Já entramos na era Jonas Kaufmann. Tem tudo para ser o número um. Boa voz e muito bonita. A melhor fotogenia depois de Franco Corelli.É tenor. Irradia simpatia e não tem tontices como outros (as birras do Alagna e as caretas do Villazon). Enfim, o tenor alemão está em vias de ter o mundo da ópera a seus pés. Será o melhor heldentenor? Vamos ver. O timbre está lá, agora precisa de amadurecer um bocado mais. Ben Hepner o melhor helden dos últimos 15 anos. Pensando bem, talvez. As últimas décadas não têm sido muito ricas nesta voz. Antes dele o Siegfried Jerusalem era o melhor. Os melhores heldentenores de que há registo gravado são Lauritz Melchior e Wolfgang Windgassen. São inigualáveis em Wagner. Os paradigmas. Raul
Com toda a razão, Dissoluto. Habemus heldentenor! Sucessor de Vickers! Mas... atenção!: AGUENTAR-SE-Á NO TOPO DEPOIS DE TODA ESTA MEDIA-HYPE? Veja-se Villazón!... Ou recupera ou desaparece tristemente! :-( Piotr Beczala, Joseph Kaiser,Giuseppe Filianoti e Marcello Giordani (este quando pode e lhe pedem Covent Gardens e Mets)têm substituído Villazón e têm também recebido muito boas Reviews=resenhas críticas. Um GRANDE AVISO! Sr. Villazón... e Sr. Kaufmann... pois não, e já agora!... :-/ Meu Deus... pareco um arauto da desgraça! Um velho do Restelo!... :-/ NÃO, NÃO SOU! ATÉ QUERO QUE A ÓPERA VIVA PARA TODA A ETERNIDADE!... MAS COM VOZES SÃS E DIGNAS DESSE GÉNERO QUE TODOS OS DIAS É AQUI VENERADO: A ÓPERA! Do seu costumeiro e vosso, LG
P.S. Esperemos que Abbado também esteja à altura do desafio, neste novo CD Kaufmann. ;-))
João I., Conheço mal Sandor Konya. Sei que tem um Lohengrin, mas nunca o ouvi. De momento lembro-me apenas de um Requiem de Verdi e está muito bem. Conheces esses Lohengrin? Raul
Já ouvi na casa dum amigo e impressionou-me muito. Pareceu-me excelente mas eu não sou nada Wagneriano, não tenho paciência... ou não gosto, ou então não me apeteceu ainda, por isso a minha opinião é muito suspeita. Cantam muito mal a maior parte dos cantores ditos wagnerianos, ou vendidos como tal, ou então têm timbres banalissimos. Em disco é diferente obviamente, não nos temos que sujeitar às contigencias das vozes disponiveis na nossa geração.
João Ildefonso, Eu nem queria acreditar no que via quando li "Cantam muito mal a maior parte dos cantores ditos wagnerianos, ou vendidos como tal, ou então têm timbres banalissimos." Como te conheço e sou teu amigo, eu, de um modo conciente de muita parcialidade, fecho os olhos a este "nonsence". Uma coisa é não gostar de Wagner e isso és tu que ficas a perder, outra coisa é isto que escreveste que eu nem tenho tempo de comentar, pois seriam páginas. Olha, experimenta ouvir o Lauritz Melchior, por exemplo, no Lohengrin ou no célebre primeiro acto da Valquíria com a divina Lotte Lehmann. Timbre tão bonito há alguns, mas poucos. Mais bonito não há. Raul
eu comecei este ano a ouvir wagner...relutantemente, confesso. ainda só vi uma Lohengrin e um Tanhauser e metade de um parsifal. E se vou receoso...a verdade é que no fim sinto-me completamente extasiado com toda a dimensão da ópera. O dueto do inicio do segundo acto da Lohengrin jáestá entre os meus duetos favoritos.
