(Jonas Kaufmann como protagonista de Lohengrin, Munique, 2009)
...Kaufmann na terra.
E se, algum dia, alguém descobrir maior protagonista de Lohengrin, por favor, faça-mo chegar.
Escutar este excerto, interpretado pelo maior tenor wagneriano, é atingir a plenitude, alcançar a transcendência, privar com o divino... Tudo o mais é puramente terreno.
Kaufmann é a prova material da existência da Divindade.
João, é bem verdade o que diz.
ResponderEliminaraqui há dias fui a fnac do chiado e esse Lohengrin em questão estava a ser transmitido no lcd que lá existe. A principio, ia com os meus phones, completamente alheio a tudo o resto, mas como o som conseguia ultrapassar o meu, acabei por ouvir. ouvir e ficar curioso, e de curioso passei a colado ao ecra. Magnifico. Será que este homem canta alguma coisa mal? Do excerto que tambem ouvi do Vesti la Giuba é completamente arrepiante.
Melhor que o Kaufmann sem dúvida Lauritz Melchior. O Kaufmann, a meu ver, nalgumas partes com a sua voz lindíssima abusa um pouco do "parlare".
ResponderEliminarDeixe-o ganhar um tempo, Dissoluto, para ele ascender ao Walhalla lírico.
ResponderEliminarOlhe o que aconteceu a Rolando Villázon. Para mal dos meus pecados,
… e eu que tanta fé tinha no homem…e ainda tenho, pois então :-) …
Esta Excia. Mexicana :-D , só me parece ter durado 15 dias. Não vá o mesmo acontecer ao seu novo Divo.
Ele lá anda entre Lucerna-Florestan e Bayreuth-Lohengrin. Que não lhe faça mal ao gorgomilo é o que todos nós lhe desejamos e queremos. Mas, olhe que já há aí na Net muito crítico a dizer que ele não é assim tão prodigioso vocalmente como lhe vêm propagando nas laudas… Invejas??... :-?
De qualquer maneira que AMADUREÇA E QUE SE VEJA LIVRE daquele timbre muito escuro à Vickers E CRIE UM SEU E SÓ SEU, PRÓPRIO.
Só assim teremos Deus, Lauritz Melchior, Max Lorenz, Georges Thill, Franz Völker, Ludwig Suthaus, Wolfgang Windgassen no céu... e
Jonas Kaufmann na terra.
LG
1º P.S. A propósito… acabadinho de adquirir a preço módico, vulgo da uva mijona :-D , num hipermercado de la Colture :-)) próximo de nós
Georges Bizet - Carmen / Antonacci, Kaufmann, D'Arcangelo, Amsellem, Pappano (The Royal Opera House) DVD Decca
Após
DVD Wagner, Berg, Malher- Vladimir Jurowski, LPO. Medici Arts DVD
E
La Forza del Destino – Verdi. Zubin Mehta; Maggio Musicale, 2007.Violeta Urmana, Roberto Scandiuzzi, Carlo Guelfi, Marcello Giordani e Julia Gertseva. DVD TDK/Arthaus
Lanço-me à sobredita Carmen ROH. Longa vai a lista de boas referências na crítica internacional e acho que também por aqui no seu Blog. Vou pesquisar ;-)
2ºP.S. Já agora, sabia que…
http://www.forumopera.com/index.php?mact=News,cntnt01,detail,0&cntnt01articleid=1891&cntnt01origid=57&cntnt01detailtemplate=gabarit_detail_breves&cntnt01lang=fr_FR&cntnt01returnid=36
Mr. Lg,
ResponderEliminareu gostei muito dessa Carmen. Antonacci pode não cantar na perfeição, mas compensa de outras formas. Essa Carmen transpira a sexo e sensualidade por todos os poros. Antonacci é uma grande actriz e o Kaufmann está delirantemente apaixonado por ele. Sente-se Uma enorme química no ar! Para mim o grande senão reduz-se só e Apenas à Micaela, cuja voz é mesmo feia!
Blogger,
ResponderEliminarTambém eu adorei esta Cármen que acabei de ver.
Fala da Micaela? Não achei assim tanto. Norah Amsellem já canta há muito tempo este papel, há mais de uma década. Mas dá-nos uma profissional Micaela. Sei que a voz acusa já um certo desgaste, que se nota muito e logo numa soprano lírica. Faz muitas Violettas Valéry. E daí notar-se na sua voz já um certo metal verdiano… a mulher parece que já quer fazer a Leonora do Trovatore. Mas está, obviamente, muito longe disso. Nem sei se algum dia conseguirá tal…
De quem me queixo é de Ildebrando D´Arcangelo, que nos dá um Escamillo muito banal a todos os níveis. Voz não muito carismática para esta personagem. Além de pecar, deu-me a sensação, de pouco volume.
