quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Em degustação



Elina Garanca - Bel Canto

8 comentários:

  1. já o degustei ontem! :)
    No geral gostei: a voz é bonita, flexível e a musicalidade e sensibilidade para as linhas melódicas assinalável. No entanto, achei que existia uma preocupação excessiva em fazer tudo direitinho e cantado irrepreensivelmente, provavelmente no sentido de calar eventuais detractores que pudessem criticá-la por ser uma Netrebko em mezzo - voz bonita, senhora bonita, mas...(introduzir o relambório habitual de críticas que fazem à Netrebko). Por isso mesmo, acho que dramaticamente jogou bastante pelo seguro não cedendo a eventuais histrionismos. Do ponto de vista da tradução literal de "belcanto", esta abordagem funciona, mas creio que palco seria necessária muito mais chama!
    No entanto, e no geral, não me desiludiu em nada e aconselho, especialmente pelo repertório menos conhecido que contém!

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  2. Comprei-o na semana passada. Gostei muito da voz (e, confesso, não só...), mas acho que lhe falta expressividade. Em todo o caso, uma excelente voz. Já que no comentário anterior referem a Anna Netrebko, lembrei-me que senti o mesmo quando ouvi o disco de árias russas dela: excelente voz, pouca expressividade.
    Claro está que eu não sou um "expert"; sou apenas um apreciador...

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  3. Carlos,

    Aqui não há experts, apenas apreciadores. A música e criação destinam-se a pessoas como nós, não a especialistas!

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  4. O recital que ontem deu na Gulbenkian foi muito bom,em especial a primeira parte (Brhams e Schumann). Boa dicção, timbre bonito, volume, grande expressividade e presença muito captivante. A segunda parte, igualmente boa, não sendo a Tebaldi nem a Bartoli, italianas, condição necessária e suficiente para a perfeição, cantou aceitavelente a «Regata veneziana». O mesmo se passou com o Falla, pois não é a Berganza.
    Enfim, um grande espectáculo.

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  5. Bom recital o da Gulbenkian. Boa voz e boa técnica e a quem interesse a rapariga é realmente muito bonita.
    Suficientemente analitica para tornar pessoal e envolvente o reportório cantado sem no entanto entrar num excesso "analitico" que roube a atenção para uma voz saudável, bem emitida e projectada.
    Foi muito agradável e criou muitas expectativas para o seu futuro desenvolvimento artistico.

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  6. Já ouvi o c.d. com atenção e apesar de algumas reservas gostei bastante. A cantora é bastante articulada, a técnica é boa e o timbre é muito belo infelizmente demasiado claro para parte do reportório. O Tancredi, a Lucrezia Borgia, e até a Stuarda, até certo ponto, beneficiavam dum timbre mais escuro e grave. As memórias da Horne, Verret, Podles e até Kasarova fazem desmereçer um pouco a interpretação da Garanca sendo apesar de tudo um recital muitissimo satisfatório. A cantora parece ter mais afinidade com personagens "contemplativas" e apaixonadas, onde o seu timbre é valorizado ao máximo nos andamentos lentos, do que personagens de acção onde lhe falta alguma "energia" para ser totalmente convicente. Destaco a belíssima aria de Bellini que conhecemos praticamente inalterada da Sonambula!

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  7. J. Ildefonso, a ária de que fala não é da Sonnambula, mas do Capuletti ed I Montecchi. É a ária de Giulietta "O quante volte"

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  8. Sim talvez seja. A mim lembrou-me o "Ah non credea mirarmi" da Sonâmbula. Também no último c.d. do Florez há uma aria salvo erro do Adelson e Salvini cuja introdução com coro masculino é igual à introdução da aria do baixo na Norma. O que confirma que não só o Rossini era dado á "reciclagem":-)))

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