terça-feira, 4 de maio de 2010

Ausência prolongada...



Algures entre a retirada (depressiva), secundária à semana de frenesim vivida além oceano, e o fascínio por este superlativo objecto de desejo, eis as razões da minha já longa ausência...

As críticas não estão esquecidas! A seu tempo, regressarei à terra blog.

29 comentários:

  1. é favor voltar depressa,a terra blogue precisa de si e eu em particular.

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  2. Mr. LG, el Mister05 maio, 2010 17:02

    hey... :-)
    What´s Up, Doc? ;-)))
    LG

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  3. Isto da gente se comprometer é uma chatice!

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  4. Isto de estarmos tão longe fez-me passar ao lado da infausta notícia da morte da grande GIULIETTA SIMIONATO. Eu estava mesmo para escrever aqui qualquer coisa no dia 12 a propósito do centésimo aniversário, o que seria bem patético. Foi uma excursão ao Valquírio do Paulo nesta manhã esquisita de Pequim que me levou à notícia.
    Falar da excepcional cantora seria um lugar comum num blogue como este que certamente em bloco reconhece nela uma das grandes cantoras do século.
    À suprema intérprete do repertório da sua pátria, queria aqui em forma de homenagem recordar dois feitos seus extraordinários, que pertencem a gravações que possuo, e que extravasaesse mesmo repertório:
    - A ária das Cartas do Werther, incluída no seu CD editado pela Decca.
    - A ária "S'apre per te il mio cor" (versão em italiano de "Mon coeur s'ouvre à ta voix")do Sansão e Dalila, pertencente a um recital em Chicago, se não estou em erro, juntamente com a Tebaldi e o Bastianini, dirigidos pelo Solti.

    Da Siminato possuo, para além de cds de árias as suas interpretações nas seguintes óperas:
    Norma (com a Callas)
    Anna Bolena (com a Callas)
    Gli Ugonotti (célebre produção
    do Scala de 1962 com um elenco
    de estrelas, onde a sua
    prestação é de soprano
    dramático)
    Il Trovatore (de Salzburg)
    Un ballo in maschere (ao vivo no
    Scala com a Callas)
    La Forza del destino (duas
    versões uma estúdio com a
    Tebaldi e a outra ao vivo com a
    Cerquetti)
    Don Carlo(de Salzburg)
    Aida (duas versões uma a
    Karajan e a outra ao vivo de
    Tóquio em dvd)
    Gioconda (com a Cerquetti)
    Cavalleria Rusticana ( Uma
    Mamma Lucia, dirigida pelo
    próprio Mascagni e duas
    Santuzzas uma estúdio com o
    Del Monaco e outra ao vivo de
    Tóquio e em dvd)
    Suor Angelica (com a Tebaldi)
    Adriana Lecouvreur (com a
    Tebaldi)

    RAUL

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  5. Caro Raul,

    possuo muitos dos registos que refere e mais alguns. Felizmente, a arte de Simionato encontra-se muito bem documentada, quer ao vivo, quer em estúdio.

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  6. Eu na era LP, possuí uma Cavalleria da Cetra, a sua Madalena do Rigoletto do Protti, a Amneris para a Aida da Mancini da Cetra, a Rosina e a Isabela também da Cetra. Na era cd ou não encontrei o substituto ou fiz outras opções.
    RAUL

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  7. Não conhecia a Charlotte da Simionato, Raul, mas encontrei aqui a ária das cartas.

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  8. Como não tenho acesso ao Youtube, não sei se é a gravação em estúdio que está incluída no cd da Decca. Se é essa, acho a interpretação muito grande e confesso que só a da Callas me impressiona tanto.
    No comentário anterior disse que tive a Italiana em Argel, mas enganei-me. Tive, sim, a Cenerentola, papel rossiniano a que esteve mais ligada, mas que eu hoje em dia prefiro mais a voz da Berganza.
    Raul

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  9. Trata-se de uma gravação em estúdio, Raul. Provavelmente a mesma.

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  10. J. Ildefonso.10 maio, 2010 13:40

    Também eu gosto muito da Simionato. Boa cantora e mulher inteligente sempre com comentários interessantes a propósito dos colegas e obras cantadas. A minha discografia da cantora é muito mais limitada. Norma, Trovador já um pouco decadente com o Corelli e a Tucci.
    A proposito da Tucci comprei uma Butterfly live que me encantou. Encontrei isto no youtube a quem interessar.

    http://www.youtube.com/watch?v=Bi27Agh5564

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  11. Caro João Ildefonso,

    obrigado pelo link. Uma descoberta assaz interessante. No que respeita à Butterfly da Tucci, possuo dois registos: Bergonzi, Vanni, Harvuot; Cleva (MET 1962) e Cossutta, Casey, Mastromei; Molinari-Pradelli (Buenos Aires 1968). Um papel pelo qual a cantora nutria especial afeição.

