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quarta-feira, 2 de dezembro de 2009
Lucia della Desolazione
(DECCA 410 193-2)
Mau grado a presença de um elenco notável – a fina flor da época (1970’s): Ghiaurov, Milnes e Pavarotti -, e uma direcção enérgica e expressiva, esta Lucia peca pela desolação artística da protagonista. Sutherland, apesar de já bem oleada no papel (que recriava amiúde), oferece uma interpretação desoladora, dramaticamente inexistente.
Joan Sutherland – actriz medíocre, embora uma cantora perfeita, de técnica sem paralelo – anima a sua “incarnação” socorrendo-se, apenas, de uma veia soubrette.
Uma Lucia soubrette (ou leggera) é como um Don Giovanni feio, mastronço e deselegante.
Um desastre artístico protagonizado pela Senhora Sutherland, que os colegas distintíssimos minimizam.
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(3/5)
Tenho esta gravação desde que ela apreceu em cd e é mais um "ataque" do amigo Dissoluto à Sutherland.
ResponderEliminarÉ lógico que a grande cantora não tinha em 1971, aos 45 anos, a mesma voz que aquando da primeira Lucia em estúdio com Renato Cioni. Na Sutherland a voz, que é única na técnica, na tessitura alta e no brilho ocupa um tal plano que tudo sacrifica, incluindo o drama e, principalmente, a dicção. Provavelmente teria de ser assim, pois doutro modo não ouviriamos aquela voz. É um estilo, não penso que seja uma fraqueza.
Quanto à gravação já foi dito o melhor no poster, a que acrescento que foi a primeira vez que se gravou sem cortes, tendo incluido, entre outras coisas, o dueto Lucia-Raimundo no final da primeira cena do segundo acto.
RAUL
Permita-me a correcção, Raul. A gravação de 1970 com Sills, Bergonzi, Cappuccilli e Diaz já apresentava a totalidade da música. Recuando um pouco mais, o primeiro registo da Lucia de Sutherland (1961) é igualmente completo.
ResponderEliminarDito pelo caro Hugo acredito bem que sim. Não tenho a caixa comigo, mas devo ter lido ou nela ou no Avant-Scene Ópera. A gravação também iclui os cortes no último acto, pois o irmão (não me lembro do nome) não podia desaparecer logo após a morte dela.
ResponderEliminarRAUL
Eu tenho de concordar com o Raul. Eu entendo que seja muito limitada dramaticamente, mas por outro lado...tem aquela voz. Eu de tempos a tempos lá volto à Sutherland para me impressionar. Mas tambem se diga que a sua frigidez que enquanto Esclarmonde, a frigidez lhe assenta que nem uma luva.
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