Espanta-me que, em lugar da Così de Karajan, não tenha posto a de Böhm, também com Schwarzkopf, que tenha esquecido o Don Giovanni de Krips, com Della Casa e Siepi e o Tristão de Kleiber!
Haveria, certamente, muito a comentar sobre as escolhas do nosso Dissoluto. Fico-me, contudo, pelo elogio às Bodas de Gardiner, registo que possuo em DVD, pelo modelar trabalho de conjunto operado pelo maestro britânico numa ópera cuja essência reside, em larga medida, na qualidade do colectivo.
Como dizia o grande leader chinês, responsável pela China como potência mundial, Deng Xiaoping, procuremos os pontos que nos aproximam e não os que nos afastam. Comecemos pela concordância absoluta: Don Giovanni do Jacobi Rigoletto: Gobbi / Callas Aida: Karajan / Tebaldi / Bergonzi Guiglielmo Tell: Milnes / Pavarotti Le Nozze: Giulini / Schwarzkopf Salome: Studer Tristão: Flagstad Tristão: Nilsson, Vickers (Orange) Elekta: Nilsson Trovador: Price, Domingo Norma: Caballé, Vickers (Orange) Elektra: Rysanek Rigoletto do Kebelik Lucia: Karajan, Callas, di Stefano Don Giovanni: Giulini, Wachter Tetralogia do Solti Verdi: Don Carlos
Gravações que eu incluiria: Mozart, Idomeneu: Jacobi Mozart, A Flauta Mágica: Klemperer Rossini, La Cenerentola: Abbado, Berganza Rossini, Il Viaggio a Reims: Abbado Bellini, Norma: Callas, Corelli Verdi, Macbeth: Cappucilli, Verret Verdi, Traviata: Giulini,Callas, di Stefano, Bastianini (Scala, 1955) Verdi: Simão Bocanegra: Cappucilli, Freni, Verdi: La Forza del Destino (DVD): Tebaldi, Corelli, Bastianini Verdi: Otelo (Toscanini) Verdi: Falsatff (Karajan) Puccini: La Boheme: Los Angeles, Bjorling Puccini: La Bohéme: Tebaldi, Bergonzi Puccini: Tosca: de Sabata, Callas Puccini: Turandot: Nilsson, Bjorling, Tebaldi Mascagni: Cavellaria Rusticana: Cossoto, Bergonzi (para continuar) RAUL
Meus caríssimos leitores: a minha escolha de 39 obras foi, apenas, uma alusão à minha idade (39 primaveras, ontem comemoradas). Evidentemente, muitas peças ficaram de fora! Com o avançar da idade, muitas outras integrarão a lista ;-) Got it?!
pois....não era 39 por acaso,aliãs 39 nem fazia sentido para um best of,mas assim fica tudo entendido :) então desejos de muitos e prósperos invernos,e fico á espera das suas melhores 100 operas :))) Zdaróvia :)
My most dearest Dissoluto. - Houston. We have a problem… ;-D … And that problem is Mozart´s DON GIOVANNI! Passo a explicar-me: naquela breve e saudosa entrevista que tive consigo, confessei-lhe que Mozart não era, definitivamente, my cup of tea. Because… well, because o tempo passou e a minha educação/formação musical foi evoluindo e, tal qual um fruto da contemporaneidade, dei-me muito mais envolvido emocionalmente com os tempos musicais mais próximos de nós: Sécs. XIX e XX. De Rossini a Zandonai, Respighi (que bem mereciam uma reavaliação as suas Óperas), de Beethoven a Bernd Alois Zimmermann, de Berlioz a Poulenc, a Britten, de Glinka a Shostakovich… vou a todas. Agora o Séc. XVIII Gluckiano e Mozartiano para mim está demodée!!... Crime de lesa Majestade!... dirão uns… eu não. Por estranho que pareça, aturo melhor a pomposidade cerimoniosa de Haendel ou de Gluck do que os “ganze Quipro quo” de Mozart. Inútil e pecaminoso (agora sim!) seria discutir aqui os retratos psicológicos coloridíssimos e acertadíssimos da condição humana que Mozart/Da Ponte nos dão na sua Trilogia NOZZE/GIOVANNI/COSI FAN. Mas… a “attesa” de BUTTERFLY é mais pungente que a de Don Ottavio, a”vendetta” de ELEKTRA, AZUCENA É MAIS PUNGENTE que a de Donna Anna, o DISFARCE de ALBERICH é melhor do que o de Giovanni, o ciúme de MICHELE/IL TABARRO é bem mais agudo e duro do que o de Elvira… bem, FAFNER DER WURM resulta bem melhor do que a estátua do Commendatore; depois da SALOME de Herr Richard e da LULU de Alban Berg já mulher nenhuma é uma de olhinhos de carneiro mal morto a pedir ao Masetto que lhe desance no lombo, lhe dê um arraial de purrada. Por tudo isto caros Bloggers desta digníssima praça, está na hora de me reconciliar com o Séc. XVIII DAS LUZES! E que produziu o génio Mozartiano, a mais o seu GIOVANNI, IL DISSOLUTO PUNITO… Não você, caro João… o outro, o verdadeiro, o do próprio Herr Amadeus Mozart. :-D Melhor do que você em matérias de Don Giovannismos deve haver poucos ou nenhuns. Por isso bebo dos seus conselhos. Tenho aqui em casa os Dons de FURTWANGLER (perfeitamente datado do ponto de vista orquestral) e o MUST dos Dons: GIULINI (Ah, a entrada de Elvira na voz de Schwarzkopf… inoubliable!)