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  12. Tenho a Tucci em lives de Tóquio em dvd: na Nedda está bem para um papel não difícil, e na Aida confrontando-se com a Simionato. Aí já a tarefa é mais espinhosa, pois fica apenas pelo "honesto trabalho", sem nada a relevar, e ressentindo-se muito do confronto com a Amneris da Simionato, mas não tanto como a Gencer com a Cossoto na arena de Verona.
    Raul

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  13. Raul, mas que Aida é que poderia vencer a Amneris da Cossoto? Estando ela em palco a ópera passava a chamar-se "Amneris".

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  14. Só a Leontyne Price. Mas esta, quando se estreou no Scala, os críticos disseram, e bem, que a sua Aida seria aquela que Verdi tinha imaginado.
    Raul

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  15. Caro Raul,

    comparativamente às intérpretes que tenho ouvido, ultimamente, afrontar o papel de Aida, a segurança vocal de Gabriella Tucci, aliada a uma leitura idiomática, assente na melhor tradição italiana, seriam imensamente bem-vindas nos nossos dias. A mesma lógica poder-se-ia aplicar, em graus variáveis, a nomes como Anna Maria Rovere, Luisa Maragliano, Marcella de Osma, Rita Orlandi-Malaspina ou Orianna Santunione, só para me deter em intérpretes de origem italiana.

    No que concerne à presença esmagadora da Amneris de Cossotto, gostaria de invocar o incidente ocorrido na Arena de Verona aquando da produção da Aida de 1981 (disponível em DVD). Na ocasião, queixando-se que o seu figurino "empalidecia" face ao da "escrava" Maria Chiara, não teve contemplação em, literalmente, rasgar o vestido da colega.

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  16. Caro Hugo,
    Eu falava da interpretação de 1966 Gencer/Bergonzi/Cossoto. Ora aí está uma Aida bastante boa: Maria Chiara. Mais abrangente que a Tucci. Eu não tenho nada contra esta cantora, que acho que canta muito bem, mas nunca me consegue encher a taça. Joga sempre com muito cuidado, há um medo de falhar qualquer coisa. Esta foi sempre a sensação que me deu.
    Evocou alguns nomes italianos. Destaco a Rita Orlandi-Malaspina, aluna da Melis, como a Tebaldi, e que eu vi n'Um baile de Máscaras e na Tosca. Uma maravilha de timbre, dicção e interpretação mas a que o físico não ajudava muito.
    Hoje há poucas vozes para afrontar devidamente o papel, mas temos a Viorica Urmana, que tem todos os requisitos para ser a melhor Aida do momento. Elisabete Matos fará certamente uma boa intérprete. Não à estridência da Voigt. Vi recentemnte o video da Gioconda -- uma boa Gioconda é uma boa Aida --de Barcelona e não gostei nada. E numa linha mais lírica, menos dramática, próxima da Tucci, por que não a Angela Ghorghiu?
    Raul

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  17. "uma boa Gioconda é uma boa Aida"

    Raul, não sei se conhece o final da "Gioconda" pela Elisabete Matos em Tóquio. Veja quando tiver oportunidade.

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  18. Raul,

    muito curiosa e absolutamente válida a relação que estabeleceu entre a Gioconda e a Aida e que nos leva a intérpretes como Callas, Tebaldi, Cerquetti, Arroyo, Cruz-Romo, Rysanek, Orlandi-Malaspina, Milanov, Suliotis, Savova, Millo, entre outras. Confesso nunca me ter apercebido dessa correlação entre dois papéis que se prestam a tipologias vocais semelhantes, embora não idênticas. Enquanto a Aida, porventura, é passível de ser abordada por instrumentos a pender para o lírico, a Gioconda tende mais para o "spinto" ou mesmo para o dramático.

    Em relação à Angela Gheorghiu, não lhe vislumbro características, numa voz essencialmente lírica, que lhe permitam fazer justiça à princesa etíope. A Gabriella Tucci era um soprano "lírico-spinto", dotado de suficiente flexibilidade e boa extensão vocal, aspectos que levavam a que incluísse no seu reportório a Gilda do Rigoletto, entre papéis como a Violetta de La Traviata, a Aida, as Leonoras do Trovador e da Forza, a Amélia do Simon Boccanegra, a Margarida do Fausto, a Luisa Miller, a Desdémona do Otello, a Tosca, a Mimi de La Bohème, a Butterfly, a Liù da Turandot ou a Alice Ford do Falstaff.

    Uma última palavra sobre a Maria Chiara, cuja voz, pese embora não tão cultivada como a da Tucci, me agrada pelo engajamento dramático que projecta nas interpretações que lhe conheço.

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  19. J. Ildefonso.11 maio, 2010 05:31

    Eu gosto muito da Tucci mas realmente não me parece que a Aida seja o papel em que mais brilha. Era no entanto uma cantora versátil e de técnica segura com uma voz penetrante. Mais ou menos simultaneamente cantava a Gilda, Butterfly, Forza... Hoje em dia não se vê essa capacidade porque a técnica é diferente e acho que a voz a maior parte das vezes não é correctamente emitida e suportada.
    Não imagino na Gheorghiu na Aida. Aliás não a imagino em lado nenhum depois da Traviata de Milão. Talvez em casa a regar as plantas.
    Não cantou a Carmen do Met pois não? E a Traviata cantou metade das recitas previstas.

