(Ute Lemper)
Há cerca de dez anos, em Paris, na Opéra Comique, bafejado pela sorte, assisti a uma performance de Ute Lemper, em plena orquestra... por escassos 50 FF! Jurei que não a perderia de vista....
Heterodoxa ao extremo - para os líricos mais conservadores -, algures entre a lírica novecentista, o Cabaret e o Musical, Lemper movimenta-se majestosamente, sem um concorrente que seja à sua altura.
É uma artista plena, com uma voz singularíssima, absolutamente camaleónica. Capaz das maiores acrobacias - não confundir com pirotecnia lírica (ossia, coloratura)! -, graças a uma técnica germânica. Lemper cultiva a ironia e corrosão: calça Weil e veste Brel, como ninguém! Cenicamente, transpira sensualidade... e pimenta preta! A uma graciosidade exuberante, acrescenta desconcerto. Ao doce e subtil, junta a acidez citrina...
Para felicidade minha, ontem, na Gulbenkian, Dame Lemper proporcionou um dos mais extraordinários momentos musicais a que assisti, num concerto generoso, suado e interpretado com as vísceras (Brel) e entranhas (Weil).
Entrou pela porta grandiosa de Kurt Weill, absolutamente eclética: corrosiva, n'A Balada de Mackie, jocosa n'A Saga de Jenny e poética em Youkali. Revisitou a suma cabarética Lola, com uma batida frenética, para mergulhar, de seguida, num Brel superlativo, sombrio e dilacerado, mas não cru! Aqui, apenas o accent merecia maior cuidado, com U's mais delicados! Sinon, c'était géniale!
Apoteótica, ressuscitou Piaf, via Monnot e Glanzberg, em Milord e Padem, terminando, em êxtase, num território em que foi rainha, na Broadway como em Londres, o musical (Chicago e All That Jazz).
Senhora de uma versatilidade assombrosa, Lemper, a cada instante, revelou o seu génio infindável, presente em interpretaçōes de uma riqueza ímpar. E o que dizer da voz... Felina, destemida e borrifada com bagaço, arriscando sem receios...
Os anjos, no céu, ter-se-ão convertido ao Lemperismo, e gozzzzzzzzzado, diabolicamente!
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(6/5)
Então ninguém comenta as novidades?
ResponderEliminar-Novo disco da Dessay.
-Crise vocal da Dessay.
-Novo disco da Bartoli.
-Estreia do Villazon enquanto encenador.
-estreia da Gheorghiu na Adriana.
-Gostam do cd dos musicos do Tejo com a Joana Seara a cantar arias da Todi?
J. Ildefonso.
Não porque estão todos a ser castigados por não gostarem desta mulher.
ResponderEliminarIldefonso, tanta coisa! bem, da Adriana da Gheorghiu ainda sabia. Do resto nem dei conta. Será já uma consequencia de estar tao longe da Europa estar a ficar desinformado? lol
ResponderEliminarBem, caro Mr Lg quero responder-lhe a uma pergunta que me fez num post anterior e que eu, devido a grandes mudanças de latitude e longitude na minha vida, não consegui ver antes.
A aida que mencionou com a Ricciarelli é magnifica (eu adoro esta miuda haha). Nao hesite em compra-la. A Obraztsova é magnifica. Aquele quarto acto é um monumento. Ah que ciume e desespero. brutal! Ela e a Gorr constituem as minhas duas Amneris preferidas.
Blogger,
ResponderEliminarGorr e Obratzova eram grandes Amneris, mas não sejas herege!!!!! Só há uma superlativa Amneris, Cossotto! Todas as outras são de segunda água!!!!