… MAI NADA! Em DVD, Don Giovanni – nenhum! Tenho mais Nozzes, Cosis, Zauberflotes do que Giovannis. Do RAPTO já estou bem servido e chega-me: Solti CD, Bohm DVD. Por Le Nozze, tenho um ratinho (porque não os tenho) por Bohm 67 ou 68, Davis 70 ou 71, se não me engano (Freni, Norman, Wixell, Minton et al) e por Marriner 83/84 (Hendricks, Raimondi, Popp, Baltsa, Van Dam…) Agora está na altura de me debruçar/reconciliar com o Don: - Versão Bohm 67, não? … Assusta-me o TITANIC :-D :-D que será Nilsson na Donna Anna, … e eu que sou fãnzérrimo da Sra. até dizer chega!... ;-)) - Versão Davis Philips 74: Ganzarolli, Wixell, Te Kanawa, Arroyo, Freni… não??... ;-) Não estou a vê-lo a aconselhar-me Karajan, Solti I ou II, Klemperer, Maazel com Berganza… Da nova vaga BARROCOSA, vulgo Instrumentos Originais, NEM ME FALE!... BRRRRRRR!!!... até me arrepio! … ou não??... Eternas incógnitas do sentir Discográfico … :-D :-D Corre por aí nos escaparates dos Hipermercados da cultura uma versão económica do Giovanni de Sir Neville Marriner, com Francisco Araiza, Karita Mattila (cá está ela! ;-))) ), Marie McLaughlin, Robert Lloyd, Sharon Sweet, Simone Alaimo , Thomas Allen… vale a pena arriscar?... :-) E em DVD? - [2000] Levine, MET; Terfel, Fleming, Furlanetto, Kringelborn, Hong, Groves, Koptchak DG - Alvarez, Pieczonka, Antonacci, Kirchschlager, d'Arcangelo, Schade, Regazzo, Selig, Muti, Vienna Opera (1999) TDK ??...
Many, many thanks for your Blog, Dissoluto. E já agora: HAPPY, HAPPY BIRTHDAY! ;-)) LG
P.S. : chegou o ano da sua ida ao Met TOSCA/ Mattila/ Kaufmann e, se Deus quiser, Jimmy Levine. ;-))
2º Post: Caro portasabertascadeirasaosoco, esqueci-me de lhe felicitar pelo humor agudo e bem a tempo. :-) ... para já não falar das minhas ídolas BANANARAMA e de RICK ASTLEY, que hoje, de cereteza, meteria Andrea Bocelli num bolso! :-D :-D LG
O Don Giovanni de Krips, com Siepi, Lisa della Casa, Suzanne Danco e Corena, bem como um outro regido por Giulini, na década de 70 (creio eu), que juntou Ghiaurov, Janowitz, Jurinac e Kraus, são interpretações que lhe posso, desde já, recomendar, sem prejuízo, claro, dos sábios conselhos que o João lhe possa dar.
Nenhum dos Don que referes merece referência particular :( Depois dos referenciados neste post, só Krips'53, Muti, Harnoncourt e alguns que aqui - http://operaedemaisinteresses.blogspot.com/2005/05/don-giovanni-i-eptetos.html - apontei merecem uma segunda escuta ;-)
Quanto aos registos de Thomas Allen, fica-te pelo de Haitink. No do Marriner não estava top, top. Muito menos as demais senhoras, Mattila inclusive :(((
O de Giulini de 1970 enferma de vários problemas. O primeiro é a orquestra, que é inferior à Filarmónica de Viena, cujas cordas serão, talvez, as melhores do mundo. Depois, Jurinac não está ao seu melhor nível e, desilude, a meu ver, desde logo na ária inicial de Donna Elvira. Por fim, Bruscantini não me convence especialmente como Leporello.
Quanto ao Don de Muti que referiu, supondo que se trata do que gravou em estúdio, com a Filarmónica de Viena, sofre de um mal terrível para meu gosto: o Leporello de Ramey é excessivamente nobre, sério e digno, qualidades que prefiro ver associadas ao papel titular da obra.
Luís, Curiosas as nossas coincidências de gosto! Leia este post, de há anos, sobre o Don de Muti, onde Ramey canta um excessivamente nobre Leporello - http://operaedemaisinteresses.blogspot.com/2005/08/don-giovanni-muti-e-glria-americana.html.
Quanto às cordas de Viena, não posso estar mais de acordo - http://operaedemaisinteresses.blogspot.com/2006/06/parsifal-por-thielemann.html
Aqui - http://operaedemaisinteresses.blogspot.com/search?q=thielemann - também enalteço as ditas cordas de Viena, a propósito do Tristan de Thielemann ;-)
Divergimos só quanto à alta qualidade do Don de Muti. Allen não me entusiasma particularmente...O Parsifal que refere não o tenho! É essencial? Há ainda um Don que me merece referência, por duas razões: é o de Sir Colin Davis, que é responsável, com a Royal Opera House, por uma das leituras orquestrais da obra mais empolgantes que ouvi e que dispõe, ainda, da Donna Elvira de Kiri Te Kanawa!
