quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Aïda: essencial vs acessório

A propósito de uma récita de Aïda, no Liceo, a imprensa espanhola publica esta notícia.
Do meu ponto de vista, centra-se no acessório: a presença de Alagna e da coralista Sonsoles Espinosa, mulher do Sr. Zapatero.

Evidentemente, a presença de Alagna não é um detalhe menosprezável, muito antes pelo contrário! Digna do nosso desprezo, sim, é a continua referência ao affaire alla Scala vs Alagna, que cheira a bafio!

Posto isto, se fosse eu o redactor, teria circunscrito a notícia a pouco mais do que este conciso e claro parágrafo:

«Alagna ganó confianza en sus medios y fue a más a lo largo de la representación: suple la carencia de peso dramático con un fraseo de gran elegancia, una dicción clara y una voz que conserva toda su belleza en el registro central. Los agudos, aún firmes, han perdido luminosidad y los graves suenan oscurecidos de forma artificial, pero su excelente línea de canto acabó convenciendo. La soprano italiana Micaela Carosi fue una Aida más que correcta, cuyo punto débil fueron sus pianísimos, de escasa proyección. Quienes mostraron verdadero temperamento verdiano fueron la mezzosoprano italiana Elisabetta Fiorillo y el barítono menorquín Joan Pons. Ella con una Amneris rotunda en lo vocal, un punto exagerada y de imponente fuerza dramática. Él con un Amonasro fiero y cautivador, cantado con nobleza e intensidad.»



O resto é matéria para a crónica social!

5 comentários:

  1. Assim tivéssemos nós esposas e esposos de ministros e presidentes que fossem verdadeiros amantes de música. Um país que tem como esposa do primeiro-ministro uma coralista que vai cantar ao Liceo como reforço é obra.

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  2. Lembro-me do soprano uma mediocre Amélia no Simão do S. Carlos e também do meio-soprano uma igualmente mediocre Ulrika no Baile de Máscaras com a Milo.

    J. Ildefonso.

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  3. Eu também a vi na Amélia Boccanegra. Sim, muito fraquinha, imprópria para cantar Verdi. No ano anterior vi-a na Liu e ainda disfarçava, mas na Amélia subscrevo o João Ildefonso.
    Raul

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  4. A propósito recebi um presente de Natal antecipado, a Lucia em versão françesa , e gostava de comentar. Os protagonistas são a Ciofi e o Alagna. A Ciofi é uma interprete soberba dentro das suas limitações vocais. É uma voz díficil com um timbre tendencialmente feio mas com uns graves quentes e excepcionalmente volumosos para um soprano ligeiro. Tudo isto governado por uma musicalidade extraórdinaria e um sentido dramático apreciavél. O Alagna exibe as qualidades e defeitos opostos! Um timbre maravilhoso governado por um gosto duvidoso, por vezes grosseiro, que despreza todas as oportunidades de "nuance". Acrescento que os agudos são "aventurosos" muitas das vezes. Muito longe da qualidade vocal e interpretativa dos Verdi do Muti, do Romeu e Julieta, do D. Carlos, da Bhoéme e Elixir do início dos anos 80. Moral da história.... mais vale um cantor intelegente e trabalhador com uma voz mediocre do que um tesouro vocal sem juizo!
    Já o Ludovic Tézier pareçe reunir os dois mundos. Boa voz, boa interpretação e uma presença cénica magnética... tanto quanto a parca iluminação permite observar! Quanto à enceneção pareçe-me competente sem ser notável.

    J. Ildefonso.

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  5. E eu comprei para mim em dvd um Werther maravilhoso com o Marcelo Alvarez e a Elina Garanca. Até fiquei a gostar mais da ópera.
    Raul

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