Jkão,
ResponderEliminarFico-te grato pelas news, que desconhecia :-
As maiores Amneris do século, e que ninguém duvide, foram sucessivamente Ebe Stignani, Giulietta Siminato e Fiorenza Cossoto. A Simionato era a melhor intérprete, a voz maior pertencia à Stignani, apelidada a Flagstad italiana, e o timbre mais belo a Cossoto. Todas imensas e inultrapassáveis. Outras grandes Amneris, mas não tão boas como estas, eram sem dúvida Rita Goor, Fedora Barbieri e Grace Bumbry.
ResponderEliminarQuanto à referida gravação do Baile, uma gravação que eu possuo, caro Blogger, acontece que no concertante final a Gruberova não deixa ouvir a Ricciarelli e a Obrazstova não convence na Ulrica.
Blogger, por curiosidade, onde está?
Joao, vou pensar no teu caso e depois dou-te uma resposta :)
ResponderEliminarAmneris = Giulietta Siminato, Fiorenza Cossotto e Grace Bumbry
ResponderEliminarNa minha modesta opinião, ambas as supracitadas gravações com o par Domingo/Ricciarelli deixam a desejar.
ResponderEliminarEm termos puramente técnicos, a perspectiva sonora alcançada pelos engenheiros da DG carece de amplitude, contribuindo para uma determinada sensação de abafamento.
O Amonasro de Leo Nucci apresenta-se em má forma com um legato extremamente deficitário. Ricciarelli demonstra não ter o perfil vocal de uma Aida, bem como a exímia técnica da compatriota Freni neste particular papel. A direcção de Abbado é algo desinteressante, longe da gloriosa leitura patenteada num registo que documenta uma visita do Teatro Alla Scala a Munique com um elenco composto por Martina Arroyo, Domingo, Cossotto, Cappuccilli, Ghiaurov e Luigi Roni (1972).
No que concerne à personagem de Amneris, Obraztsova desenha uma princesa de monta, contudo, apoiando-se excessivamente na potência do seu instrumento em detrimento da adopção de nuances dramático-vocais à semelhança das intérpretes que o caríssimo Raul tão oportunamente invocou e que constituem pontos altos da discografia, aos quais me permito acrescentar, sem qualquer sombra de dúvida, Gorr (ouça-se, igualmente, a sua Azucena) e Bumbry.
Não obstante, gostaria de chamar a atenção para uma composição da personagem absolutamente electrizante do mezzo russo, captada ao vivo no Metropolitan em 1976, em récitas que contaram ainda com Rita Hunter, Carlo Bergonzi e Matteo Manuguerra.
Caros
ResponderEliminarJIldefonso,
Esse disco Luísa Todi, Árias, Músicos do Tejo já cá está em casa, na prateleira, esperando a sua vez de ser lido e escutado. ;-))
Blogger,
Many thanks pela atenção. ;-)
Dissoluto,
Ai se eu apanhasse agora a edição Aida/Muti EMI Great Recordings of the Century, librettinho, fotos e tudo… e como tantas vezes a vi nos escaparates… Mas o preço era… … :-/
Agora, perdia o amor aos trocos e ao IVA a 23, como perdi com o seu Giovanni/Giulini. Sei que foi reeditada ( de novo!... :-\ ) pela EMI The Home of Opera Series, mas… totalmente plastificada! Never!!!!
Luís Froes,
Acrescente-lhe Obraztsova ;-)
Hugo Santos,
Voltando ao seu penúltimo parágrafo, 1as. Linhas - é exactamente por isso que Obraztsova é a Great Russian Mezzo de finais dos XX, talvez… uma das Great Great Mezzos de toda a História da Lírica ;-) it´s my opinion.
Esse registo Aida/Met 76-77 Bergonzi, Manuguerra, Hunter e a nossa Obraztsova, está comercializado em CD?
LG
Morreu o grande soprano Margaret Price. Voz intensamente lírica e com um timbre lindíssimo. Na ópera italiana é maravilhosa num grande Baile de Máscaras Pavarotti, Bruson, Ludwig e Battle.
