Em França, em 2005, O Livro Negro da Psicanálise procurou - mais do que questionar - destruir o mais sólido e antigo instrumento psicoterapêutico, queira-se ou não.
Sempre me habituei a ver neste tipo de ataques a força do discurso psicanalítico: o ódio - o mor das vezes envolto numa passionalidade sem limites - oculta fascínio!
A psicanálise, caro leitor, não é para todos! Não é, nem panaceia, nem dogma, antes procura questionar, subverter - no melhor dos sentidos -, e proporcionar transformação psíquica, que tem de ser objectivável!
A psicanálise será para a burguesia afortunada, sem dúvida, mas para aquela que privilegia o pensamento, a palavra e o simbólico!
Quanto à mais absurda das críticas que se lhe dirige - "a falta de objectividade" -, cabe-me recordar que a psicanálise trata de sujeitos, da subjectividade de cada um de nós!
Quem procura objectividade, que se coloque noutra linha! E mais não digo.
Posto isto, a verdade é que um grupo de afortunados pela ciência freudiana, em resposta ao catastrofismo de O Livro Negro da Psicanálise, procurou dar um testemunho positivo e sincero sobre as virtudes terapêuticas e transformativas da psicanálise:
«El psicoanálisis, la gran creación de Sigmund Freud, puso patas arriba el mundo, cambió la manera de ver las relaciones entre hombres y mujeres, puso en órbita la importancia del sexo y señaló que existía, en nuestro interior, un inmenso continente desconocido (el inconsciente).
(...)
El año 2005 se publicó en Francia El libro negro del psicoanálisis, donde más de cuarenta especialistas se aplicaban a fondo para cargarse a Freud y sus teorías y prácticas, y todo lo que vino después. Un año después, otro libro se propuso contestar lo que allí se decía: en La regla de juego. Testimonios de encuentros con el psicoanálisis (Gredos), Bernard-Henri Lévy y Jacques-Alain Miller han reunido los comentarios de artistas, escritores, psicoanalistas e intelectuales sobre su relación, teórica y práctica, con esa disciplina. ¿Cómo entraron en esa historia y cómo les fue allí? La edición que acaba de aparecer aquí ha incorporado diferentes aportaciones procedentes de España y Argentina.»
Sempre me habituei a ver neste tipo de ataques a força do discurso psicanalítico: o ódio - o mor das vezes envolto numa passionalidade sem limites - oculta fascínio!
A psicanálise, caro leitor, não é para todos! Não é, nem panaceia, nem dogma, antes procura questionar, subverter - no melhor dos sentidos -, e proporcionar transformação psíquica, que tem de ser objectivável!
A psicanálise será para a burguesia afortunada, sem dúvida, mas para aquela que privilegia o pensamento, a palavra e o simbólico!
Quanto à mais absurda das críticas que se lhe dirige - "a falta de objectividade" -, cabe-me recordar que a psicanálise trata de sujeitos, da subjectividade de cada um de nós!
Quem procura objectividade, que se coloque noutra linha! E mais não digo.
Posto isto, a verdade é que um grupo de afortunados pela ciência freudiana, em resposta ao catastrofismo de O Livro Negro da Psicanálise, procurou dar um testemunho positivo e sincero sobre as virtudes terapêuticas e transformativas da psicanálise:
«El psicoanálisis, la gran creación de Sigmund Freud, puso patas arriba el mundo, cambió la manera de ver las relaciones entre hombres y mujeres, puso en órbita la importancia del sexo y señaló que existía, en nuestro interior, un inmenso continente desconocido (el inconsciente).
(...)
El año 2005 se publicó en Francia El libro negro del psicoanálisis, donde más de cuarenta especialistas se aplicaban a fondo para cargarse a Freud y sus teorías y prácticas, y todo lo que vino después. Un año después, otro libro se propuso contestar lo que allí se decía: en La regla de juego. Testimonios de encuentros con el psicoanálisis (Gredos), Bernard-Henri Lévy y Jacques-Alain Miller han reunido los comentarios de artistas, escritores, psicoanalistas e intelectuales sobre su relación, teórica y práctica, con esa disciplina. ¿Cómo entraron en esa historia y cómo les fue allí? La edición que acaba de aparecer aquí ha incorporado diferentes aportaciones procedentes de España y Argentina.»
Logo em 2005, bem em cima do acontecimento, Elisabeth Roudinesco, conhecida investigadora da história da Psicanálise e "chargée de conférences à l'École pratique des hautes études" publicou um livro de resposta, intitulado "Pourquoi tant de Haine ? Anatomie du Livre noir de la Psychanalyse (Navarin 2005).Vale a pena lê-lo.
ResponderEliminarTeresa (tea-thea)
Pourquoi tant de Protagonisme ?
ResponderEliminarCansa
Não sei a quem endereço o comentário(...a um(a)anónimo(a) que se diz cansado(a), por duas vezes...)
ResponderEliminarNo meu entendimento, um blog interessante é um lugar de simpática conversa onde se cruzam ideias e informações e se controem e trocam conhecimentos. Neste sentido, não entendo em que é que a contribuição (a minha ou a de qualquer outro/a ) pode ser vista como "protagonismo" (?). Dado que o autor do blog se filia na psicanálise, ouso dizer que talvez quem escreveu os comentários sobre o cansaço esteja a "projectar" o seu próprio desejo de protagonizar, colocando-o no outro (no caso, em mim.
