Strauss ni, mucho menos, Oscar Wilde, en cuya obra homónima está basada la ópera, viendo a Salomé violada por Herodes desde la infancia. En el libreto no hay nada de eso, sino un despertar sexual de la princesa, que se desliza, vertiginosamente, desde la virginidad hasta la necrofilia. En principio, el director escénico no debería insertar historias adicionales que cambien el eje principal del drama. Pero Francisco Negrín sugirió sin ambages, con proyecciones y acción escénica, el abuso reiterado sobre la menor como origen de la complicada evolución sexual de Salomé: problema solventado.»
No passado Novembro assisti à Salomé levada à cena na Ópera Holandesa, com encenação de Bettina Bartz, e de imediato pensei que tal seria demasiado ousado para o público português, não tanto porque Salomé tivesse passado a maior parte da ópera em cuecas e sutiã, mas porque a lascívia foi levada a pontos (cénicos) quase extremos.
ResponderEliminarPessoalmente, gostei da ideia de João Baptista aparecer não só em carne e osso, claro, mas também representado num sudário, à imagem de Jesus Cristo, com todas as interpretações que daí se possam tirar. Porém, a ideia de colocar as restantes personagens como vampiros que desatavam a morder pescoços não me agradou de todo e achei que excedia os limites da interpretação.
"Iago sente uma fortíssima atracção por Otello. "
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V
Isso carece de explicação e de justificação. Fiquei perdido.
Placido,
ResponderEliminarLeu o post onde falo da atracção de Iago por Otello? Está lá a explicação :)