ResponderEliminarCaro Hugo Santos
ResponderEliminarEu procura essa gravação da Aida há anos mas ainda não a encontrei. Concordo em absoluto relativamente à Riciarelli que apesar do timbre paradisiaco raramnete me convence.
Acrescento à sua lista das grandes Amneris a Shirley Verret que é uma grande favorita cá em casa.
Um abraço.
Raul, cheguei a semana passada a Luanda.
ResponderEliminarA internet aqui é tao lenta que as vezes penso que escrevi um comentário e na realidade ele não foi enviado!
Relativamente á Bumbry ainda não tive oportunidade de a ouvir como Amneris.
à Cossotto estou agora a ouvir para me poder redimir!
Da Siminato conheço a gravação com o Karajan, que foi a primeira que alguma vez ouvi.
Sim,eu também tenho uma novidade,zita é certo,mas não deixa de sê-lo.
ResponderEliminarTrouxe lá dos confins do gelo,uma gravação de Eugene Onegin,gravada em 55 com Galina Vishenevskaya,Sergei Lemeshev,Yevgeni Belov,Larisa Avdeyeva e Ivan Petrov,para mim tudo nomes " famosíssimos" :) mas tem o seu interesse,ainda mais da russa editora Melodyia e o som é bem razoável tendo em conta a época em que foi gravado.Além disso,cá em casa é a minha primeira opera de Tchaikovsky.
E é assim a vida.
Portas Abertas,
ResponderEliminaro Eugene Onegin é uma das minhas óperas preferidas. Aproveite. e já agora ouça uma das minhas arias preferidas par baixo, a do Principe Gremin. e se aceitar a minha sugestão, ouça no youtube uma cantada pelo grande baixo sovietico Boris Shotokolov.
Blogger,
ResponderEliminarVivi nessa cidade seis meses, vindo e regressando a Portugal, haa quase 40 anos que era de certeza bem melhor que hoje. Nao haa acentos porque estou a passar uma semana de ferias, onde festejarei uma data especial de aniversario, numa das cidade mais maravilhosas do mundo'Toquio.
Hugo Santos,
Eu referi a grandeza de voz da Goor e da Bumbry na Amneris, embora nao no patamar das citadas italianas. Eu a mim parece-me que aqui neste blogue, tirando o Hugo Santos, nao se conhece verdadeiramente a dimensao da voz da Stignani. Eu alem de num disco de arias tenho-a no Requiem de Verdi, na Amneris, Azucena, Ulrica, Eboli, Adalgisa e Laura. Na Amneris e Eboli, na minha opiniao, supera a Simionato e a Cossoto.
Caro Raul,
ResponderEliminaresse monumento vocal que se constitui Stignani será, porventura, a grande referência no que à escola do mezzo italiano se reporta, encerrando uma parte considerável da tradição e prestígio que envolve essa "linhagem", mais ainda do que nomes como Irene Minghini-Cattaneo, Gianna Pederzini ou Cloe Elmo. Mesmo os seus derradeiros registos, datados dos finais da década de 50, demonstram uma voz tecnicamente imaculada, pese embora a coluna de som já não se apresente tão portentosa como outrora.
Caros João Ildefonso e Mr.LG,
tanto quanto me é dado saber, o registo com a Amneris de Obraztsova ao vivo no MET em 1976 encontra-se comercializado com a seguinte referência: Celestial Audio CA 746 {2CDRS} (2008).
Caro Hugo Santos,
ResponderEliminar(teclado sem acentos, til e cedilha, onde letras e caracteres japoneses se misturam na mesma tecla)
Das tres famosas cantoras que referiu e que conheco da literatura operatica so ouvi a Cleo Elmo.
Conheco a Cleo Elmo no Falstaff, o famoso de Toscanini, e numa sensacional Azucena com o Lauri-Volpi e a Callas. Cantora muito grande.