Quanto ao resto… :-)
****, 5 !!
Antonacci merece todo o palmarés e todos os elogios por ter uma carreira bem estudada e subida a pulso. Tem merecido ultimamente, e muito, grande cobertura em DVD das suas performances: Berlioz - Les Troyens / Graham, Gardiner, Chatelet Opera; Donizetti: Maria Stuarda - Teatro Alla Scalla com Mariella Devia; Rossini - Ermione / Davis, Glyndebourne Opera; Cherubini: Medea, Giovanni Battista Parodi; etc, etc.
Estamos longe das Cossottos, Verretts, Hornes, Resniks, Obraztsovas e quejandas. Temos uma Cármen egoísta, cadela, ansiando sempre pela sua independência e liberdade. E isto já é um entendimento da personagem muito reflectido e maduro, nota-se mão do profissionalismo Antonacci. Tenho pena é de que uma certa tradição de se rematar o “Près des remparts de Séville”com um agudo da Meio-soprano (após as últimas frases de Don José, durante as suas afirmações seguintes de desejo ao “apalpar” :-) Carmen e esta ao repetir “Nous danserons... la seguedille… En buvant du Manzanilla,”) estar-se a perder.
Por amor de Deus, está-se numa cena de engate. Tem que haver além de sexo, entusiasmo, furor, vocalidade no seu pleno… e é isso que vem faltando às últimas Mezzos que por aí andam.
Ah… saudades da Obraztsova e da Baltsa. :-)
Também teria ADORADO que durante esta cena, a MAIOR de sedução da ópera, ambos os artistas tivessem SIDO MAIS EXPLÍCITOS, AINDA MAIS OUSADOS... mas, obviamente, dentro dos limites da moral "burguesa" de um espectáculo. Sexo, nesta cena, não falta… e ainda bem :-)
… Não sei do que me queixo: tanto Kaufmann e Antonacci fizeram, e muito bem, o que a muitos cantores teria saído ou um grande desastre ou uma grande canastrice. :-)
Kaufmann, Kaufmann, Kaufmann… o que se pode dizer? Nada. Perfeito. O homem até Rapel faz no IIIº Acto, aquando da chegada de Escamillo . :-D
E cá está ele outra vez com aquelas frases à Vickers e à Corelli… e não tome isto, caro Blogger, como uma repreensão. É uma excelentíssima referência. :-) Parece que tem receio de insistir nos Agudos Fortíssimos. Já reparei nisso. Questões de poupar a voz para o futuro que se lhe reserva? … :-?
Mas liberta plenamente a voz no Final do IIIº Acto e no Dueto final, como deve ser :-)
Pappano não me seduziu nos prelúdios aos actos da Carmen. Mas, de resto, excedeu-me muito as expectativas e deixou, como eu costumo dizer quando a Orquestra nos mostra todos os pormenores e cores da Partitura, a Orquestra RESPIRAR quando bem devia.
Destaco também Matthew Rose como Zuniga, que bem merece melhor projecção daquela que tem SÓ em Inglaterra. De uma excelente vocalidade e … um gigante. Reparou na Cena do IIº Acto, na taberna de Lillas Pastia, quando luta e espanca Don José? O cenário até abanou. :-D A Wotan in the making. Who bets? :-) Hein? …
Viktoria Vizin em Mercédès, também excelente prestação, good looks e de voz cheia, bem projectada de Contralto/ Mezzo. Terá também direito a um futuro promissor?...
É raro eu deitar lágrimas no Dueto final da Carmen, que é daquelas partes da obra que serve como autêntica justificação da existência da Ópera como forma de Arte. Nesta versão eu deitei. Nos aplausos/agradecimentos ao público finais, também. Razões para considerar esta Carmen como a Carmen de hoje.
