Anna Moffo, uma das mais belas e singulares sopranos-spinto-star´s do Met - dos idos anos 1960 - faleceu, aos 73 anos de idade.
Este artigo presta-lhe uma sentida e sincera homenagem, colocando a tónica numa das virtudes-vícios da intérprete: a extrema vulnerabilidade.
Eis, a meu ver, um ínfimo excerto, que define a carreira de Anna Moffo" (...) her career could be seen as a cautionary tale about doing too much too soon."
Este artigo presta-lhe uma sentida e sincera homenagem, colocando a tónica numa das virtudes-vícios da intérprete: a extrema vulnerabilidade.
Eis, a meu ver, um ínfimo excerto, que define a carreira de Anna Moffo" (...) her career could be seen as a cautionary tale about doing too much too soon."
Caro João.
ResponderEliminarDa Anna Moffo só conheço uma velha gravação RCA da "Luisa Miller". É bastante boa e a Moffo brilha num papel adequado aos seus recursos vocais. Mas sei que cantou também a Carmen e outros papeis demasiado pesados com consequências danosas para a integridade da sua voz.
J. Ildefonso.
Acabei de ler o artigo e descobri que a Anna Moffo nasceu em 1933 e que a sua carreira começou em 1955! No entanto sempre pensei nela como uma preciosidade "arqueológica"......É chocante que no final dos anos sessenta já estivesse em declínio. A Mirella Freni nasceu em 1935 e estreou-se também em 1955, são portanto praticamente contemporâneas, e continua a cantar. Para além disso em plenos anos 80,90 ainda gravava com regularidade para grandes etiquetas gravações essas que na maior parte dos casos continuam a ser referências absolutas. Penso na Manon Lescaut, Butterfly, etc.
ResponderEliminarCurioso como dois cantores praticamente contemporâneos que se estreiam no mesmo ano e atingem a maturidade artistica por volta da mesma época, anos 60, podem pertencer a gerações artistica completamente diferentes! A diferença é que a Freni fez sempre escolhas muito judiciosas e teve a originalidade de se continuar a "re-inventar" enquanto a Moffo estagnou no conceito muito 50's da diva e cantou papeis pouco adequados as seus recursos vocais. Que sirva de exemplo:-))))
J. Ildefonso.
A voz da Moffo tinha algumas virtudes uma das quais um timbre identificável e que muitas entendidos chamavam de "fleshed". No pequeno período em que a sua voz foi boa, era um bom soprano lírico-ligeiro, sendo uma notável Violeta ( a única que os milaneses aceitaram no pós-Callas depois de no dia da estreia terem rejeitado a interpretação da Freni, o que levou a que o Karajan largasse as representações), Butterfly, Mimi e Liú. Era muito apreciada pela dupla Schwarzkopf / Legge, o que justifica a sua presença nas gravações da EMI do Cappricio, Le Nozze di Figaro e Falstaff. São da Schwarzkopf as seguintes palavras "We both have always loved Anna and watched her career with parental pride." (Elisabeth Schwarzkopf,On and off the record. A Memoir of Walter legge, pp.232). Dela possuo a referida gravação da "Luisa Miller" e subscrevo o que diz o J. Ildefonso e também o célebre Falstaff da dupla Karajan / Gobbi, onde faz uma maravilhosa Nanette, para mim só comparável à Stich-Randall,para além do pequeno papel no Cappricio. Também possuo um disco de árias (eurodisc GD 69113),onde canta muitíssimo bem, incluindo opereta vienense.
ResponderEliminarA Moffo, como a romena Virginia Zeani (mulher do Nicola Rossi-Lemeni), era uma mulher lindíssima, mas para o meu gosto muito alta (1,80 m).
Raul
João,
ResponderEliminarSugiro-te a La Traviata (RCA) da Moffo. Não sendo perfeita, é muito genuína e convincente. Não sei se a encontrarás por cá... A minha, só a encontrei em NY, depois de a procurar durante anos!
João,
ResponderEliminarComo em tempos tivemos ocasião de debater, a gestão da carreira da freni é de uma eficácia e inteligências impares!
Raul,
ResponderEliminarFelizmente possuotodas as gravações que refere. Quanto à beleza e estatura da senhora, só tenho a dizer que adoro mulheres bonitas e muito altas ;-) Razões adicionais, pois, para apreciar (mais ainda)a Moffo!
DEla também possuo um Ifigénia em Taurus de Gluck, na versão de Wagner, cantada em alemão com um elenco de altíssimo nível e uma ópera um pouco estranha: L´Amore dei tre rei de Montemezzi, cujo o elenco inclui o Domingo, o Pablo Elvira e o Siepi. São prestações de uma fase mais tardia e, portanto, acusando o tal abuso da voz.
ResponderEliminarA propósito da estatura da Moffo, imagine-a que uma máquina de tempo a punha a cantar La Traviatta com o tão maltratado Villarzon ? Que rico par !
Raul
Raul
Raul,
ResponderEliminarO Villanzón não se trataria mal, com a belíssima MOFFO! Aliás, com a NETREBKO, não se pode dizer que esteja mal servido... O problema é a voz dela, mas o resto aproxima-se da perfeição :-)))))
Eu quando referi o par Villanzon/Moffo foi por causa da baixa estatura dele e, na verdade, é bem feiínho.
ResponderEliminarVisionei outro dia um DVD da DG semi-biográfico, extremamente ridículo, da Netrebko não a achei a voz dela assim tão criticável, mas a mulher, Nossa Senhora, era tipo Bellucci.
Raul
Eu quando referi o par Villanzon/Moffo foi por causa da baixa estatura dele e, na verdade, é bem feiínho.
ResponderEliminarVisionei outro dia um DVD da DG semi-biográfico, extremamente ridículo, da Netrebko não a achei a voz dela assim tão criticável, mas a mulher, Nossa Senhora, era tipo Bellucci.
Raul
Raul,
ResponderEliminarA NETREBKO é... as good as corn...
A meu ver, o problema dela não é a voz, mas a deficiente técnica!
A continuar assim, vai acabar pior do que a Guleghina (se se apresentar na Gulbenkian, não tem problemas, pois - quase - ninguém notará que estará acabada!!!)
For me she is better, because I don´t like corner.
ResponderEliminarA Guleghina foi assim tão má ? Eu tenho a Tosca dela em DVD do Scala e embora a voz precisasse por vezes de ser amplificada, o timbre é perfeito e voz não podia ser mais apropriada para o papel. Para deste papel só a conheço em ópera russa e aí como é natural está em casa. Conheço mal a Guleghina.
Raul
Este "lapsus" tem piada. É "corn" por "corner". Para esclarecer, detesto pop corn e tudo é melhor, até a voz da Natália de Andrade.
ResponderEliminarRaul
A Guleghina foi patética.
ResponderEliminarVoz não lhe falta mas imaginação não tem nenhuma e desconhece a palavra disciplina.... Nunca se sabe para onde a voz vai e depois, não se pode cantar tudo como se fosse a Lady Macbeth ou a Abigaille do Nabuco. Que aborrecimento.
O público adorou. Eu arrependi-me e invejei o João que sensatamente ficou em casa.
J. Ildefonso.
Raul,
ResponderEliminarEm relação à Gulhegina, o problema é justamente a criatura cantar repertório verdiano! Quando interpreta Puccini e Tchaicovski, é exímia!
O recital consagrado a Verdi foi um rotundo descalabro! Um fiasco de antologia... mas por ocasião dos encores, cantou Puccini e brilhou, como nunca!