Caro(a) anónimo(a),
não seria mais interessante contribuir com alguma coisa com substância ou com piada para este blog?
Não o sabendo fazer ou não o desejando, não será mais económico que guarde o silêncio e que descanse?
Em todo o caso, dado que o autor do Blog (João-il dissoluto punito) não lhe respondeu, e como entendo a entrada num Blog como uma visita a uma "casa" alheia (para a qual,como mandam as regras de uma saudável convivialidade, trouxe algo para partilhar), ficarei por aqui nos comentários, desejando a todos boas conversas e boa música (e, a quem está cansado(a), um bom descanso :-)
E, já agora,a todos, umas óptimas férias ;-)
Teresa (tea,thea)
Teresa,
ResponderEliminarPlus tard, j'aimerai bien lire ce bouquin dont tu parles! Pourras-tu me le passer?
Sim, passo-to quando quiseres.
ResponderEliminarA propósito de livros, acabo de ler um pequeno romance que achei fantástico: Medeia - vozes, de Christa Wolf, escritor da ex-RDA.
Uma pérola!
Thea
Permitam-me o aparte, desviando-me deste tema. Esta do Livro Negro.. lembra-me esse monumento que é o Livro Negro do Comunismo que teve como resposta um muito mais fraco Livro Negro do Fascismo. Certo que o Fascismo e o Nazismo cometeram crimes hediondos,grande parte conhecidos, mas surgir um livro como resposta não desculpabiliza tudo o que hediondo vem no outro e de que muitos não tinham muito a certeza.
ResponderEliminarRAUL
Caro Raul,
ResponderEliminarNão sei qual o conhecimento que tem do teor do "Livro Negro", se o terá ou não lido, também não sei qual o seu conhecimento ou posicionamento com respeito à Psicanálise, mas o "tal livro Negro" é confrangedoramente mitificador e assenta, em minha opinião, de facto, num ódio bastante primário a um a área do conhecimento, que, não isenta de críticas, tem sido um espaço importante de contrução de saber sobre o Humano. O livro de "resposta" repõe alguns factos históricos e coloca-se, pela forma como está escrito, numa zona absolutamente diferente do processo de comunicação. Não entendo a comparação que faz quando se refere aos "crimes hediondos" (da Psicanálise? que crimes hediondos?), mas como não sei com que ideias (as suas) estou a dialogar, fico um puco "às cega" nesta conversa consigo.
Teresa
Teresa,
ResponderEliminarPerfeito equívoco seu. Veja a minha primeira linha:"... desviando-me deste tema" . Não percebo nada de psicanálise e tenho por ela o maior respeito como ciência, embora nunca me tenha interessado por ela. Imagino o conteúdo do livro de maneira primária de que será contra a psicanálise e a sua metodologia e nada mais, porque nada mais me interessa. Eu só reflecti sobre a forma do título, não sobre o conteúdo e nisso fui muito claro.
A Teresa de certo modo precipitou-se no seu comentário, talvez porque está contra o livro em causa, o que me parece bastante legítimo, mas isso é-me completamente estranho.
RAUL
Sim, Raul, voltando a ler o seu texto "Esta do Livro Negro.. lembra-me esse monumento que é o Livro Negro do Comunismo", percebo agora que se estava a desviar do tema, puxando a conversa para outro lado e não a fazer uma analogia, desculpe.
ResponderEliminarDo meu ponto de vista não é aceitável que se procure justificar os males que uma ideologia totalitária causou (causa) através do que outra também terá causado (causa). Realmente o "título" do segundo livro (não li nem um nem outro, embora que as temáticas não me sejam estranhas) é bastante infeliz como "resposta".
Mas, helas, esse tipo de argumentação é ainda muito frequente...
Sinto que é necessário que se denuncie os ataques à "dignidade humana" qualquer que seja o lado de onde provenham.
Teresa
Teresa,
ResponderEliminarSe alguma vez se interessar pelo tema, o livro é um "must", pois é um monumento, tendo causado no meio intelectual europeu uma espécie de choque quando apareceu. Cientificamente escrito, todo apoiado em documentação, só possível com a abertura dos arquivos da KGB aos investigadores, o livro é terrivelmente verdadeiro. E tal impressão me causou - e devo-o ter lido há uns dez anos - que ao ver qualquer título a começar por "livro negro", faz-se em mim um "splash":) e saiem coisas como as que escrevi. Desejo-lhe um excelente domingo.
RAUL
Raul
Raul,
ResponderEliminarMuito obrigada pela referência bibliográfica. De facto não o li, embora, digamos assim, a minha "trajectória" política me tenha, desde sempre, colocado no lugar da crítica ao estalinismo e, por isso, precavida contra "choques" e "desilusões" face ao "comunismo".
Também lhe desejo um óptimo Domingo. Por aqui (Lisboa) está enevoado (tipo aquelas manhãs que nas praias do Norte nos fazem dizer a frase "vai abrir lá mais p'rá tarde..." e nos autorizam manhãs de um doce vagar sem a obrigação de "corrermos para a praia").
Como nos últimos dias o calor tem sido excessivo (para quem não está de férias), este tempo encoberto e com algum fresquinho sabe muito bem :-)
Teresa