Tem razão, o resto não convence, e o Don de Wixell roça a mediocridade. O Parsifal de Kna é lendário, de facto. Conhece esta versão: http://www.amazon.com/Wagner-Parsifal-Siegfried-Jerusalem/dp/B000PC1N4A/ref=sr_1_1?ie=UTF8&s=music&qid=1263078025&sr=8-1 ?
Não conheço esse :( E este - http://www.amazon.com/Wagner-Parsifal-Levine-Mazura-Metropolitan/dp/B00006J9OV/ref=sr_1_1?ie=UTF8&s=music&qid=1263078198&sr=1-1 -, conhece? Já vi esta encenação, com o Domingo e a Urmana :)
O Jerusalem está um pouco out, cansado... A Meier está sublime :) Tenho uma grande estima por esta mise-en-scène, sobretudo por tê-la visto em placo, antes do dvd
Haverei de deter-me nele. Estou, neste momento, numa incursão pelo bel canto, a desfrutar da Lucia de La Netrebko. Irrita-me imenso, do ponto de vista da imagem dramática, o Villázon, o que me faz duvidar sobre se hei-de encomendar ou não o dvd do Elisir d' Amore protagonizado pelo casal...
Metendo a colherada, quero dizer que possuo o Elixir com o par Netrebko/Villazon e que ambos são excelentes, onde o tenor bisa Una Furtiva Lacrima. O modelo para o Nemorino, para mim em dvd e no resto, é o Pavarotti no Met, mas a versão mais antiga com a Judith Blegen. Nos restantes papeis do Elixir da Netrebko está um mais ou menos Nucci e um Ildebrando d'Arcangelo a quem falto o lado buffo de um Enzo Dara e, recuando mais, Geraint Evans, e mais ainda o do excepcional Italo Tajo. Curiosamente um dos meus CDs do Don Giovanni é precisamente o mencionado dirigido pelo Giulinni. As senhoras, na minha opinião, estão óptimas, Kraus idem, mas o Bruscantini não é Leporello e os restantes, incluído o Guiaurov, há melhor em muitas outras gravações. Sobre o DVD do Don do Scala versão Muti/Allen já eu o João trocámos opiniões num dos primeiros comentários que eu fiz neste blogue. RAUL
Discordo quanto à Donna Elvira de Jurinac no Don de Giulini, que acho pouco convincente. Ghiaurov foi um bom Don, sem chegar perto do grande protagonista de sempre do papel titular da obra: Siepi.
Caro Luís Froes, Por circunstâncias várias não tenho neste momento comigo a gravação. Sena Jurinac, de que em tempos tive a Dona Anna da DG/Fricsay com o Diskau e a excepcional Maria Stader na Elvira, era uma cantora de tal calibre que me parece difícil que fizesse alguma coisa que não nos dessa satisfação. A sua presença e a da Janowitz foram a razão da minha compra, além de ter obtido por um preço muitíssimo convidativo. Na série L'Avant-Scène Opera, talvez a melhor do género dedicada à ópera e que certamente conhece, as Elviras super-ideais são a Schwarzkopf e a Jurinac, inclinando-se mesmo o crítico mais para a segunda. SEgundo ele e com o qual estou de acordo, a Jurinac traduz até à perfeição a "vulnerabilidade" de Elvira. RAUL
Caro LG,obrigado pelo piropo.Uma pitadinha de sal sempre é preciso,sob pena de a ementa ser demasiado asséptica e deshumana (ou será desumana?)... Além disso,é a única forma de alguém olhar para mim,já que de ópera deixo pouco rasto!
Jurinac foi uma cantora enorme e uma exímia mozartiana, disso não duvido nem o contesto. Na gravação em análise - e o defeito poderá ser só meu - não acho que deslumbre nem de perto nem de longe. Te Kanawa foi uma grande Donna Elvira, assim como a maravilhosa Lisa della Casa, sem esquecer, claro, Schwarzkopf. No mínimo, não creio que possam ficar abaixo de Jurinac, sobretudo se me deter na leitura de Giulini de que estamos a falar. É uma opinião minha, que vale muito pouco, e que pode até corresponder a um erro de análise. Se assim for, espero conseguir corrigi-la.
Caro Luís Froes, Eu respeito muito a sua opinião, que não haja a menor dúvida. E logo que possa irei rever a gravação, pois nem tudo o que diz o Avant-Scene eu concordo. Sim, Donas Elviras magníficas são as quatro que referiu, a que acrescentaria a grande, mas pequena (menos de 1,50), Maria Stader. RAUL
Embora não tenha presente a prestação de Jurinac na gravação mencionada, convém não esquecer que, à data (1970), a cantora já havia abordado alguns papéis mais dramáticos do cânone italiano como a Elisabetta do Don Carlo e a Tosca. Nesse sentido, afigura-se natural uma certa perda de brilho e flexibilidade na voz a que acresce o factor idade.
Vou fazer por ouvi-la, porque não a conheço bem. Trata-se da interpretação da DG, com Fricsay na regência?
Caro Hugo,
Talvez esteja aí a explicação para o desgaste. Vou reouvir a gravação, de qualquer maneira, para confirmar ou corrigir as minhas impressões. Até porque uma Jurinac desgastada é com certeza receita melhor do que muita coisa que por aí se ouve.