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  20. Caro Hugo,
    Por essa característica dramática que pode ter a Gioconda e que na Callas é inultrapassável, eu não disse o contrário que uma boa Aida era uma boa Gioconda. Quanto à Gheorghiu, eu acho que, se ela estiver em pleno e que parece, para satisfacção do parcialíssimo João Ildefonso, não anda lá muito bem, tem todas as condições para um terceiro e quarto acto da Aida bastante aceitáveis. Com o Ritorna Vincitori, principalmente as frases iniciais, e o segundo acto será mais problemático. A Freni não tinha o perfil da Aida dos dois primeiros actos e cantou-a. Mas é obvio que o papel não é na totalidade para o seu tipo vocal. A Matila canta-a, pelo menos no Youtube está um testemunho, por que não a Gheorghiu? Não sou um admirador incondicional desta cantora, mas não vou em modas de desancar nos artistas.
    Raul

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  21. Gostei do último comentário que aludia ao facto de não se ir em modas de desancar nos artistas e eu acrescentaria e de lhes atribuir qualidades que não possuem.
    :D

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  22. Caro Raul,

    na minha óptica, a voz da Gheorghiu "estacionou". Ao contrário de Mirella Freni ou Lucia Popp que, com o avançar da carreira, passaram, gradualmente, a abordar papéis mais "pesados", o instrumento da cantora romena manteve, na sua essência, o carácter lírico. Em tempos mais recentes, quer a sua Carmen, quer a sua Tosca não foram muito bem recebidas.

    "Divismos" à parte, é uma intérprete que me agrada e que, como poucas da sua geração, soube imprimir uma marca pessoal num dos mais emblemáticos papéis da Lírica: a Violetta de La Traviata (Covent Garden, 1994 - para citar o exemplo mais óbvio).

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  23. J. Ildefonso.12 maio, 2010 05:08

    Eu acho que a Gheorghiu foi uma cantora muito interesante e com um timbre muito especial. Para além da referida Traviata destaco a Rondine. Hoje em dia parece-me mediocre. Quem acompanhe os post do Blog há algum tempo verá que nunca me destaquei pleo meu entusiamo relativo há Gheorghiu e que há já bastante tempo que lhe teco criticas que consideo justas.
    Acho muito apropriada a referencia à Lucia Popp e à Mirella Freni e concordo em pleno com o comentário do Hugo Santos.
    A Freni voltou à Aida nos anos 80 depois duma pausa de alguns anos e construiu uma Aida muito mais intensa e interessante com uma estatura vocal muito diferente da inicial tal como pode ser verificado na gravação ao vivo em Houston com o Domingo.
    A Popp desenhou uma Condessa e uma Vitellia muito interessantes depois de ter sido durante decadas a Susana e a Servilia de referência.

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  24. Paulo,
    (Se calhar foi um milagre da visita de Bento XVI a Portugal: consegui ver no Youtube o dito final da Gioconda)
    Para já, muito obrigado, Paulo. Depois só posso dizer " que maravilha!" Grande e muito grande a interpretação da nossa ELISABETE MATOS. Pensar que vi há dois dias a Voight a ser aplaudida com bravos no Liceo com aquela Gioconda e que passou para dvd. O cúmulo.
    A Elisabete Matos desta Gioconda é de um grande soprano lírico-dramático, com uma voz ampla, igual, o que é importantíssimo, limpa, sem rugosidades, e bonita. E verdiana também.
    Espero bem que a nova direcção do S. Carlos a traga. Andam os japoneses a gozá-la e nós vêmo-la pelo Youtube! É incrível. Devia pensar-se num abaixo-assinado a exigir a vinda anual da cantora a Portugal.
    Ainda a propósito do video da Gioconda que o Paulo me indicou, constato que o barítono japonês Yasuo Horiuchi, um total desconhecido para mim, é excelente. Na representação do Liceo é o Carlo Guelfi que tanto prometia e agora nem se ouve.
    Mais uma vez muito obrigado Paulo pela oportunidade de ouvir tão excelente interpretação da Elisabete Matos. Será, sem dúvida, uma das melhores Aidas de agora se a cantar. A par da Urmana nem vejo quem seja melhor.
    Raul

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  25. Raul, fico muito contente por ter conseguido essa proeza e por concordar comigo. Penso que, infelizmente, apenas o final desta Gioconda está disponível. Bem eu gostaria de a ver toda (podemos imaginar o Suicidio). Quanto à Aida, arranjemos uma Amneris e um Radames à altura de Elisabete Matos e façamos uma petição a Martin André.
    Neste momento, se bem se lembra, o São Carlos deve-lhe uma Salome, à qual eu acrescentaria já uma Lady Macbeth, uma Isolda e por aí fora. Ora veja.

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  26. deve ter perdido uns bons 30kgs,quando a vi na Póvoa estava bem gordinha,parece quase um milagre,neste caso um milagre dos bons!

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  27. esta retirada começa a ser preocupante,haverá aí nessa assembleia alguém que vislumbre sinais do nosso homem?

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