Caro Blogger, Wagner entrou-me muito depois da ópera italiana. Mas eu perguntava-me a mim mesmo que devia estar qualquer coisa mal em mim para que, sendo eu um "adorador" de ópera, não apreciar Wagner. Veio a Portugal a Valquíria e decidi ir vê-la. Confesso que por vezes me senti cansado, mas nos fins dos actos eu estava cheio de música, não querendo que parasse. Uns anos depois, poucos, um amigo emprestou-me o LP da Valquíria do Solti e depois O Ouro do Reno, também do Solti. Tive então ocasião de ouvir e repetir muitas vezes e a pouco e pouco aquela música "arrumou-me". Se me permite a tirada gasta mas fulminante: ouvir Wagner é uma experiência sensorial muito profunda. Há melhor objectivo em Arte ? Raul
do que conheço, concordo em absoluto consigo, Raul. E realmente essas dúvidas tambem me assaltaram e repare que eu, a seguir à opera italiana, apaixonei-me pela Rusalka de Dvorak, Pique Dame e Eugene Onegin de tchaikovsky e depois From the house of the Dead do Janacek. Parece que tive de andar às voltas da Alemanha para finalmente entrar por ela destemidamente!
Querido Raúl, bom amigo, não tenho tido acesso à net porque tenho trabalhado que nem um mujique! Conforme declarei logo no inicio do post não sou nada wagneriano. Obviamente é um compositor excelente, talvez o melhor de todos, mas a mim não me diz grande coisa. Percebo que a Susana esteja feliz com um chapéu novo, que a Tosca tenha ciúmes da Atavantti, o dilema da Sexto, etc mas os personagens do Wagner não os percebo. Não me identifico com a Isolda, o Tristão, o Sigmund... Para mim não faz sentido porque são objectos estranhos no meu mundo obviamente subjectivo e pessoal. Já a Susana e o Figaro percebo-os até à medúla. Acho que o estatuto do Wagner me aborrece e impede de apreciar a sua música de forma honesta e imparcial. Detesto "vacas sagradas" e agride-me muito que ao Wagner não se possam fazer nenhum tipo de censuras ou criticas sem sermos automaticamente classificados de filisteus quando é notorio que o dom da consição se encontra em defeito nas suas obras. Pareçe-me todo muito auto-glorificador/celebratorio. Ora isso aborrece-me muito. As obras do Mozart e Verdi são amputadas mas ninguém se queixa já com o Wagner! É injusto não é? Já o D. Giovanni adquiriu o mesmo estatuto o que eu acho muito discutivel porque as Bodas são muito mais "modernas" e revolucionárias em certo aspecto. Pode-se dizer até que contribuiram para a Revolução Francesa. Quanto aos cantores que o Raúl refere são as excepcões e a sua avaliação é justa e tenho em casa as gravações que refere. Tem toda a razão porque conforme uma amiga me lembrou também o mesmo se pode dizer sobre os cantores Verdianos da actualidade. Isto é só o que eu penso mas eu sou um leigo com uma educação deficiente e normalmente digo muitos disparates.
Ildefonsíssimo, São posturas diferentes perante a ópera e até perante a música em geral. Eu não procuro identificar-me com quem quer que seja no mundo da ópera. Aliás o que eu sobrevalorizo mais na ópera é a música, na sua fusão vocal e instrumental. Quase que ouço uma ópera como uma missa ou cantata ou mesmo como uma sinfonia. E Wagner mais de que os seus contemporâneos, pois ao levar-nos para um tempo mítico, impede-me de me preocupar com os assuntos domésticos duma Susana, por exemplo. Uma das grandezas do Don Giovanni, para além da sua perfeição total, é a grande cena final, de uma teatralidade absoluta. Para as identificações das personagens tenho o Cinema. Na ópera não, porque é tudo de base muito artificial (derivado de arte), com as pessoas a cantarem em vez de falarem. Raul
Ildefonsíssimo, É talvez como eu em relação ao Saramago. Embora não aprecie nada o tipo de ironia das entrelinhas do senhor, a sua antipatiquíssima personalidade afecta-me tanto que acho a sua escrita insuportável. O Ensaio sobre a Cegueira causou-me uma náusea à quinta ou sexta página que o pus logo de lado por causa do meu estômago e da minha tensão alta. Enfim nada que tenha a ver com a Literatura. Bem, também acho que é preciso não ser português, e estou a pensar no Nobel, para preferí-lo à Sophya. Raul Raul
Já entramos na era Jonas Kaufmann. Tem tudo para ser o número um. Boa voz e muito bonita. A melhor fotogenia depois de Franco Corelli.É tenor. Irradia simpatia e não tem tontices como outros (as birras do Alagna e as caretas do Villazon). Enfim, o tenor alemão está em vias de ter o mundo da ópera a seus pés.