Agora em absoluta discordância com o João (já sei que o nosso Dissoluto não pensa assim), sugiro-lhe que espreite o Don Giovanni que Karajan dirigiu, em Salzburgo (não sei ao certo a data), e que existe em dvd. Conta com a dupla Ramey e Furlanetto (Don e Leporello, respectivamente), que muito aprecio, e com uma respeitabilíssima Donna Elvira, protagonizada pela grande Julia Varady, que encara o seu personagem com uma desorientação e fragilidade provocadas. Anna Tomowa-Sintow compõe uma Donna Anna algo histriónica, que não me agrada muito, mas é ladeada pelo nobílissimo Don Ottavio que é Gösta Winbergh. Furlanetto, um dos melhores Leporello's de sempre, brilha ao longo de toda a récita. A ária «O statua gentilissima» é a melhor que ouvi até hoje! Ramey dá corpo a um Don Giovanni sério e plenamente aristocrático, moralmente impenetrável. Globalmente, considero-a a melhor leitura disponível em vídeo. Conta, claro está - ou não fosse o grande Karajan o regente - com um certo peso romântico, suportável pela categoria vocal dos artistas (sendo que não suporto a Zerlina de Battle, que não é uma cantora que aprecie) e pela qualidade imbatível das cordas da Filarmónica de Viena.
Caro Luis Froes, Penso que está a referir-se à Dona Elvira da Stader e à Dona Anna da Jurinac. Sim, é da DG com muito da "equipe" Fricsay, incluindo o grande mozartiano Ernest Haefliger no Don Ottavio. Também acrescento que possuo a gravação do Festival de Salzburgo que refere e que estou muito de acordo consigo, excepto na apreciação da Battle, por mais antipática que a pessoa em si seja.
Não posso estar mais em desacordo contigo! À parte o Furlanetto e Ramey - óptimos, ambos - e, eventualmente, o Winberg... Tudo é demasiado rotineiro: Karajan arrastado e pesado, Sintowa estridente, Varady muito sofrível e Battle so, so...
A encenação é desprezível...
O MELHOR DON EM DVD, dizes? NO!!!
E o de Furtwangler??? Com o inigualável Siepi??? (DG)
O de Furt é lendário, designadamente porque conta com o grande Siepi (por muitos tido como o Don por excelência) e a maravilhosa Lisa della Casa. Mas, Furlanetto é talvez o Leporello que mais apreciei até hoje. Por outro lado, Karajan não arrasta nem pesa mais do que Furtwängler. A encenação é, de facto, terrível, mas a qualidade dramática de Ramey e Furlanetto é enorme, o que, de certo modo, compensa os limites criativos da leitura. Não vejo que Varady esteja tão sofrível assim, mas pode ser erro meu. Battle não é cantora que me mova e Sintowa está, como disse, histérica. Apesar de tudo, creio que a grande verão de Furt sofre de uma qualidade de imagem e sonora fraca e, mais ainda, de uma encenação também ela desactualizada e, para mim, desinteressante.
Cumprimentos
P.S. - Gostava de saber, para além da Fnac e do Corte Inglês (que são os locais que uso para adquirir música, a par das encomendas pela Amazon), que lojas o João conhece, em Lisboa, recomendáveis no que à música erudita concerne.
Abasteço-me nas mesmas que mencionou, em Lx. Não querendo ser parolo... quando procuro algo de fundo de catálogo, recorro ao estrangeiro, onde vou cerca de duas / três vezes ao ano. Em toda a Europa e América há - como saberá - óptimas lojas de música. É triste mas, no tocante à distribuição de música, Lisboa é muito periférica :(((
Caro João,
ResponderEliminarEspanta-me que, em lugar da Così de Karajan, não tenha posto a de Böhm, também com Schwarzkopf, que tenha esquecido o Don Giovanni de Krips, com Della Casa e Siepi e o Tristão de Kleiber!
Cumprimentos,
Luís
Haveria, certamente, muito a comentar sobre as escolhas do nosso Dissoluto. Fico-me, contudo, pelo elogio às Bodas de Gardiner, registo que possuo em DVD, pelo modelar trabalho de conjunto operado pelo maestro britânico numa ópera cuja essência reside, em larga medida, na qualidade do colectivo.
ResponderEliminarComo dizia o grande leader chinês, responsável pela China como potência mundial, Deng Xiaoping, procuremos os pontos que nos aproximam e não os que nos afastam.
