segunda-feira, 29 de março de 2010

Blanche Thebom (1915 - 2010)



Aos 94 anos, em S. Francisco, falece a extraordinária Blanche Thebom, mezzo-soprano americano, de origem sueca. O leitor poderá encontrar uma amostra da sua qualidade no Tristan und Isolde, de Furtwängler (EMI), onde a intérprete incarna Brangäne, ao lado de Flagstad.



Embora Thebom fosse um mezzo verdiano de assinalável qualidade, foi em Wagner que mais se destacou, particularmente no Met, nos idos anos 1940 - 1960.

RIP

«Blanche Thebom, a mezzo-soprano who was discovered singing in a shipboard lounge as a teenager and went on to sing more than 350 performances with the Metropolitan Opera, died on Tuesday at her home in San Francisco. She was 94.

Her death was confirmed by Roger Greenberg, a longtime friend.

In a field long dominated by Europeans, Ms. Thebom (pronounced THEE-bom, with the th as in thin) was part of the first, midcentury wave of American opera singers to attain international careers. Associated with the Met from the mid-1940s to the mid-1960s, she was praised by critics for her warm voice, attentive phrasing and sensitive acting.

Ms. Thebom was best known for Wagner. She made her Metropolitan Opera debut in Philadelphia in November 1944 as Brangäne in an out-of-town production of “Tristan und Isolde”; the next month she appeared with the company in New York, singing Fricka in “Die Walküre.”

Reviewing her “Walküre,” a critic for The New York Times wrote that Ms. Thebom “scored an immediate success.”

At the Met, her other roles included Ortrud in Wagner’s “Lohengrin,” Azucena in Verdi’s “Trovatore” and Amneris in his “Aida,” and the title role in Bizet’s “Carmen.” She also sang at Covent Garden and the Glyndebourne festival in England.

In 1957, presented by the impresario Sol Hurok, Ms. Thebom made a three-week tour of the Soviet Union. (There, as The Times wrote afterward, “the singer was surprised to find that her mink coat was a traffic stopper wherever she went.”) Her engagements included a Carmen with the Bolshoi Opera in Moscow.

Ms. Thebom last performed at the Met in 1967. She later directed the opera program at the University of Arkansas, Little Rock, and afterward moved to San Francisco, where she taught privately and helped create a training program for young singers.

In later years, Ms. Thebom appeared often in duo recitals with the soprano Eleanor Steber.

Blanche Thebom was born on Sept. 19, 1915, in Monessen, Pa., and reared in Canton, Ohio; the year of her birth is often given erroneously as 1918. Her parents immigrated from Sweden. As a girl, she sang in a church choir.

While still a teenager, Ms. Thebom traveled to Sweden with her parents in the 1930s. On the crossing, she was heard singing in the ship’s lounge by Kosti Vehanen, a pianist who often accompanied the contralto Marian Anderson. Mr. Vehanen arranged for Blanche to study in New York, where her primary teacher was Edyth Walker, a former Metropolitan Opera mezzo.

Ms. Thebom’s marriage, to Richard Metz, ended in divorce. No immediate family members survive.

Her recordings include Mozart’s “Così Fan Tutte,” in which she sings Dorabella, on the Sony Classical label, and albums of songs by Hugo Wolf and Robert Schumann for RCA Victor. She appeared in films, among them “Irish Eyes Are Smiling” (1944) and “The Great Caruso” (1951).

Ms. Thebom’s career seemed ordained from the moment she stepped onto the New York stage. Making her recital debut at Town Hall in January 1944, she sang a program of Massenet, Handel, Mussorgsky and Brahms.

Reviewing the concert, The Times called her a “richly gifted young artist,” adding, “Her work revealed a wealth of temperament and an inherent musicianship that presage a brilliant career.”»

7 comentários:

  1. Penso que o passaporte para a eternidade veio-lhe desse Tristão com a Flagtad. E como se pode ver na fotografia e no Youtube (no Bell figlia dell'amore), era uma melher bem bonita.
    RAUL

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  2. Penso que o passaporte para a eternidade veio-lhe desse Tristão com a Flagtad. E como se pode ver na fotografia e no Youtube (no Bell figlia dell'amore), era uma melher bem bonita.
    RAUL

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  3. Nem mais, caro Raul. Destaco igualmente a sua Eboli e Amneris.