A Pederzini, pelas fotografias deve ter sido das mulheres mais belas que existiu no mundo lirico. Segundo a voz malidicente da Simionaro e porque era amante de um ministro de Mussolini tinha os papeis que queria naqueles onde a beleza fisica era importante, tais como a Dalila, a Carmen e a Amneris, deixando feia Azucena para a Stignani; ainda segundo a Simionato, a Pederzini prejudicou muito a carreira Stignani. E interessante apreciar as palavras sempre altamente elogiosas da Simionato para com Stignani.
Da Minghini-Caetaneo sei da existencia de um primeiro Trovador, mas nunca o ouvi.
O Hugo ja alguma vez ouviu a Bruna Castagna? Eu nao.
Acrescentando:
ResponderEliminarVi a Obraztsova nos pricipios dos anos 90 na Azucena. Os graves muito russos ainda la estavam, mas os agudos tinham desaparecido. A Akripova, na minha opiniao, era de longe superior a Obraztsova.
Caro Hugo
ResponderEliminarReferia-me à gravação ao vivo do scallaem Munique com a Arroyo/Domingo/Cossoto. Está à venda na Amazon mas ainda não encomendei. O som é recomendável?
Obrigado na mesma.
Blogger,obrigado pelo interesse.Vou sim senhor aceitar a sua sugestão,mas agora não, que estou atrasado,o Mister Kaufman está á minha espera em Munique e eu não posso perder a minha primeira Carmen,por nada deste mundo.
ResponderEliminarAté já :) abraços
Caro Raul,
ResponderEliminarao concentrar-me excessivamente na pátria de Dante, acabei por desconsiderar, de modo inadvertido, a italiana Bruna Castagna que, ao longo do período compreendido entre 1934 e 1945, ano que que se retirou, precocemente, dos palcos, constituiu-se como como o principal mezzo verdiano do MET.
Essa enorme intérprete de nome Irina Arkhipova era tecnicamente superior a Obraztsova, na minha óptica.
Caro João,
a versão da Aida que menciona encontra-se comercilizada numa multiplicidade de etiquetas da especialidade, entre as quais: Foyer ECF 3004 {2CDS};
House of Opera CDBB 596 {2CDRS}; Bravissimo Opera Library 9801 (Verdi - The Greatest Operas) {14CDS);
Opera d'Oro OPD 1167. A qualidade sonora é excelente.
Amigos e amantes da ópera, boa tarde. Peço licença ao dono do blog e aos leitores para falar de algo que pode interessar a alguns de vocês.
ResponderEliminarTrata-se da ópera "Nixon da China", que estará ao vivo nos cinemas do Brasil (por enquanto no Rio de Janeiro, Maringá, São José dos Campos, Campinas e Porto Alegre). É uma excelente oportunidade para assistir a esse trabalho ousado e transgressor.
http://www.youtube.com/watch?v=aCvzGsyjP-I
Quando vai ser? Vai ser no dia 12 de FEVEREIRO!
Caso queiram entrar em contato, escrevam para: socialmedia@mobz.com.br
Um abraço,
Marina D. Sussekind - LiveMobz
Ah a Arkhipova! Já a ouvi numa Carmen!
ResponderEliminarHugo,
agora nao relacionado com mezzos,
por acaso não possui a opera Il Templário? Vi-a à venda no outro dia antes de vir para Luanda e fiquei muito curioso sobre a mesma porque ha nao muito tempo li o Ivanhoe que é a história que dá origem a essa mesma opera.
Blogger,
ResponderEliminar(teclado ingles)
Agora voce foi viver para Luanda!?
Sobre a opera Il Templario ee a primeira vez que oucofalar nela. Ha, porem, uma opera inglesa contemporanea, digamos, da Gioconda, de estilo totalmente italiano, denominada precisamente
Ivanhoe e que tenho andado sem secesso ha mais de um ano a procura.
Raul,
ResponderEliminarcomo eu, um amante de opera rara :)
De facto, acho que o proprio rossini compos uma chamda Ivanhoe. Esta que mencionei é do Otto Nicolai. Tem umas passagens muito bonitas, pelo que ouvi no youtube, e fiquei muito curioso.