ResponderEliminarComecemos pela concordância absoluta:
Don Giovanni do Jacobi
Rigoletto: Gobbi / Callas
Aida: Karajan / Tebaldi / Bergonzi
Guiglielmo Tell: Milnes / Pavarotti
Le Nozze: Giulini / Schwarzkopf
Salome: Studer
Tristão: Flagstad
Tristão: Nilsson, Vickers (Orange)
Elekta: Nilsson
Trovador: Price, Domingo
Norma: Caballé, Vickers (Orange)
Elektra: Rysanek
Rigoletto do Kebelik
Lucia: Karajan, Callas, di Stefano
Don Giovanni: Giulini, Wachter
Tetralogia do Solti
Verdi: Don Carlos
Gravações que eu incluiria:
Mozart, Idomeneu: Jacobi
Mozart, A Flauta Mágica: Klemperer
Rossini, La Cenerentola: Abbado, Berganza
Rossini, Il Viaggio a Reims: Abbado
Bellini, Norma: Callas, Corelli
Verdi, Macbeth: Cappucilli, Verret
Verdi, Traviata: Giulini,Callas, di Stefano, Bastianini (Scala, 1955)
Verdi: Simão Bocanegra: Cappucilli, Freni,
Verdi: La Forza del Destino (DVD): Tebaldi, Corelli, Bastianini
Verdi: Otelo (Toscanini)
Verdi: Falsatff (Karajan)
Puccini: La Boheme: Los Angeles, Bjorling
Puccini: La Bohéme: Tebaldi, Bergonzi
Puccini: Tosca: de Sabata, Callas
Puccini: Turandot: Nilsson, Bjorling, Tebaldi
Mascagni: Cavellaria Rusticana: Cossoto, Bergonzi
(para continuar)
RAUL
Weber, Der Freichutz: Kleber, Janowitz
ResponderEliminarWagner, Lohengrin: Krips,Thomas, Grummer, Diskau, Ludwig
Wagner, Os Mestres Cantores: Krips, Frantz, Grummer
Wagner: Parsifal: Knappertsbusch, Windgassen, Hotter
Strauss: Salomé: Solti, Nilsson
Strauss: DerRosenkavalier: Karajan, Schwarzkopf, Ludwig, Stich-Randall
Strauss: Ariadn auf Naxos, Karajan, Schwarzkopf, Grist, Seefried, Schok
Dvorak: Rusalka: Fleming
Janacek: Jenufa: MacKerras: Soderstrom, Randova,
RAUL
No Cavaleiro da Rosa não a Grist, mas Rita Streich
ResponderEliminarRaul
Meus caríssimos leitores: a minha escolha de 39 obras foi, apenas, uma alusão à minha idade (39 primaveras, ontem comemoradas). Evidentemente, muitas peças ficaram de fora! Com o avançar da idade, muitas outras integrarão a lista ;-) Got it?!
ResponderEliminarMuito bem. Então, muitos parabéns, atrasados.
ResponderEliminarRAUL
Muitos parabéns! Que conte muitos mais e a ouvir tantas coisas tão boas! E, já agora, um bom ano!
ResponderEliminarpois....não era 39 por acaso,aliãs 39 nem fazia sentido para um best of,mas assim fica tudo entendido :)
ResponderEliminarentão desejos de muitos e prósperos invernos,e fico á espera das suas melhores 100 operas :)))
Zdaróvia :)
esqueceu-se dos Modern Talking :)
ResponderEliminarMy most dearest Dissoluto.
ResponderEliminar- Houston. We have a problem… ;-D
… And that problem is Mozart´s DON GIOVANNI!
Passo a explicar-me: naquela breve e saudosa entrevista que tive consigo, confessei-lhe que Mozart não era, definitivamente, my cup of tea. Because… well, because o tempo passou e a minha educação/formação musical foi evoluindo e, tal qual um fruto da contemporaneidade, dei-me muito mais envolvido emocionalmente com os tempos musicais mais próximos de nós: Sécs. XIX e XX. De Rossini a Zandonai, Respighi (que bem mereciam uma reavaliação as suas Óperas), de Beethoven a Bernd Alois Zimmermann, de Berlioz a Poulenc, a Britten, de Glinka a Shostakovich… vou a todas. Agora o Séc. XVIII Gluckiano e Mozartiano para mim está demodée!!...
Crime de lesa Majestade!... dirão uns… eu não. Por estranho que pareça, aturo melhor a pomposidade cerimoniosa de Haendel ou de Gluck do que os “ganze Quipro quo” de Mozart. Inútil e pecaminoso (agora sim!) seria discutir aqui os retratos psicológicos coloridíssimos e acertadíssimos da condição humana que Mozart/Da Ponte nos dão na sua Trilogia NOZZE/GIOVANNI/COSI FAN. Mas… a “attesa” de BUTTERFLY é mais pungente que a de Don Ottavio, a”vendetta” de ELEKTRA, AZUCENA É MAIS PUNGENTE que a de Donna Anna, o DISFARCE de ALBERICH é melhor do que o de Giovanni, o ciúme de MICHELE/IL TABARRO é bem mais agudo e duro do que o de Elvira… bem, FAFNER DER WURM resulta bem melhor do que a estátua do Commendatore; depois da SALOME de Herr Richard e da LULU de Alban Berg já mulher nenhuma é uma de olhinhos de carneiro mal morto a pedir ao Masetto que lhe desance no lombo, lhe dê um arraial de purrada.
Por tudo isto caros Bloggers desta digníssima praça, está na hora de me reconciliar com o Séc. XVIII DAS LUZES! E que produziu o génio Mozartiano, a mais o seu GIOVANNI, IL DISSOLUTO PUNITO…
Não você, caro João… o outro, o verdadeiro, o do próprio Herr Amadeus Mozart. :-D
Melhor do que você em matérias de Don Giovannismos deve haver poucos ou nenhuns. Por isso bebo dos seus conselhos.
Tenho aqui em casa os Dons de FURTWANGLER (perfeitamente datado do ponto de vista orquestral) e o MUST dos Dons: GIULINI (Ah, a entrada de Elvira na voz de Schwarzkopf… inoubliable!)… MAI NADA!