Obrigadíssimo pela sua atenção, Blogger. :-)
LG
MR. LG, tem toda a razão. Falta ao Don José ali muita coisa sim senhor! Mas o resto supera tudo, é o que nos vale! ainda bem que gostou! :)
ResponderEliminarQuanto a Pappano, o homem nunca me desilude. É o meu maestro actual preferido. Parece que me faz ouvir sons nunca antes escutados, nem sei explicar. É como diz, deixa a orquestra respirar e evidencia as subtilezas do génio do compositor. Ah, como será ele a dirigir obras de Massenet? Uma Thais, uma La Vierge ou, quem sabe até (e digo piano piano) uma Esclarmonde? Pena é nos dias de hoje não haver ninguém com a voz e a ousadia para abraçar estes pesos pesados. Isso é que era de valor!
Caro Blogger,
ResponderEliminarEssas Óperas de Massenet... Hmmm... Tenho alguma curiosidade sobre elas e já, claro ouvi falar delas. Nunca, infelizmente, ouvi a Esclarmonde (sei que há gravação Decca Joan Sutherland), o Cid (com Bumbry e Domingo), o Don Quixotte (com Van Dam, Berganza, Plasson, EMI) e agora a última que saiu Le Jongleur de Notre Dame (gravação com Roberto Alagna, Orchestre National de Montpellier, E. Diemecke, DG).
Tenho pena…
Infelizmente sabemos nós todos que deixamo-nos levar pela nova vaga mainstream, bem pensante e intelectualizada do nosso meio musical ocidental: Tudo Light, Mozarts abarrocados, Beethovens em instrumentos de época … à qual o próprio Wagner também nem tem escapado… Mahlers e Bruckners originais, revistos e aumentados… Puccini que tome cuidado!!... :-)
A hora chegou de, como bem diz, rever, valorizar, “abraçar estes pesos pesados” do repertório lírico tardo-romântico séc XIX / inícios do Séc. XX. Bendito Alagna que gravou para a DG Le Jongleur de Notre Dame, benditos todos esses testemunhos já gravados em décadas passadas do repertório esquecido de Massenet, bendita a existência de um maestro como Michel Plasson que nos deu um excelente (presume-se) Werther, com o nosso tão falado Kaufmann na Ópera de Paris!!
… Que está para breve a edição em DVD. De aquisição obrigatória! ;-)
Benditos Plácido Domingo (se necessário seja dizê-lo…) e Alberto Veronesi que para a DG têm ressuscitado Puccini esquecido e outras obras negligenciadas de Ruggero Leoncavallo: “I Medici” está aí
…Quando o apanhar, já sei… :-)
Benditos sejam todos estes artistas! Já não era sem tempo de se dar espaço à La mélodie française ( entendamo-nos no seu sentido lato) de finais do Séc. XIX /inícios do Sec. XX e a uma reapreciação e reexecução do Verismo Italiano.
A propósito de pesos pesados…
Sabe quem é o meu Maestro favorito neste momento? DANIELE GATTI. :-)
Fez ( ou ainda faz neste momento) tremer as paredes do Festival de Salzburgo na nova produção da ELEKTRA de Richard Strauss, que por agora lá passa. Executa a Elektra de R. Strauss como ela deve ser executada, segundo as opiniões da Imprensa Internacional e na minha opinião também : um autêntico TERROR e ATERRORIZADORA, FÚRIA, BARULHENTA, EXPLOSIVA, DEMENTE…
Ai abafa os cantores?... Coitadinhos!! :_(
… que tenham ou (re)construam uma técnica que lhes permita ser como os bons velhinhos Melchiors, Lorenzs, Flagstads, Varnays, Rysaneks e Nilssons. Não havia Orquestra que, com esforço, não conseguissem, como eu costumo designar, “passar por cima”: serem perfeitamente audíveis estando a Orquestra em pleno e ENORME volume de execução. Ouça-se
ATTO II
Turandot - Giacomo Puccini: Francesco Molinari-Pradelli, Rome Opera Theater Orchestra & Chorus, Birgit Nilsson e Franco Corelli (Audio CD EMI – Edição 1990)
Turandot
Mi vuoi nelle tue braccia a
forza,
riluttante, fremente?
(…)
Calaf
No, no, Principessa altera!
Ti voglio ardente d'amor!
… e mai nada!!!!... :-)
Voltando à Elektra/ Gatti/ Salzburgo. Tudo indica que a Radiotelevisão austríaca tenha gravado este espectáculo. Quando este sair, ou em Cd ou em DVD, sou o primeiro a faná-lo do escaparate. Ai sou, sou… e, por aqui, A CASA TAMBÉM VAI TREMER! OLÉ ELEKTRA! :-D :-D :-D
Many Thanks, Blogger.
LG