E sim, agora vou viver em Luanda uns meses! só volto a Lisboa de 2 em 2 meses.
Uns andam nas operas raras,eu ainda ando nas famosas :) é assim a vida.Sim,depois daquele mini debate do que se haveria de ver tendo em conta a minha iniciação ao mundo da opera,de facto é bem verdade que a Carmen,ou mesmo Bodas de Figaro,foram duas excelentes escolhas e sabendo o que sei hoje igualmente o aconselharia.Uma e outra sendo tão diferentes,foram excitantes,pese a contrariedade de a de Mozart ser cantada em russo.....e a de Bizet ser legendada em....alemão :)) nada que deburre (queria dizer,derrube.....) a boa disposição de um português.
ResponderEliminarO sr Kaufman,a jogar em casa,recebeu uma espécie de extra apoio,mas que a meu ver deveria ter ído inteirinho para a Anita Rachvelishvili
e que lamentavelmente não é das famosas,pois para mim ela foi a maior de todos.Uma sala lindíssima,apinhada de gente,numa bela atmosfera,sim senhor,adorei.
Das Bodas de Figaro,guardo belos sorrisos e uma luminosidade que entrou pela minha alma dentro ,que só ao vivo se consegue sentir,por muitos cds que se ouça,foi estupendo.Era uma sala assim que eu queria ter em minha casa :) mas sem condominio :)
Caro blogger,
ResponderEliminarda ópera Il Templario de Otto Nicolai possuo uma gravação ao vivo efectuada em Chemnitz no ano de 2008. Uma obra fortemente moldada ao estilo italiano.
Caro Raul,
julgo que se refere à ópera Ivanhoe de Sir Arthur Sullivan. Julgo existir um registo editado pela etiqueta Chandos.
Caro Hugo,
ResponderEliminarÉ essa mesmo. Como estava fora, como se pode ver modo como escrevi, não pude consultar a minha lista de cds que procuro pelas lojas e da qual consta esta ópera recentemente editada pela Chandos.
De Nicolai tenho a sua ópera conhecida e que é uma delícia: As Alegres Comadres de Windsor. É o registo Decca com um elenco de primeira dominado pela grande cantora americana Helen Donath. De certeza que conhece esta gravação. Aliás fora do trio Weber, Wagner e Strauss é das melhores óperas alemãs que existem.
Cara Marina,
ResponderEliminarVamos assistir à récita, mas a 19/02! Obrigado, de qq modo ;-)
JGA
Caros,
ResponderEliminarConheço a Stignani, ma non troppo... Aprecio a Adalgisa que cantou ao lado da Callas, em 1953. Há sinais evidentes de desgaste, mas ;-)D
Embora desconheça a Amneris de Stignani, arrisco considerar que NENHUMA supera a da Cossotto! Comovo-me com a sua princesa, captada na Arena, em 1981... é um dos mais altos momentos líricos de sempre!
Caro Dissoluto,
ResponderEliminarHavemos de ouvir Stignani da minha discografia. Já faltou muito menos.
Acrescentando:
ResponderEliminarEu vi a Cossoto em 1969 no Coliseu, excepcionalmente acompanhada (Suliotis e, sobretudo, Bergonzi), e foi quem apanhou os maiores aplausos da noite. Voltei a vê-la em 1976 no São Carlos. Sempre fabulosa. Foi, aliás, com a Cossoto (e a Zampieri anos mais tarde) que eu ouvi a maior explosão de aplausos da minha vida e foi-o na Azucena depois do "Condotta ela era in ceppi" em 1973.
Relativamente à voz em 1981 já é visível no dvd do Trovador a Cossoto apresenta desgaste na zona aguda, onda as notas saiem um pouco gritadas. Claro que cenicamente é igual à prestação de Salzburgo (1977), ou seja, excepcional.