Em DVD, Don Giovanni – nenhum!
Tenho mais Nozzes, Cosis, Zauberflotes do que Giovannis.
Do RAPTO já estou bem servido e chega-me: Solti CD, Bohm DVD. Por Le Nozze, tenho um ratinho (porque não os tenho) por Bohm 67 ou 68, Davis 70 ou 71, se não me engano (Freni, Norman, Wixell, Minton et al) e por Marriner 83/84 (Hendricks, Raimondi, Popp, Baltsa, Van Dam…)
Agora está na altura de me debruçar/reconciliar com o Don:
- Versão Bohm 67, não? … Assusta-me o TITANIC :-D :-D que será Nilsson na Donna Anna, … e eu que sou fãnzérrimo da Sra. até dizer chega!... ;-))
- Versão Davis Philips 74: Ganzarolli, Wixell, Te Kanawa, Arroyo, Freni… não??... ;-)
Não estou a vê-lo a aconselhar-me Karajan, Solti I ou II, Klemperer, Maazel com Berganza…
Da nova vaga BARROCOSA, vulgo Instrumentos Originais, NEM ME FALE!... BRRRRRRR!!!... até me arrepio! … ou não??... Eternas incógnitas do sentir Discográfico … :-D :-D
Corre por aí nos escaparates dos Hipermercados da cultura uma versão económica do Giovanni de Sir Neville Marriner, com Francisco Araiza, Karita Mattila (cá está ela! ;-))) ), Marie McLaughlin, Robert Lloyd, Sharon Sweet, Simone Alaimo , Thomas Allen… vale a pena arriscar?... :-)
E em DVD?
- [2000] Levine, MET; Terfel, Fleming, Furlanetto, Kringelborn, Hong, Groves, Koptchak DG
- Alvarez, Pieczonka, Antonacci, Kirchschlager, d'Arcangelo, Schade, Regazzo, Selig, Muti, Vienna Opera (1999) TDK ??...
Many, many thanks for your Blog, Dissoluto. E já agora: HAPPY, HAPPY BIRTHDAY! ;-))
LG
P.S. : chegou o ano da sua ida ao Met TOSCA/ Mattila/ Kaufmann e, se Deus quiser, Jimmy Levine. ;-))
2º Post:
ResponderEliminarCaro portasabertascadeirasaosoco, esqueci-me de lhe felicitar pelo humor agudo e bem a tempo. :-)
... para já não falar das minhas ídolas BANANARAMA e de RICK ASTLEY, que hoje, de cereteza, meteria Andrea Bocelli num bolso! :-D :-D
LG
Caro LG,
ResponderEliminarO Don Giovanni de Krips, com Siepi, Lisa della Casa, Suzanne Danco e Corena, bem como um outro regido por Giulini, na década de 70 (creio eu), que juntou Ghiaurov, Janowitz, Jurinac e Kraus, são interpretações que lhe posso, desde já, recomendar, sem prejuízo, claro, dos sábios conselhos que o João lhe possa dar.
Cumprimentos
MR LG,
ResponderEliminarNenhum dos Don que referes merece referência particular :( Depois dos referenciados neste post, só Krips'53, Muti, Harnoncourt e alguns que aqui - http://operaedemaisinteresses.blogspot.com/2005/05/don-giovanni-i-eptetos.html - apontei merecem uma segunda escuta ;-)
Quanto aos registos de Thomas Allen, fica-te pelo de Haitink. No do Marriner não estava top, top. Muito menos as demais senhoras, Mattila inclusive :(((
Luís Froes,
ResponderEliminarO Giulini de 1970, apesar de Ghiaurov, Kraus e Janowitz, é muito pálido, quando comparado com 0 primeiro, não?
Raul, Luís e Portas,
ResponderEliminarMuito obrigado. Cá vos espero para as 100 óperas de Vida ;-)D)D)
Caro João,
ResponderEliminarO de Giulini de 1970 enferma de vários problemas. O primeiro é a orquestra, que é inferior à Filarmónica de Viena, cujas cordas serão, talvez, as melhores do mundo.
Depois, Jurinac não está ao seu melhor nível e, desilude, a meu ver, desde logo na ária inicial de Donna Elvira.
Por fim, Bruscantini não me convence especialmente como Leporello.
Quanto ao Don de Muti que referiu, supondo que se trata do que gravou em estúdio, com a Filarmónica de Viena, sofre de um mal terrível para meu gosto: o Leporello de Ramey é excessivamente nobre, sério e digno, qualidades que prefiro ver associadas ao papel titular da obra.
Luís,
ResponderEliminarCuriosas as nossas coincidências de gosto! Leia este post, de há anos, sobre o Don de Muti, onde Ramey canta um excessivamente nobre Leporello - http://operaedemaisinteresses.blogspot.com/2005/08/don-giovanni-muti-e-glria-americana.html.
Quanto às cordas de Viena, não posso estar mais de acordo - http://operaedemaisinteresses.blogspot.com/2006/06/parsifal-por-thielemann.html
Luís,
ResponderEliminarAqui - http://operaedemaisinteresses.blogspot.com/search?q=thielemann - também enalteço as ditas cordas de Viena, a propósito do Tristan de Thielemann ;-)
Caro João,
ResponderEliminarDivergimos só quanto à alta qualidade do Don de Muti. Allen não me entusiasma particularmente...O Parsifal que refere não o tenho! É essencial?
