A famigerada Twitter Opera (Twitterdammerung) - cujo libreto foi composto a partir de mensagens enviadas por cerca de 900 utilizadores do twitter - lá estreou no Covent Garden. Nem bem, nem mal; nem sim, nem sopas...
Segundo reza a crónica, há coisas piores, havendo melhores, também. Elucidativo!
«But the jumper proved of no value, as what unfolded before me was actually not that bad at all. I mean actually watchable, listenable and rather funny. Don't get me wrong; madness and messiness, in the main, did dictate the tone. You had a duck of destiny, a bird-infatuated nihilist, a falsetto-singing ginger cat called Tobermory and gratuitous references to Deloitte the sponsors, all of which tumbled along in the foyer – note: not the main stage – with little rhyme or reason.
Remember, not only was this libretto confected from the tweets of 900 minds, the offering we heard was but a mere extract of this mad confection. All of which is water off a duck's back for anyone used to the truly mad operas of Virgil Thomson and Gertrude Stein.
Besides, hidden amid the nonsense were some great moments: a tiny but pretty duet, some carefully-crafted musical sequences from Marc Teitler and Helen Porter, and humour by the bucket load.
The format lent itself to gags and what resulted was a decent operatic sketch show: a sequence of often-surreal, Vic and Bob-like skits, most of which fell flat, but some of which had the audience – mostly thirty- and fortysomethings – roaring with laughter.
Compare it to its contemporary competition and the work fared surprisingly well. Hannah Pedley and Andrew Slater's acting and singing were exemplary, as was Lindy Tennent-Brown's piano accompaniment.
Philip Herbert's narration did the pompous trick. And, while the competition is admittedly pretty weak, the gags were some of the best I'd ever heard on the opera floor, proving that it's not the art form that's unfunny, merely the minds of our ageing composers and librettists.
Of course, in the end, one could not block out the noxious premise of this stunt. Accessible opera for the masses? Why not try a performance of Carmen?
And, ultimately, Twitterdammerung couldn't transcend or hide that fact that it was little more than a cheap gimmick. But as cheap gimmicks go, this was a good 'un.»
Reitero o que disse a propósito da iniciativa: N'Importe Quoi!
Se, verdadeiramente, a ideia subjacente à iniciativa é captar novos públicos para a lírica - como sugere o crítico -, ofereça-se boa ópera, bem interpretada e cantada!
Vão ver se não vinga!
No mundo operático, já não é a primeira vez, nem será a última, em que a montanha parece parir um rato. Só é pena que o tal twitterprojecto tenha gasto recursos que poderiam ter sido canalizados para outras produções. Vala-nos, ao menos, que TNSC ainda não lhe tenha dado para tal electrodevaneio!
ResponderEliminarVaLHa-nos, perdão.
ResponderEliminarE depois chamam-lhe Arte...
ResponderEliminarRaul
Nada a ver com o Twitterdaemmerung:
ResponderEliminarhoje no SIC TRANSIT OPERA MUNDI foi colocada à disposição uma ópera do Mercadante de que nunca tinha ouvido falar: "Caritea, Regina di Spagna (ossia La Morte di Alfonso, Re di Portogallo). Por muito que tivesse procurado não consegui encontrar online uma sinopse da bendita ópera. Por acaso algum dos seguidores tem alguma sinopse ou poderá elucidar-me acerca do enredo de tal ópera?
Muito obrigado!
Gus von Earth
ResponderEliminarPor acaso é com direcção do Giuliano Carella?
Qual é o elenco por favor?
Sim, caro J. Ildefonso, é com direcção do Carella. A Nana Gordaze no papel de Rainha e o Jacek Laszczkowsky no papel de D. Afonso. Uma edição da Nuova Era.
ResponderEliminarhttp://www.youtube.com/watch?v=FcTzvHDzDjs
ResponderEliminarVai indignar-se ao ver que ali lhe chamam a Britney Spears da Ópera e eu só tenho que concordar pois sou feia e não canto um "pescoço"
Anónima,
ResponderEliminarA inveja é terrível! É que a Netrebko, além de linda e ultra desejável - é muito talentosa! Se fosse feia, todos lhe elogiariam a virtude interpretativa.
N'importe quoi ;-)
Mas de que talento fala? Desejável sim, na cama, auditivamente tenho muitas reservas. Apenas mais um fenómeno de merchandising and no more. Tivesse ela realmente talento vocal e não se assumia uma pin-up vulgar.
ResponderEliminarCara aníonima,
ResponderEliminarEvidentemendiscordo de si, em tudo ;-)
Aniónima "compulsão para o anonimato", foi isso ou um mero lapso ortográfico? É que se é arrojo linguístico, ofereço-lhe o café a a água das pedras ;)
ResponderEliminarNão, o problema é que não devia subscrever o anonimato. Nem imagina, ou muito provavelmente imagina, a diferença que há, para quem lê, entre um comentário identificado, mesmo que seja um pseudónimo, e um anónimo.
ResponderEliminarRaul
Eu tenho o disco de arias russas da Ana Netrebko e estou muito satisfeito. O Rimsky Korsakov em especial é muito bom.
ResponderEliminarDa Traviata de Salszburg não gostei. Achei bastante primária mas talvez não seja uma cantora tão anónima como eu inicialmente pensei.
