Nat Dessay - a minha querida Nat - interpreta hoje, no Met, um dos seus papéis de eleição.
Hoje com ontem, a pretensa nobreza & burguesia pindérica - afectada pelas correntes aéreas da Porcalhota, quiçá - desdenha os (as, no caso) grandes!
Nos idos anos 1950 - em meados, sejamos precisos -, chic era menosprezar a Callas. Agora, é ver as palavras do sabichão Calado, no Expresso. Segundo o Calado-mor, salva-se a interpretação cénica, pois a voz é uma amostra do que era.
Mais tarde, democraticamente, veremos!
Lá estaremos para ver e ouvir. Toi toi toi, Nat.
ResponderEliminarE vamos seguramente ver e ouvir uma Nat ao seu nível e excelentemente acompanhada de outros intérpretes de superior qualidade! Desta vez, sei do que falo...
ResponderEliminarAté logo, primeiro intervalo, na sala de fumo.
Infelizmente não vou poder ir. Estou a trabalhar:-((
ResponderEliminarA voz da Dessay sempre foi pequena e naturalmente já não exibe a frescura dos primeiros anos. Não creio que o Met seja o seu elemento natural no entanto numa transmissão ao vivo os microfones sempre ajudam.
A avaliar pelo último cd as qualidades interpretativas continuam intactas, a voz mostra algumas fragilidades mas o timbre continua belissimo e o domineo da agilidade exemplar.
Tenho muita pena de não poder ir à Gulbenkian.
Caro Senhor,
ResponderEliminarNão sei de que nobreza fala quando diz que era "chic" desprezar a Callas, nos idos 50.
Aquela de que eu me lembro (e a burguesia culta e requintada) não só apreciava muitíssimo La Divina, como correu mundo, quando fosse caso disso, para a ver.
Talvez haja aqui alguma pretensão de falar de uma classe social que não se conheceu.
Respeitosamente,
Manuel de Castro Pereira
Qual a vossa gravação da Lucia preferida? Eu ando a descobrir uma com a Sills e o Capuccilli que é fenomenal e electrizante.
ResponderEliminarEspero que estejam a ter um bom bocado na Gulbenkian. Eu daqui de onde estou faço-vos companhia através da Antena 2.
Caro Manuel Castro Pereira,
ResponderEliminarTenho o insólito hábito de falar do que conheço. Havia, de facto, uma pandilha burguesa que apreciava desacreditar grandes estrelas. Uma burguesia invejosa e pequenina. Se o caro leitor desconhece de quem falo, eu não !
Caro Blogger,
ResponderEliminarPrimeiro vai a correr comprar a Lucia com a Callas, di Stefano, Panerai, Zacarias, dirigidos, como ninguém, pelo Karajan; depois comprava a primeira Sutherland em estúdio ou a Scotto, di Stefano, Bastianini.
Estimados,eu não tenho nenhuma Lucia na minha discoteca,nem uma para amostra,mas hei-de ter.E por este andar,vou ver o Otello ao vivo mesmo antes de escutar o cd :) é que também não tenho!será grave?
ResponderEliminarCaro Senhor,
ResponderEliminarAdmito que sim, mas não nos círculos sociais portugueses. Isso posso garantir-lhe eu, que era vivo à data.
Quanto ao mais, a unanimidade, em arte, é algo de corrosivo, pelo que é não só natural como benfazejo que se prefira a Tebaldi à Callas, para recordar uma dicotomia que marcou um tempo.
Cumprimentos
Última mensagem: Manuel de Castro Pereira
ResponderEliminarRaul,
ResponderEliminaressas duas gravações já eu possuo! Esta da Sills descobri recentemente.
De facto admito que ninguem se possa compara a Callas e a Sutherland neste papel, cada uma dela de uma perspectiva diferente, são fantasticas.
Caro Blogger
ResponderEliminarTenho a gravação da Sills, colhido no seu auge, que é muito atraente e tem a vantagem de ser a única gravação que conheço que utiliza a harmonica de vidro como era intenção do compositor. Saliento a interpretação arrebatadora do Bergonzi e da Sills que utiliza com extraordinaria inteligencia as suas qualidades vocais mas também as suas deficiencias na construção duma Lucia delicada, sofredora e muitissimo eloquente.
É também interessante por as caracterisitcas vocais da Sills serem semelhantes à Dessay, por isso a comparação é oportuna. Boa agilidade, registro agudo priviligiado, registro médio e grave pouco consistente, grande poder histrionico, etc.
Blogger,
ResponderEliminarFui eu que li mal. Pareceu-me que não tinha nenhuma Lucia. Burrice minha.
Raul,
ResponderEliminare que acha da gravação com a Sills?
Ildefonso, será que já ninguem usa a harmonica de vidro? tem um som tão espectacular.
Blogger,
ResponderEliminarNunca ouvi, mas à partida não me entusiasma, porque nunca fui um admirador da Sills. Talvez possa estar enganado.
Essa polémica,faz-me lembrar o nosso Marquinho Paulo dos anos 70/80,também ninguém gostava,ou dizia que não gostava,e depois o homem era o campeão de vendas :)))
ResponderEliminarO pessoal não podería ser um bocadinho menos complicado ?
Caro blogger,
ResponderEliminarantes de mais, siga o conselho do caríssimo Raul e adquira o miraculoso registo dirigido por Karajan com Callas, Di Stefano, Panerai e Zaccaria.
No que concerne à versão Sills/Schippers, não poderia estar mais de acordo consigo. O engajamento dramático e vocal dos intérpretes é de assinalar bem como o facto de estarmos perante uma execução integral da partitura.
A gravação da Sills é muito boã. A execução da partitura é integral, utiliza harmonica de vidro na cena da loucura o que sugere uma atmosfera lunar e onírica muito de acordo com a peça, o Bergonzi desenha um Edgardo arrebatador e a Sills, com uma voz muito semelhante à Dessay mas com um timbre mais vulgar, compoe uma Lucia frágil e delicada no limite da alucinação desde o primeiro encontro com o amante, interpretação muito original e extraordinariamente bem cantada.
ResponderEliminarA Sills tem optimas gravações até cerca de 1974 depois começa a exibir uma linha vocal muito irregular e um vibrato descontrolado com interpretações cada vez mais excessivas até cair no mau grotesco. Infelizmente a vaidade impede-a de se retirar atempadamente. Infelizmente essas gravações posteriores ofuscam os inequivocos méritos do inicio de carreira.