Há ainda um Don que me merece referência, por duas razões: é o de Sir Colin Davis, que é responsável, com a Royal Opera House, por uma das leituras orquestrais da obra mais empolgantes que ouvi e que dispõe, ainda, da Donna Elvira de Kiri Te Kanawa!
Referia-me ao Parsifal de Thielemann com a Wiener!
ResponderEliminarLuís, tirando a Kiri e a direcção... Quanto ao Parsifal, não o dispenso, apesar de haver outros absolutamente imperdíveis - os 2 kna, nomeadamente.
ResponderEliminarTem razão, o resto não convence, e o Don de Wixell roça a mediocridade. O Parsifal de Kna é lendário, de facto. Conhece esta versão: http://www.amazon.com/Wagner-Parsifal-Siegfried-Jerusalem/dp/B000PC1N4A/ref=sr_1_1?ie=UTF8&s=music&qid=1263078025&sr=8-1 ?
ResponderEliminarNão conheço esse :( E este - http://www.amazon.com/Wagner-Parsifal-Levine-Mazura-Metropolitan/dp/B00006J9OV/ref=sr_1_1?ie=UTF8&s=music&qid=1263078198&sr=1-1 -, conhece? Já vi esta encenação, com o Domingo e a Urmana :)
ResponderEliminarConheço, sim senhor. Mas não o suficiente para o comentar com propriedade. E o João?
ResponderEliminarO Jerusalem está um pouco out, cansado... A Meier está sublime :) Tenho uma grande estima por esta mise-en-scène, sobretudo por tê-la visto em placo, antes do dvd
ResponderEliminarHaverei de deter-me nele. Estou, neste momento, numa incursão pelo bel canto, a desfrutar da Lucia de La Netrebko.
ResponderEliminarIrrita-me imenso, do ponto de vista da imagem dramática, o Villázon, o que me faz duvidar sobre se hei-de encomendar ou não o dvd do Elisir d' Amore protagonizado pelo casal...
Luís,
ResponderEliminarPartilho a sua embirração com o Villazón. É um palhaço, cenicamente. É verdade que canta maravilhosamente!
Quanto ao Elixir, não vou nessa ;-)
Metendo a colherada, quero dizer que possuo o Elixir com o par Netrebko/Villazon e que ambos são excelentes, onde o tenor bisa Una Furtiva Lacrima. O modelo para o Nemorino, para mim em dvd e no resto, é o Pavarotti no Met, mas a versão mais antiga com a Judith Blegen. Nos restantes papeis do Elixir da Netrebko está um mais ou menos Nucci e um Ildebrando d'Arcangelo a quem falto o lado buffo de um Enzo Dara e, recuando mais, Geraint Evans, e mais ainda o do excepcional Italo Tajo.
ResponderEliminarCuriosamente um dos meus CDs do Don Giovanni é precisamente o mencionado dirigido pelo Giulinni. As senhoras, na minha opinião, estão óptimas, Kraus idem, mas o Bruscantini não é Leporello e os restantes, incluído o Guiaurov, há melhor em muitas outras gravações.
Sobre o DVD do Don do Scala versão Muti/Allen já eu o João trocámos opiniões num dos primeiros comentários que eu fiz neste blogue.
RAUL
Caro Raul,
ResponderEliminarDiscordo quanto à Donna Elvira de Jurinac no Don de Giulini, que acho pouco convincente. Ghiaurov foi um bom Don, sem chegar perto do grande protagonista de sempre do papel titular da obra: Siepi.
Cumprimentos
Caro Luís Froes,
ResponderEliminarPor circunstâncias várias não tenho neste momento comigo a gravação. Sena Jurinac, de que em tempos tive a Dona Anna da DG/Fricsay com o Diskau e a excepcional Maria Stader na Elvira, era uma cantora de tal calibre que me parece difícil que fizesse alguma coisa que não nos dessa satisfação. A sua presença e a da Janowitz foram a razão da minha compra, além de ter obtido por um preço muitíssimo convidativo. Na série L'Avant-Scène Opera, talvez a melhor do género dedicada à ópera e que certamente conhece, as Elviras super-ideais são a Schwarzkopf e a Jurinac, inclinando-se mesmo o crítico mais para a segunda. SEgundo ele e com o qual estou de acordo, a Jurinac traduz até à perfeição a "vulnerabilidade" de Elvira.
RAUL
Caro LG,obrigado pelo piropo.Uma pitadinha de sal sempre é preciso,sob pena de a ementa ser demasiado asséptica e deshumana (ou será desumana?)...
ResponderEliminarAlém disso,é a única forma de alguém olhar para mim,já que de ópera deixo pouco rasto!
Caro Raul,
ResponderEliminarJurinac foi uma cantora enorme e uma exímia mozartiana, disso não duvido nem o contesto.
Na gravação em análise - e o defeito poderá ser só meu - não acho que deslumbre nem de perto nem de longe.
Te Kanawa foi uma grande Donna Elvira, assim como a maravilhosa Lisa della Casa, sem esquecer, claro, Schwarzkopf. No mínimo, não creio que possam ficar abaixo de Jurinac, sobretudo se me deter na leitura de Giulini de que estamos a falar.