ResponderEliminarSerá o melhor heldentenor? Vamos ver. O timbre está lá, agora precisa de amadurecer um bocado mais.
Ben Hepner o melhor helden dos últimos 15 anos. Pensando bem, talvez. As últimas décadas não têm sido muito ricas nesta voz. Antes dele o Siegfried Jerusalem era o melhor. Os melhores heldentenores de que há registo gravado são Lauritz Melchior e Wolfgang Windgassen. São inigualáveis em Wagner. Os paradigmas.
Raul
Com toda a razão, Dissoluto.
ResponderEliminarHabemus heldentenor! Sucessor de Vickers!
Mas... atenção!: AGUENTAR-SE-Á NO TOPO DEPOIS DE TODA ESTA MEDIA-HYPE?
Veja-se Villazón!... Ou recupera ou desaparece tristemente! :-(
Piotr Beczala, Joseph Kaiser,Giuseppe Filianoti e Marcello Giordani (este quando pode e lhe pedem Covent Gardens e Mets)têm substituído Villazón e têm também recebido muito boas Reviews=resenhas críticas.
Um GRANDE AVISO! Sr. Villazón... e Sr. Kaufmann... pois não, e já agora!... :-/
Meu Deus... pareco um arauto da desgraça! Um velho do Restelo!... :-/ NÃO, NÃO SOU! ATÉ QUERO QUE A ÓPERA VIVA PARA TODA A ETERNIDADE!... MAS COM VOZES SÃS E DIGNAS DESSE GÉNERO QUE TODOS OS DIAS É AQUI VENERADO: A ÓPERA!
Do seu costumeiro e vosso,
LG
P.S. Esperemos que Abbado também esteja à altura do desafio, neste novo CD Kaufmann. ;-))
O Abbado nunca me decepcionou!
ResponderEliminarO Raúl gosta do Sandor Konia?
J. Ildefonso.
João I.,
ResponderEliminarConheço mal Sandor Konya. Sei que tem um Lohengrin, mas nunca o ouvi. De momento lembro-me apenas de um Requiem de Verdi e está muito bem. Conheces esses Lohengrin?
Raul
Já ouvi na casa dum amigo e impressionou-me muito. Pareceu-me excelente mas eu não sou nada Wagneriano, não tenho paciência... ou não gosto, ou então não me apeteceu ainda, por isso a minha opinião é muito suspeita. Cantam muito mal a maior parte dos cantores ditos wagnerianos, ou vendidos como tal, ou então têm timbres banalissimos. Em disco é diferente obviamente,
ResponderEliminarnão nos temos que sujeitar às contigencias das vozes disponiveis na nossa geração.
João Ildefonso,
ResponderEliminarEu nem queria acreditar no que via quando li "Cantam muito mal a maior parte dos cantores ditos wagnerianos, ou vendidos como tal, ou então têm timbres banalissimos."
Como te conheço e sou teu amigo, eu, de um modo conciente de muita parcialidade, fecho os olhos a este "nonsence". Uma coisa é não gostar de Wagner e isso és tu que ficas a perder, outra coisa é isto que escreveste que eu nem tenho tempo de comentar, pois seriam páginas. Olha, experimenta ouvir o Lauritz Melchior, por exemplo, no Lohengrin ou no célebre primeiro acto da Valquíria com a divina Lotte Lehmann. Timbre tão bonito há alguns, mas poucos. Mais bonito não há.
Raul
eu comecei este ano a ouvir wagner...relutantemente, confesso. ainda só vi uma Lohengrin e um Tanhauser e metade de um parsifal. E se vou receoso...a verdade é que no fim sinto-me completamente extasiado com toda a dimensão da ópera. O dueto do inicio do segundo acto da Lohengrin jáestá entre os meus duetos favoritos.
ResponderEliminarCaro Blogger,
ResponderEliminarWagner entrou-me muito depois da ópera italiana. Mas eu perguntava-me a mim mesmo que devia estar qualquer coisa mal em mim para que, sendo eu um "adorador" de ópera, não apreciar Wagner.
Veio a Portugal a Valquíria e decidi ir vê-la. Confesso que por vezes me senti cansado, mas nos fins dos actos eu estava cheio de música, não querendo que parasse.
