(Júlia Lezhneva)
Minkowski – maestro e respeitável musicólogo – deve ter-se tomado de amores pela jovem russa Júlia Lezhneva, propondo-lhe debutar discograficamente no mais exigente Rossini, o serio (La Donna Del Lago, Guillaume Telle e Semiramide). Outra razão não encontro pois – de per si - a falta de maturidade da intérprete explica, em pleno, a grande fragilidade e inconsistência deste registo.
A voz é excessivamente magra e fina, faltando-lhe corpo, alma e sentido teatral. Um toque histriónico – Horne, Bartoli, Baltsa, Valentini-Terrani, Didonato – é imprescindível, quando se aborda o Rossini Buffo e serio! Dito isto, a técnica é, apenas, o começo da aventura belcantista rossiniana.
Lezhneva apresenta-se com uma interessante técnica – com fragilidades (as mudanças de registo...) -, que deverá enriquecer-se, com a maturidade. Presentemente, parece um soprano ligeiro, com afinidades líricas. Ora, aventurar-se neste assassino território exige envergadura dramática – e cénica -, além de uma afinidade primária com as vísceras! As grandes – acima elencadas – também cantam com elas, e não apenas com a cabeça.
Imagina o avisado leitor uma primeira incursão teatral via Shakespear, como protagonista de Macbeth? É desastre garantido...
Nem só de agilidade vive... Rossini!
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(3/5)
Encontrarão neste link as opiniões tanto do maestro como da cantora acerca da gravação deste disco:
ResponderEliminarhttp://www.youtube.com/watch?v=gBNIuhiyIdc
Cumprimentos
Estou em total desacordo consigo.
ResponderEliminarEsperemos uns anos para ver.
Concordo em absoluto com a existência de arestas (de cariz dramático-vocal) a limar em tão tenro instrumento. Todavia, torna-se difícil ignorar a qualidade intrinseca do mesmo bem como o aparente potencial de monta exibido no presente registo discográfico. A título de curiosidade, Julia Lezhneva acabou de interpretar o pagem Urbain na produção dos Huguenotes de Meyerbeer levada à cena no La Monnaie e cuja direcção orquestral se encontrou a cargo de Minkowski.
ResponderEliminarPelo que vi no youtube, não tenho o cd, gosto muito da voz mas não me parece o instrumento adequado para Rossini. Talvez a para as óperas semi-sérias ou para o Conte Ory mas não seguramente para a Cenerentola ou a Semiramide!
ResponderEliminarImagino-a como uma boa Susanna ou Ilia. Acho que devia experimentar Mozart.
É melhor que Alberto Velez Grilo, um dos piores cantores no youtube.
ResponderEliminarCaro "opinião" que presumo seja um anónimo. Neste "post" do Ópera e Demais interesses, não é a minha voz de amador ou os vídeos que eventualmente tenha visto meus no YouTube que estão em consideração.
ResponderEliminarDe qualquer forma honra-me a comparação que faz da minha voz de cantor amador com a voz de Júlia Leznheva.
Obrigado.
Bolas, você anda sempre em cima do acontecimento, mesmo neste defunto blog. Responde passado 14 minutos.
ResponderEliminarDefunto é a pata que o pôs!
ResponderEliminarEstá de acordo.
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