É uma opinião minha, que vale muito pouco, e que pode até corresponder a um erro de análise. Se assim for, espero conseguir corrigi-la.
Cumprimentos
Caro Luís Froes,
ResponderEliminarEu respeito muito a sua opinião, que não haja a menor dúvida. E logo que possa irei rever a gravação, pois nem tudo o que diz o Avant-Scene eu concordo. Sim, Donas Elviras magníficas são as quatro que referiu, a que acrescentaria a grande, mas pequena (menos de 1,50), Maria Stader.
RAUL
Embora não tenha presente a prestação de Jurinac na gravação mencionada, convém não esquecer que, à data (1970), a cantora já havia abordado alguns papéis mais dramáticos do cânone italiano como a Elisabetta do Don Carlo e a Tosca. Nesse sentido, afigura-se natural uma certa perda de brilho e flexibilidade na voz a que acresce o factor idade.
ResponderEliminarCaro Raul,
ResponderEliminarVou fazer por ouvi-la, porque não a conheço bem. Trata-se da interpretação da DG, com Fricsay na regência?
Caro Hugo,
Talvez esteja aí a explicação para o desgaste. Vou reouvir a gravação, de qualquer maneira, para confirmar ou corrigir as minhas impressões. Até porque uma Jurinac desgastada é com certeza receita melhor do que muita coisa que por aí se ouve.
Cumprimentos
Caro Mr. LG,
ResponderEliminarAgora em absoluta discordância com o João (já sei que o nosso Dissoluto não pensa assim), sugiro-lhe que espreite o Don Giovanni que Karajan dirigiu, em Salzburgo (não sei ao certo a data), e que existe em dvd. Conta com a dupla Ramey e Furlanetto (Don e Leporello, respectivamente), que muito aprecio, e com uma respeitabilíssima Donna Elvira, protagonizada pela grande Julia Varady, que encara o seu personagem com uma desorientação e fragilidade provocadas. Anna Tomowa-Sintow compõe uma Donna Anna algo histriónica, que não me agrada muito, mas é ladeada pelo nobílissimo Don Ottavio que é Gösta Winbergh.
Furlanetto, um dos melhores Leporello's de sempre, brilha ao longo de toda a récita. A ária «O statua gentilissima» é a melhor que ouvi até hoje!
Ramey dá corpo a um Don Giovanni sério e plenamente aristocrático, moralmente impenetrável.
Globalmente, considero-a a melhor leitura disponível em vídeo. Conta, claro está - ou não fosse o grande Karajan o regente - com um certo peso romântico, suportável pela categoria vocal dos artistas (sendo que não suporto a Zerlina de Battle, que não é uma cantora que aprecie) e pela qualidade imbatível das cordas da Filarmónica de Viena.
Cumprimentos
Caro Luis Froes,
ResponderEliminarPenso que está a referir-se à Dona Elvira da Stader e à Dona Anna da Jurinac. Sim, é da DG com muito da "equipe" Fricsay, incluindo o grande mozartiano Ernest Haefliger no Don Ottavio.
Também acrescento que possuo a gravação do Festival de Salzburgo que refere e que estou muito de acordo consigo, excepto na apreciação da Battle, por mais antipática que a pessoa em si seja.
Luís,
ResponderEliminarNão posso estar mais em desacordo contigo! À parte o Furlanetto e Ramey - óptimos, ambos - e, eventualmente, o Winberg... Tudo é demasiado rotineiro: Karajan arrastado e pesado, Sintowa estridente, Varady muito sofrível e Battle so, so...
A encenação é desprezível...
O MELHOR DON EM DVD, dizes? NO!!!
E o de Furtwangler??? Com o inigualável Siepi??? (DG)
Caro João,
ResponderEliminarO de Furt é lendário, designadamente porque conta com o grande Siepi (por muitos tido como o Don por excelência) e a maravilhosa Lisa della Casa.
Mas, Furlanetto é talvez o Leporello que mais apreciei até hoje. Por outro lado, Karajan não arrasta nem pesa mais do que Furtwängler. A encenação é, de facto, terrível, mas a qualidade dramática de Ramey e Furlanetto é enorme, o que, de certo modo, compensa os limites criativos da leitura. Não vejo que Varady esteja tão sofrível assim, mas pode ser erro meu. Battle não é cantora que me mova e Sintowa está, como disse, histérica.
Apesar de tudo, creio que a grande verão de Furt sofre de uma qualidade de imagem e sonora fraca e, mais ainda, de uma encenação também ela desactualizada e, para mim, desinteressante.
Cumprimentos
P.S. - Gostava de saber, para além da Fnac e do Corte Inglês (que são os locais que uso para adquirir música, a par das encomendas pela Amazon), que lojas o João conhece, em Lisboa, recomendáveis no que à música erudita concerne.
Luís,
ResponderEliminarAbasteço-me nas mesmas que mencionou, em Lx. Não querendo ser parolo... quando procuro algo de fundo de catálogo, recorro ao estrangeiro, onde vou cerca de duas / três vezes ao ano. Em toda a Europa e América há - como saberá - óptimas lojas de música.
É triste mas, no tocante à distribuição de música, Lisboa é muito periférica :(((