(Uma Luza nas Trevas, Ingmar Bergman - 1948)
Musik i Mörker não figura, por certo, entre os Bergman de antologia – Morangos Silvestres, Cenas da Vida Conjugal, Sonata de Outono, Fanny e Alexandre, A Fonte da Virgem, A Máscara, Lágrimas e Suspiros, etc.
Em Uma Luz nas Trevas o olho do mestre sueco ainda não se encontrava fixado na metafísica, como mais tarde veio a suceder.
À luz da freudiana observação, o filme ilustra A Castração e suas vicissitudes: o protagonista cega, em virtude de uma acidente com armas de fogo, enquanto cumpre o serviço militar. Doravante, o handicap determina-lhe um outro destino, evidentemente limitado, marcado por uma extrema vulnerabilidade.
Nos antípodas desta evolução, deparamos com Ingrid que, de humilde criada de Bengt - o protagonista -, ascende à condição de letrada, tornando-se no alvo dos investimentos amorosos do mesmo Bengt.
Bergman, através deste filme, proporciona-nos, então, duas ilustrações clínicas: uma determinada pela ansiedade de castração – um destino trilhado pela limitação – e outro mais afim com a expansão narcísica – investindo na própria educação, Ingrid aspira à expansão, almejando uma história para além das fronteiras que a sua condição servil lhe impusera.
Serão estes destinos descruzados um prenúncio da conflitualidade da / na natureza humana, particularmente óbvia entre casais, tema tão caro a Bergman?
Musik i Mörker não figura, por certo, entre os Bergman de antologia – Morangos Silvestres, Cenas da Vida Conjugal, Sonata de Outono, Fanny e Alexandre, A Fonte da Virgem, A Máscara, Lágrimas e Suspiros, etc.
Em Uma Luz nas Trevas o olho do mestre sueco ainda não se encontrava fixado na metafísica, como mais tarde veio a suceder.
À luz da freudiana observação, o filme ilustra A Castração e suas vicissitudes: o protagonista cega, em virtude de uma acidente com armas de fogo, enquanto cumpre o serviço militar. Doravante, o handicap determina-lhe um outro destino, evidentemente limitado, marcado por uma extrema vulnerabilidade.
Nos antípodas desta evolução, deparamos com Ingrid que, de humilde criada de Bengt - o protagonista -, ascende à condição de letrada, tornando-se no alvo dos investimentos amorosos do mesmo Bengt.
Bergman, através deste filme, proporciona-nos, então, duas ilustrações clínicas: uma determinada pela ansiedade de castração – um destino trilhado pela limitação – e outro mais afim com a expansão narcísica – investindo na própria educação, Ingrid aspira à expansão, almejando uma história para além das fronteiras que a sua condição servil lhe impusera.
Serão estes destinos descruzados um prenúncio da conflitualidade da / na natureza humana, particularmente óbvia entre casais, tema tão caro a Bergman?
Coitado de si, Dissoluto Punito...
ResponderEliminarPrá Ópera toda a gente posta, agora pró Ingmar Bergman ninguém lhe liga...
Do Sr. cineata Bergman só aturo os pretéritos clássicos de sua Excia., a nossa (amantes da lírica)Flauta Mágica (excelentíssima!), as divas Ingrid e Liv em Sonata de Outono e Fanny e Alexander, baseada em Isaac Dienesen (Karen Blixen, África Minha... THANK YOU VERY MUCH, MERYL!... ;-)) )que você não referiu... pelo menos neste Post.
Definitivamente aturo melhor as neuroses do Sr. Woody Allen, dos que a do Sr. pretérito Ingmar Bergman.
Post it
Pelo contrário, eu adoro Ingmar Bergman. Nada disse deste "early movie" , porque não o vi. Ainda anteontem juntei mais outro à minha colecção: En Lektion i kärlek(A Lesson in love) de 1954. Do genial Bergman, além deste, possuo: Mónica e o Desejo (1953), Sorrisos de uma noite de Verão (1955), O Sétimo Selo (1957), Morangos Silvestres, (1957),O Ollho do Diabo (1960), Lágrimas e Suspiros (1972), Sonata de Outono (1978) e Fanny e Alexandre (1982). Na minha opinião, tirando os dois primeiros e o Olho do Diabo, a partir de Sorrisos de uma noite de Verão, inclusive, todos eles são obra-primas. Eu gosto muito dos problemas e dos dilemas de Bergman, que são universais. Penso, Lg, que Allen, o supremo admirador do Bergaman, não gostaria que o preferisse aos génio sueco.
ResponderEliminarO problema de W. Allen é a sua interminável neurose - será redundante dizê-lo, pois a neurose, por definição, resume-se a uma eterna repetição... -, enquanto que Bergman é universal!
ResponderEliminarAllen, inteligentemente, vive e rentabiliza a sua neurose. Ingmar Bergman ilustra os infinitos paradoxos da alma humana.
Um é divertido - embora cansativo, pela repetição -, o outro genial!
E mais. O Woddy Allen é um realizador maravilhoso,muito original, que conta a história de uma maneira particular, mas não há uma estética Allen, enquanto existe uma estética Bergman e o adjectivo bergmaniano.
ResponderEliminarConfesso que não compreendi o teu post (mas não vi o filme). Conheço 6 ou 7 filmes dele, e gostei de quase todos. Mas acho que não é comparável a Woody Allen, embora este se declare discípulo de Bergman. É um pouco redutor olhar para o Allen apenas pelo lado da neurose, pois ele tem alguns filmes belíssimos e que à sua maneira dão as mesmas lições de vida, mas indo por outro caminho. Quando acho um cineasta difícil de aturar não lhe vejo os filmes.
ResponderEliminar