Este artigo do The Guardian constitui uma notável lição, extensível a muitos outros domínios da natureza humana. Contra o pessimismo e catastrofismo – tão mundano e (hélas) tão luso –, Andrew Clements realiza uma cuidada análise da evolução do mercado editorial discográfico, desde finais do século passado, quando Norman Lebrecht – qual profeta da desgraça – previu o final da edição discográfica.
Evidentemente, a edição discográfica prossegue, tendo apenas operado algumas transformações e adaptações à realidade actual, senão vejamos:
«It is 12 years since the music writer Norman Lebrecht first donned his Cassandra costume and predicted the demise of the classical recording industry in the early years of the new century. He has reaffirmed his dire prophesies several times since, but so far they have proved considerably less accurate than those of his Trojan counterpart. Classical CDs are still very much with us and, to judge from the quantity, variety and provenance of the new releases that continue to tumble through my letter box each month, they are more diverse and often more enterprising than ever before.
Por falar em Norman Lebrecht... leu o inquietante Who Killed Classical Music?
ResponderEliminarBom ano, João.
Para si e para todos os que aqui vêm.
Teresa,
ResponderEliminarNão li, não. Bom ano para si, também ;-) E para os seus !
o cd atingiu a maturidade há varios anos e as editoras discográficas só dele não extraem mais qualidade porque simplesmente não estão interessadas.
ResponderEliminarA vinda em massa do download gratuito ou meio pago,,trouxe uma agitação ao mercado que apanhou tudo de surpresa e não vejo modo de travar esse crescimento.
As editores falam de prejuizos astronómicos,mas esqueceram-se de falar dos lucros faraónicos durante anos e anos,vendendo discos e cds a preços exorbitantes,numa lógica de ganancia pura.
O que acontece hoje,é a revolta do consumidor,justa.Não é solução futura,concerteza,defendo os direitos de autor,mas a industria discográfica é a ultima a ter legitimidade para reclamar o afundanço do mercado.
O vinil existe,e inclusivé dá sinais de ligeiro crescimento,as prateleiras da fnac vão crescendo aos poucos,mas não creio que salve nada.
Quem compra vinil? alguns dos 30 para cima,alguns dj's e pouco mais.As editoras practicamente vão ao mercado que ainda tem algum poder de compra.Nada mais.
Não discuto a qualidade do vinil,essa é inquestionável e sem duvida de nivel superior.Um leitor de cd que se compare ao vinil nunca custa menos de 3 ou 4 mil euros,e mesmo assim....
a cassete varreu-se,o cd resiste e o mp3 existe.
O mercado é cruel,as editoras não menos.Hoje,apesar de tudo,podemos usufruir de cds relativamente baratos,muitos de grande qualidade e o catálogo mundial é colossal.Vantagens.
Eu não gosto de comprar/roubar musica ao kilo,salvo rarissimas excepçoes,estou farto de musica comprimida e ultra comprimida,de não ver a cara dos artistas,de não ver as letras,de olhar e não ver nada.Não renego o dinheiro que gasto em cds e procuro sempre editoras de nivel audiófilo.Infelizmente o mercado tem arrasado muitas,e outras estão a ir.Ouça-se gravações da Chesky,da Opus 3,da Groove,e as remasterizações que algumas multinacionais fizeram e percebe-se que o cd tem muito para dar.
Quando nos anos 80 se fez a transiçao para o cd,muita asneirada foi feita e muita gente (eu incluido) julgou que o cd vinha para salvar o mundo e arrasar com o vinil.Ouça-se as gravaçoes dos anos 80 em cd e percebe-se a porcaria de som que ali está,pior que um mp3 actual.
Felizmente que o cd evoluiu e hoje é um sistema maduro.
Eu tenho o privilégio de ter um sistema hi-fi como Deus me mandou ouvir :)) trabalhei muito para ele,mas valeu o sacrificio de tanto esforço.
Quando ouço um cd da editora americana Reference Recording,seja ele qual for,entendo que será um crime acabar com o cd e deixar cair a musica no formato comprimido,onde as orquestras,as vozes,os instrumentos,parecem vir todos de um tunel virtual,sem espaço,sem palco,sem profundidade,sem alma.
é certo que o mp3,facil de armazenar,facil de transportar,facil de "sacar",facil de tudo,é dinamico,tem "pujança",mas é cansativo e em volumes altos cansa rapidamente o ouvido.
Se o mercado estivesse legitimado apenas pelo consumidor,acredito que o cd morria dentro em pouco,o vinil igual,ou quando muito teriam vendas residuais.
O povo decidiu que quer musica barata ou de borla,o povo decidiu que está farto de ser explorado pelas editoras gananciosas.O povo está farto de ser enganado.
O SACD foi um flop,nem á maturidade chegou,a guerra blue ray/dvd audio foi o que se viu,a fazer lembrar a guerra vhs/beta.
Agora está na berra o DAC,conversores digitais de nivel audiófilo,oxalá que não seja mais um engano.
O povo vai morrer empanturrado!
Pode ser que a musica,a grande musica,salve isto tudo.