sábado, 19 de setembro de 2009

Don Carlo - Royal Opera House Covent Garden


(Don Carlo - Royal Opera House, Setembro de 2009)

«That great scene was wonderfully played by Simon Keenlyside (Rodrigo) and Ferruccio Furlanetto (Philip II). Furlanetto is that special breed of singing actor for whom gravitas is inbred. We see a broken man disintegrate before our eyes in his great act four aria; we feel his anger and defiance in the encounter with John Tomlinson's craggy Grand Inquisitor who manages to turn the word "Sire" into a condescending growl. These are credible portrayals. Less so Marianne Cornetti's indomitable Eboli; hers is a voice of considerable fire power, but she's hopelessly woolly in the lacy coloratura of her folksy Veil aria.

One of the most effective devices in Hytner's staging – and I still find the garish pop-up aspects of Bob Crowley's design alienating – is Carlo's isolation, the descending front cloth of ancestral tombs a constant reminder of his grandfather's weighty legacy. Jonas Kaufmann carried this romantic idealism magnificently, thrilling in his full-throated anguish, tender in his love for Elizabeth de Valois with mezza voce phrases literally melting in the singing of them.

Marina Poplavskaya (Elizabeth), beautiful and intense on stage, is not a natural Verdian, the voice too white and unyielding, the lack of through-phrasing conspicuously unidiomatic. But in the perfect symmetry of their first and last encounters there was a real frisson between she and Kaufmann. The numbing pianissimo of their final moments together carried such regret and resignation as to unlock the very heart of a great piece.»


«New to the cast are Jonas Kaufmann's Carlo, Marianne Cornetti's Eboli and John Tomlinson's Inquisitor. Cornetti, hogging the high notes and doing nothing with the character, is the evening's main vocal drawback. Tomlinson, on the other hand, scares you half to death with every utterance. And Kaufmann is outstanding, whether braving the rages of Ferruccio Furlanetto's tragic Philip, swooning over Marina Poplavskaya's Elisabetta, or getting political with Simon Keenlyside's finely acted, if undersung Posa.»

Ainda por terras londrinas, no caso deste Don Carlo - contrariamente a Le Grand Macabre -, o elenco é a vedeta. Quando Carlo é Jonas Kaufmann, Rodrigo é interpretado por Keenlyside e Furlanetto veste a pele de Filippo II, tudo o resto é (quase) irrelevante...

9 comentários:

  1. Lá estarei Domingo dia 27! Confesso que mal posso esperar, pois já há quase um ano que não vou à ópera!

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  2. Caro João, destaco a sua última frase. Não poderia estar mais de acordo.

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  3. Furlanetto já passou o seu "prime" e, confesso, nunca achei o seu Filipe um papel para a sua voz de Leporello. A provar isso há o video Karajan no auje da carreira do baixo italiano. O Keenlyside é sem dúvida um bom barítono, mas acho-o demasiado emulado pela crítica inglesa. Kaufmann é outra coisa. Se tivesse reformado ía vê-lo a Londres.
    Raul

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  4. Caro Gus,
    Diga-nos qualquer coisa do que vai ver no dia 27. Estou curioso.
    Raul

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  5. Caro Raul,
    fique descansado que direi que tal foi o Don Carlo. Não consegui deixar de rir com o seu acutilante eufemismo "Furlanetto já passou o seu 'prime'"!

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  6. Emfim, caro Gus, é a linguagem que a crítica inglesa me habituou mas páginas da Gramophone.
    Raul

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  7. O recital de Simon Keenlyside, comercializado há cerca de 2/3 anos, foi dos melhores que tive oportunidade de escutar, nos últimos anos.

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  8. O Simon Keenlyside é um excelente cantor, e ornitólogo! A técnica e o legato são de primeira água e a intelegência interpretativa está à vista de todos no Hamlet do Thomas por exemplo. Gosto muitissimo do seu D. Giovanni. Perigoso, insinuante e aristocrático.
    O timbre é um pouco seco e árido infelizmente por isso não sei até que ponto poderei gostar de ouvilo no Verdi. Para o Rodrigo não estará mal mas já não o imagino no Simão por exemplo.
    A Eboli era para ser cantada pela excelente Sónia Ganasi mas cancelou devido ao seu estado de gravidez.

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  9. Perguntaram a Simon Keenslyside e a outros barítonos do momento qual era o grande barítono das gerações precedentes e ele foi o único que disse Tito Gobbi.
    Sim, muito bom no Hamlet, mas completamente eclipsado pela fabulosa Ofélia da Natalie Dessay. Eu penso que qualquer apreciador de ópera deve adquerir esta excepcional récita do Covent Garden. É histórica.
    Raul

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