Acabei de ver a Gala de Baden-Baden onde a Netrebko canta a Casta Diva, o Mira o Norma, o Soave franciulla, o dueto da Lakmé e o quarteto do Rigoletto. Tudo muito bem cantado, mas tudo igual, sem alma. No fim canta uma ária de Franz Léhar e aí é fabulosa, pois além de cantar bem, dança optimamente, provoca, dá "show".
ResponderEliminarRaul
Obrigado pela resposta Gus on Earth. O Carella é um bom maestro que fez coisas muito bonitas em Lisboa e para além do mais ópera do periodo em questão interessa-me.
ResponderEliminarPercebo o comentário do Raúl porque se aproxima do que eu penso, não concordo relativamente à Norma que acho mediocre e sem forma sem traço de "linha vocal". Falta-lhe maturidade e capacidade de diferenciação na maior parte das interpretaçoes.
ResponderEliminarRelativamente ao cd que referi está fabulosa em praticamente todas as faixas. Falha infelizmente no Eugene Oneguin pelos defeitos que já apontei.
Eu nao percebo porquê tanta polémica com a Netrebko,acho a senhora gira,boa e canta muito bem.Ou para quizer,canta muito bem,é boa e é gira.Não fazer dela um produto rentável,isso sim,seria uma parvoice.Nem todos andam distraídos....
ResponderEliminarJoão Ildefonso,
ResponderEliminarEu estou a falar especificamente da gala de Baden-Baden, não de outros registos.
Raul
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
ResponderEliminarNão sou anónima mas homossexual e é assim que penso.
ResponderEliminarE a conselho de um dos blogers posso chamar-me "Pedro", se é de maior bom tom.
ResponderEliminarE ainda mais, para gáudio aí do sr. da psiquiatrices, ofereço-me para objecto de estudo, já que analisa muita coisa. Pode fazer de mim o "abjecto" do estudo a ver se me rala, olhe vou ali e já venho pq alguém deu um pum no seu gabinete .
ResponderEliminarVão todos mas é para o quarto escuro ali ao pé da Santa Casa ( se quiser ainda digo mais disparates para analisar e chegar à conclusão que fui sodomizado por Hitler e que me masturbo a ouvir a Cavalaria Rusticana )
Eu percebi Raul
ResponderEliminarEu acho que as caracteristicas presentes no gala de Baden Baden são comuns a quase todas as gravações da cantora por isso foi uma agradável surpresa constatar que no reportório russo é uma artista extraordinária.
Pudera, ela é russa. Mas na gala de Baden
ResponderEliminarBaden ela não canta nada russo.
Raul
isto vai para aqui um forrobodo! relativamente à Netrebko, gosto da senhora mas nao sao muitas as vezes que me enxe as medidas. relativamente à gala de baden tenho de concordar com o Raul. relativamente a gravações...ora deixa cá ver o que eu já ouvi dela...gostei de algumas coisas do cd "souvenirs" lol e aquela traviata ainda não me disse muito, e olha que já a ouvi algumas vezes para me certificar. Na La Boheme gosto assim assim e Em russo ouvi-a em Rimsky Korsakov e sim, gostei bastante.
ResponderEliminarCaro blogger,
ResponderEliminaré curioso o que refere acerca da Traviata de Salzburgo uma vez que, a primeira vez que vi o DVD, não foram raras as vezes em que me encontrei a "torcer" pela Netrebko, esperando que me convencesse em certas passagens. Contudo, tal não significa que não goste da sua assunção da personagem. Digamos que o todo prevalece em relação à soma das partes.
Hugo, eu gosto da netrebko e como diz, eu tambem as vezes dou por mim a torcer por ela nessa gravação, mas como uma vez disse, apesar de cantar apaixonadamente, a violeta dela é muito libidinosa, e apesar de a violeta ser uma personagem fresca, a interpretação dela n vai ao encontro do que eu idealizo. outra coisa é a encenaçao muito minimalista em alguns aspectos, embora fique bem noutros. e depois é o villazon. eu juro que faço um esforço e reconheço-lhe o talento, mas há qualquer coisa ali que nao me encanta. o defeito pode ser só meu mas pronto, por enquanto ainda assim é. mas pronto, de uma forma geral até é positivo
ResponderEliminarEu gosto da voz da Netrebko. Limpa, de emissão com belo timbre, embora nada o individualize, com líquido, mais pucciniana do que doutra escola. Gosto da Traviata dela. A característica que menos aprecio nesta excelente cantora -- porque o é, quer queiram quer não --é a monotonia do canto, que conduz a não diferenciar na emissão as diferentes personagens.
ResponderEliminarRaul
Ora bem Raul é basicamente o que eu penso!
ResponderEliminarGus on Earth
ResponderEliminarJá tenho a ópera em questão e não é muito individual mas é muito bela. Por vezes faz lembrar a Semiramide e o Tancredi do Rossini. O elenco é mediano mas muito empenhado e bastante digno. Sinceramente gostei.
N`importe quoi !! Desviaram-se do assunto mal se falou da Anna. Ai Ai Ai !
ResponderEliminarDa Ana que é apenas Soares e que de talento apenas tem o saber calar. ;) Hoje vão beijos a rodos para todos aqueles que mantêm a compustura.