(Billie Holiday)
As tortuosas e inusitadas direcções que Billie Holiday foi seguindo – múltiplas violações, prostituição e adicções (álcool e drogas) – deverão ser interpretadas como estratégias (distorcidas) de sobrevivência, reveladoras da sua própria problemática: perda, desamparo, abandonismo e incompletude.
Filha de um pai ausente, em nada me surpreende a estratégia seguida pela artista para reparar tal facto indelével: faz-se violar e, de modo compulsivo, oferece-se a inúmeros homens, por via da prostituição.
A estratégia terá a marca incontornável da perversão, mas o desejo latente, esse, é pueril e legítimo. Billie procura incessantemente o pai abandónico, entregando-se a um jogo masoquista: o pai ausente, maltratante, vai sofrendo metamorfoses – violador, cliente sexual, etc.
A relação com o materno, altamente problemática – inúmeras rupturas, abandonos, cuidados descontinuados -, ao invés de reparar a ausência já descrita, acentua-a, perpetuando-a. Os comportamentos adictivos – álcool e drogas – surgem como estratégias anti-depressivas, obviamente visando contrariar os terríveis sentimentos de abandono e incompletude.
Uma vez mais, o masoquismo expressa-se e triunfa na destrutividade auto-dirigida. Em lugar de odiar o mau objecto abandónico (materno e paterno), Billie deflecte a agressividade sobre si própria, suicidando-se.
Puta de vida...
Filha de um pai ausente, em nada me surpreende a estratégia seguida pela artista para reparar tal facto indelével: faz-se violar e, de modo compulsivo, oferece-se a inúmeros homens, por via da prostituição.
A estratégia terá a marca incontornável da perversão, mas o desejo latente, esse, é pueril e legítimo. Billie procura incessantemente o pai abandónico, entregando-se a um jogo masoquista: o pai ausente, maltratante, vai sofrendo metamorfoses – violador, cliente sexual, etc.
A relação com o materno, altamente problemática – inúmeras rupturas, abandonos, cuidados descontinuados -, ao invés de reparar a ausência já descrita, acentua-a, perpetuando-a. Os comportamentos adictivos – álcool e drogas – surgem como estratégias anti-depressivas, obviamente visando contrariar os terríveis sentimentos de abandono e incompletude.
Uma vez mais, o masoquismo expressa-se e triunfa na destrutividade auto-dirigida. Em lugar de odiar o mau objecto abandónico (materno e paterno), Billie deflecte a agressividade sobre si própria, suicidando-se.
Puta de vida...
Caro Dissoluto,
ResponderEliminarNo meio de problemas informáticos e outras interrupções dispersivas, vim, finalmente visitá-lo. E esta sua análise parece-me bastante elucidativa em termos de perfil psicológico da visada. Muito interessante. Obrigada pela partilha da sua visão técnica.
Quanto ao artigo da Jazzman, confesso que fiz algumas tentativas de o "scanear", mas não resultaram lá muito bem. Resta-me transcrevê-lo e enviá-lo por email. Vou ver se arranjo um tempinho...
Cigarra,
ResponderEliminarYou're welcome!
O Paulo já me havia posto ao corrente dos seus esforços! Se der, óptimo, senão, no problem ;-)
Um abraço
JGA