Uns anos depois, poucos, um amigo emprestou-me o LP da Valquíria do Solti e depois O Ouro do Reno, também do Solti. Tive então ocasião de ouvir e repetir muitas vezes e a pouco e pouco aquela música "arrumou-me". Se me permite a tirada gasta mas fulminante: ouvir Wagner é uma experiência sensorial muito profunda. Há melhor objectivo em Arte ?
Raul
do que conheço, concordo em absoluto consigo, Raul. E realmente essas dúvidas tambem me assaltaram e repare que eu, a seguir à opera italiana, apaixonei-me pela Rusalka de Dvorak, Pique Dame e Eugene Onegin de tchaikovsky e depois From the house of the Dead do Janacek. Parece que tive de andar às voltas da Alemanha para finalmente entrar por ela destemidamente!
ResponderEliminarQuerido Raúl, bom amigo, não tenho tido acesso à net porque tenho trabalhado que nem um mujique!
ResponderEliminarConforme declarei logo no inicio do post não sou nada wagneriano. Obviamente é um compositor excelente, talvez o melhor de todos, mas a mim não me diz grande coisa. Percebo que a Susana esteja feliz com um chapéu novo, que a Tosca tenha ciúmes da Atavantti, o dilema da Sexto, etc mas os personagens do Wagner não os percebo. Não me identifico com a Isolda, o Tristão, o Sigmund... Para mim não faz sentido porque são objectos estranhos no meu mundo obviamente subjectivo e pessoal. Já a Susana e o Figaro percebo-os até à medúla.
Acho que o estatuto do Wagner me aborrece e impede de apreciar a sua música de forma honesta e imparcial. Detesto "vacas sagradas" e agride-me muito que ao Wagner não se possam fazer nenhum tipo de censuras ou criticas sem sermos automaticamente classificados de filisteus quando é notorio que o dom da consição se encontra em defeito nas suas obras. Pareçe-me todo muito auto-glorificador/celebratorio. Ora isso aborrece-me muito. As obras do Mozart e Verdi são amputadas mas ninguém se queixa já com o Wagner! É injusto não é? Já o D. Giovanni adquiriu o mesmo estatuto o que eu acho muito discutivel porque as Bodas são muito mais "modernas" e revolucionárias em certo aspecto. Pode-se dizer até que contribuiram para a Revolução Francesa.
Quanto aos cantores que o Raúl refere são as excepcões e a sua avaliação é justa e tenho em casa as gravações que refere. Tem toda a razão porque conforme uma amiga me lembrou também o mesmo se pode dizer sobre os cantores Verdianos da actualidade.
Isto é só o que eu penso mas eu sou um leigo com uma educação deficiente e normalmente digo muitos disparates.
Ildefonsíssimo,
ResponderEliminarSão posturas diferentes perante a ópera e até perante a música em geral. Eu não procuro identificar-me com quem quer que seja no mundo da ópera. Aliás o que eu sobrevalorizo mais na ópera é a música, na sua fusão vocal e instrumental. Quase que ouço uma ópera como uma missa ou cantata ou mesmo como uma sinfonia. E Wagner mais de que os seus contemporâneos, pois ao levar-nos para um tempo mítico, impede-me de me preocupar com os assuntos domésticos duma Susana, por exemplo. Uma das grandezas do Don Giovanni, para além da sua perfeição total, é a grande cena final, de uma teatralidade absoluta. Para as identificações das personagens tenho o Cinema. Na ópera não, porque é tudo de base muito artificial (derivado de arte), com as pessoas a cantarem em vez de falarem.
Raul
Por eles cantarem é que eu me identifico. Expressam aquilo que eu não consigo através das palavras!
ResponderEliminarBem. A verdade é que embirro com o Wagner por razões extra-musicais.
ResponderEliminarIldefonsíssimo,
ResponderEliminarÉ talvez como eu em relação ao Saramago. Embora não aprecie nada o tipo de ironia das entrelinhas do senhor, a sua antipatiquíssima personalidade afecta-me tanto que acho a sua escrita insuportável. O Ensaio sobre a Cegueira causou-me uma náusea à quinta ou sexta página que o pus logo de lado por causa do meu estômago e da minha tensão alta. Enfim nada que tenha a ver com a Literatura. Bem, também acho que é preciso não ser português, e estou a pensar no Nobel, para preferí-lo à Sophya.
Raul
Raul