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  4. Caro Hugo,
    Não a conheço nesses papéis. Mas no Youtube além da Madalena há lá mais qualquer coisa, que eu não posso confirmar, porque aqui está censurado.
    Recentemente a Testament editou as representações londrinas da versão inglesa d' Os Troianos. Ela era a Cassandra e a Dido. As críticas, se calhar um pouco chauvinistas, ou talvez não, eram excelentes. Eu adoro Os Troianos, mas em inglês não.
    Raul

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  5. nunca ouvi falar nesta senhora.Ás vezes dou comigo a pensar o que ando a fazer eu neste blogue......... :)))

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  6. Portas,
    Por aqui não se preocupe. Era conhecida e não famosa e praticamente nos Estados Unidos. Saiu dessa situação porque, como se disse neste poster, participou numa das gravações mais famosas de todos os tempos. E até confesso que nem sei porquê ela e não outra mais europeia, como Margaret Klose ou Elisabeth Hongen, mezzos alemães, wagnerianos, com grande experiência no papel, dessa época (a primeira mais antiga ) e colossais.
    RAUL

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  7. Mr. LG, el Mister30 março, 2010 04:49

    Foi a própria Flagstad quem sugeriu a Walter Legge, produtor àquele tempo da Columbia Classic Records (se não estou em erro, e claro: a futura EMI) contratar para cantar o papel de Brangaene, nesta já tão elogiada e, sem dúvida nenhuma, superlativa versão, a Senhora Blanche Thebom que acabou por nos deixar. Tudo porque ficou com muita boa impressão sua ao contracenar/cantar com ela numas récitas do TRISTAN em S. Francisco datadas de 1949 e dirigidas por William Steinberg. Contando-se ainda no elenco com um Tenor , já muito pouco referido nos dias de hoje, sueco de sua nacionalidade e de nome Set Svanholm , que era o novo Tristan opposite Isolde-Flagstad na década de 40 e posterior, permanecendo a existência de maus humores entre ela e o gigante Lauritz Melchior a propósito de um arrufo aquando de uma récita da WALKURE no sagrado Met, que consistiam em comentários (Vulgo: Bocas :-) ) nada abonatórios a favor da lendária Soprano norueguesa e que envolviam também Lotte Lehmann, a Sieglinde em questão, e em que esta se saía mais airosamente. :-) Isto lá para os idos de 1936, 37 ou 38…
    Agora, não sei se Walter Legge alguma vez se aproximou de Hongen ou de Klose para fazerem o papel da Aia Brangaene desta lendária gravação. O que sei é que Klose, 2 anos depois (54), era a Fricka para Furt na WALKURE de Viena, outra lendária gravação à espera de uma nova e digna remasterização por parte da EMI.
    Sei também que Legge se aproximou de 2 novas senhoras cantoras, que já faziam furor nessa altura em Bayreuth, para o papel da Aia : Martha Moedl e Leonie Rysanek. A 1ª, parece que declinou o convite porque a sua voz estava agora mais direccionada para a dramatische wagnerian sopran (preparava a 1ª Isolde Wieland Wagner Bayreuth nesse mesmo ano de 52), a 2º achava que o papel da Aia já era demasiado secundário para a nova Diva que acabava de nascer: ela mesma, a própria Frau Rysanek.
    And, finally, the Oscar went to Miss Thebom… for all eternity. :-)
    :-| … Só de pensar que o Sr. Walter Legge ainda não tinha contratado, naqueles miraculosos primeiríssimos anos musicais da década de 50, uma Sra. que já andava a fazer furor pelos palcos de Itália e que tinha como nome de baptismo Maria Anna Cecília Sofia Kalogeropoulos, vulgo Maria Callas, dão-me umas voltas ao estômago…
    Já imaginaram, os aqui presentes, o que seria o fogo vocal Callas em 50, 51, 52 DEVIDAMENTE GRAVADO PELA TÉCNICA DE PONTA EMI daqueles anos?... é de chorar para toda a eternidade! :_( …
    Informações retiradas das Edições GREAT RECORDINGS OF THE CENTURY – EMI - TRISTAN UND ISOLDE (para mim a melhor remasterização/som possível de momento desta Gravação) e NAXOS HISTORICAL - GREAT OPERA RECORDINGS.
    Rest Your Soul, Miss Thebom.
    LG

    P.S.: … e há a outra questão dos famosíssimos agudos do início do Dueto de Amor do IIº Acto do TRISTAN dobrados pela Elisabeth Schwarzkopf…
    Bem… isto, Graças a Deus, é um nunca mais acabar de anedotas musicais,
    não é? ... :-)

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