A passagem do tempo - com todas as implicações psicológicas que se lhe associam - constitui um dos eixos que animam a personagem Marschallin, de O Cavaleiro da Rosa, de Richard Staruss.
(Renée Fleming como Marschallin)
Fleming é a protagonista ideal da ópera, ombreando com uma das maiores da história, E. Schwarzkopf.
Aos 50 anos, a extraordinária Renée reinterpreta esta subtíl, rica e complexa personagem da lírica. O Octávio desta produção será o melhor de há muito, também - S. Graham. Juntas, Fleming e Graham maravilharam o mundo nesta mesma ópera.
Dez anos passaram desde a última vez que as intérpretes americanas vestiram a pele das personagens de Der Rosenkavalier. O TEMPO passou e terá deixado marcas indeléveis...
Veremos, muito em breve...
«Time, after all, makes it inevitable. The idea is explored in the Marschallin’s famous, heartbreaking monologue at the end of Act I, in which she recalls her youth and bafflement at the workings of time. “I am still the same person,” she ponders. “It is all such a mystery.” The bass clarinet, an instrument often used by Strauss to portray mystery, murmurs.
Time is indeed a strange thing, she muses. “It trickles across our faces. It trickles in the mirror there. It flows around my temples.” Sometimes in the middle of the night, she arises and stops the clocks around the house. “You will leave me for someone else younger and prettier,” she assures Octavian.
Of this section, the musicologist Ernest Newman wrote, “The music breathes the very subtlest essence of wisdom, tenderness and a life’s philosophy.”
"O Cavaleiro da Rosa" é uma ópera que conheço pouco; só dela ouvi duas gravações, uma com a Schwarzkopf e outra com a Stemme. No geral, não é uma ópera que me encha as medidas, pois só mais a atirar para um Dom Carlos ou um Boris Godunov, de qualquer forma acredito que a Fleming desempenhe muitíssimo bem o papel de Marschallin.
ResponderEliminar"pois só" não. "pois SOU"... já nem sei o que escrevo!
ResponderEliminarO Cavaleiro da Rosa é uma ópera maravilhosa que depois de ouvida uma vez fica-nos a impressão geral de uma ou outra melodia e de uma atmosfera de delicadeza e ficamos a cantarolar temas que nem existem tal esse sabor straussiano nos penetrou. Há também o sabor de uma boa disposição intelectualizada. Mas a beleza começa a seguir à segunda audição quando se descobrem os pormenores, as melodias soltas e e as encobertas, os porquês das frases musicais. Na versão sem rival Schwarzkopf/Karajan vemos passagens onde a grande cantora vai a pormenores que nos deixa maravilhados. Regine Crespin é também outra excepcionalintérprete. Tenho a certeza que a Fleming tem a voz mais do que adequada para ser a maior intérprete do momento.
ResponderEliminarRaul
Caro Gus on Earth,
ResponderEliminarPelos vistos você ainda está no início do Périplo ROSENKAVALIER. Não só de Stemme e Schwarzkopf vive o Cavaleiro da Rosa, ainda tem muitos Rosenkavaliers, Octavians , Marschallins, Boehms e Bernsteins para escutar para se entroncar bem nesta magnificentíssima obra-prima do género lírico. Eu sei que é mais uma comédia de costumes do que um dramalhão à GIOCONDA, DON CARLO, CARMEN, LA FORZA, BORIS, Etc., etc. mas vale bem a pena; há no ROSEN muita lição de vida, então as ditas pela Marschallin… nem se fala. :_)
Comece bem a sério a sua viagem ROSENKAVALIER, olhe que vale bem a pena!
Quanto às versões a escutar para se amar o ROSEN, isso já é motivo para mais Posts, tanto meus como seus, como de toda a gente que assim o queira e entenda.
See Ya.
LG
Caro LG, fá-lo-ei! Muito obrigado pelo seu conselho!
ResponderEliminarExistem duas interpretações perpetuadas em vídeo absolutamente notáveis: a de Kleiber, com Jones, Popp e Fassbaender, etc.; e a de Karajan, com Tomowa-Sintow, Perry e Baltsa, etc.
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