(Domingo ossia Siegmund - A Valquíria, Washington National Opera, 2003)
A Plácido Domingo podem apontar-se inúmeras falhas e defeitos mil. O Tenor será a mais maniforme das estrelas líricas, desdobrando-se omnipotentemente pela interpretação – 130 papeis defendidos em palco -, direcção musical, gestão – Óperas de Washington e Los Angeles - e promoção de eventos – concursos, galas, etc. Obviamente, nem tudo pode correr da melhor forma.
A adesão ao horripilante fenómeno Os Três Tenores foi, para mim, o mais negro e desprestigiante acontecimento da sua carreira. Kraus – mais aristocrata do que snob e pouco dado a deslumbramentos – declinou o convite que lhe haviam formulado, ab initio. Nem as discutíveis (mas legítimas) deambulações pelo crossover e universo pop(ularucho) lhe ensombraram tanto o curriculum como o citado abjecto movimento d’Os Três Tristes – dois decadentes, mais um.
Mas, senhores leitores, pergunto-me se haverá no último quartel do século XX maior besta cénica e força da natureza, no domínio lírico, do que Plácido Domingo?
Quem foi o maior Otello, Siegmund e Parsifal pós-Vickers??? Domingo! Lui-même.
Mais que não seja, pela fabulosa revitalização dos três mencionados papeis, o tenoríssimo entra para a história da lírica. O resto é conversa.
«Not many opera singers have kept working into their late 60s. In recent years Mr. Domingo’s voice has sometimes sounded a little leathery, his legato can be patchy, and he has increasingly relied on transpositions to bring certain high passages down into his vocal comfort zone. Still, there is not a trace of the wobble that afflicts older singers in his voice. His sound is robust, earthy and still powerful. He sings with a savvy blend of nobility and know-how.
His longevity is all the more remarkable when you consider the breadth of his repertory, a staggering 130 roles so far. Vocal purists might argue that by endowment Mr. Domingo was an ideal Verdi and Puccini tenor. His Wagner singing was a triumph of vocal accommodation. But he brought such musicianship, commitment and vocal charisma to bear that he swept audiences away with his portrayals. And even now there are not many competitors as Parsifal.»
Ecco.
ResponderEliminarEcco 2:
ResponderEliminar… continuando a citar o artigo do NY Times: “In those early days he (P. Domingo) worked tirelessly to build his upper range, he said, “fighting for every semitone.”
“Some tenors are born with this tessitura,” he added, “and have all the high notes from the day they open their mouths.” (Luciano Pavarotti for one, Mr. Domingo’s great colleague and lifelong rival.) “But I had to work so hard.” (!!!!)
Tomem lá Srs. Ben Heppner, John Treleaven (tenor wagneriano (??) que nao me entra, nem à lei da bala!!!...), Ian Storey (que, se se esforçar, pode dar alguma coisa), Robert Gambill (com um topo de tessitura verdadeiramente afrontoso!), Endrik Wottrich, Marcello Giordani, Roberto Alagna, Salvatore Licitra (outro que, para mim, se tem revelado muito medíocre), Marcelo Álvarez, o novíssimo Jonas Kaufmann e, claro, o tão irregular Rolando Villazón (apesar de colocar muitas esperanças nele… mas… a ver vamos…).
Também coloco no mesmo saco, apesar de outro estilo, outra voz e outra tessitura, o Sr. Philippe Jaroussky!
Tomem lá que já almoçaram… ou jantaram… ou como quiserem!!!
... e não se preocupem só com os vossos cachezes, que pra isso já cá temos o CR7!!! (atenção: humor!)
O seu costumeiro,
LG
Chapeau bas a este grande senhor.
ResponderEliminarViva o Grande Tenor ! Viva o tenor Perfeito !
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