Mais vale tarde, que nunca!
Joan Sutherland - ossia La Stupenda -, tal como se noticiou aqui, faleceu a 10 de Outubro último, aos 83 anos de idade. Era uma cantora miraculosa, tout court.
O leitor avisado conhecerá as minhas reservas diante das prestações e legado de Dame Joan: consoantes inaudíveis e superficialidade da interpretações. Sinon, era perfeita, tecnicamente.
A Callas era divina, não pela técnica - bem falível -, mas pelo génio dramático. Sutherland era estupenda pela coloratura e mestria da disciplina.
O mundo lírico dividia-se, diante de ambas: os anglo-saxónicos tomavam o partido de Dame Joan, enquanto os latinos optavam pela Callas.
Ambas geniais, embora, em tudo, diferentes. Sutherland era uma senhora recatada e singela, pouco dada a excessos de vedeta. Já Maria Callas...
Bref, é hora de, justamente, prestar homenagem à mais técnica das geniais artistas líricas.
Pela parte que me toca, recordo-a na Mad Scene de Lucia (Bonynge, 1972), um dos maiores momentos líricos de sempre, que me escuso de adjectivar...
“Richard had decided — long before I agreed with him — that I was a coloratura,” she said.
In 1955 she created the lead role of Jenifer in Michael Tippett’s “Midsummer Marriage.”
Demorei bastante tempo a dar o devido valor a esta cantora agora falecida. Curiosamente foi através da ópera francesa (Esclarmonde, Roi Lahore) que me apercebi da mestria da Sutherland. Em belcanto preferia a Callas, Caballé ou até a Gencer, Devia, Cuberli que me eram muito mais familiares. Hoje em dia, via dum conhecimento mais profundo da carreira da cantora, penso de maneira diferente e dão-me muito prazer as gravações da Sutherland.
ResponderEliminarNunca mais é domingo.
ResponderEliminarCaro J Ildefonso:
ResponderEliminarEscute-se, para todo o sempre:
Don Giovanni – Mozart/Da Ponte. ATTO SECONDO - Aria di Donna Anna:
”Troppo mi spiace… Non mi dir, bell'idol mio …”
Na sagrada versão giovannística: Carlo Maria Giulini, Philharmonicia Chorus and Orchestra, Eberhard Waechter, Elisabeth Schwarzkopf, Giuseppe Taddei, Luigi Alva, Piero Cappuccilli, Graziella Sciutti , Gottlob Frick EMI 1959
… a perfeição perfecta!
… e isto não é para dar graxa ao nosso Dissoluto a mais a sua gravação fetiche. Digo isto porque é mesmo verdade! :-)
LG
Caro LG
ResponderEliminarNão tenho mas obrigado pelo conselho. Sou pouco dado ao D. Giovanni. Prefiro de longe as Bodas de Figaro.