(DG 423 8972)
Adquiri este Così Fan Tutte movido por argumentos vocais: vozes de primeira linha, frescas – suposição minha – e esbeltas (Te Kanawa, Hampson e Furlanetto). Claro está, a direcção de Levine e a craveira da Filarmónica de Viena pesaram – e muito - na aquisição desta interpretação.
Pois enganei-me redondamente!
Levine exibe uma direcção absolutamente autista, ignorando as necessidades e dificuldades dos intérpretes. Te Kanawa (Fiordiligi), apesar do timbre de ouro, revela mudanças de registo problemáticas (transições abruptas, sem souplesse alguma). Hampson (Guglielmo) é uma sombra de si mesmo, sem brilho, nem graça – muito menos disciplina. Blochwitz (Ferrando) comete erros técnicos inadmissíveis – particularmente num trabalho de estúdio -, sendo incapaz de manter a afinação e a regularidade da própria emissão. Murray (Dorabella) peca pela estridência – o seu calcanhar de Aquiles, que veio a pronunciar-se com o avançar da carreira – e McLaughlin (Despina) não ultrapassa a fasquia da banalidade.
Neste universo de imensa mediocridade, sem dificuldade de espécie nenhuma, o Don Alfonso de Furlanetto sobressai, pela vivacidade da composição – a ironia e malícia são irresistíveis -, e brilho vocal.
Para esquecer, enfim!
Adquiri este Così Fan Tutte movido por argumentos vocais: vozes de primeira linha, frescas – suposição minha – e esbeltas (Te Kanawa, Hampson e Furlanetto). Claro está, a direcção de Levine e a craveira da Filarmónica de Viena pesaram – e muito - na aquisição desta interpretação.
Pois enganei-me redondamente!
Levine exibe uma direcção absolutamente autista, ignorando as necessidades e dificuldades dos intérpretes. Te Kanawa (Fiordiligi), apesar do timbre de ouro, revela mudanças de registo problemáticas (transições abruptas, sem souplesse alguma). Hampson (Guglielmo) é uma sombra de si mesmo, sem brilho, nem graça – muito menos disciplina. Blochwitz (Ferrando) comete erros técnicos inadmissíveis – particularmente num trabalho de estúdio -, sendo incapaz de manter a afinação e a regularidade da própria emissão. Murray (Dorabella) peca pela estridência – o seu calcanhar de Aquiles, que veio a pronunciar-se com o avançar da carreira – e McLaughlin (Despina) não ultrapassa a fasquia da banalidade.
Neste universo de imensa mediocridade, sem dificuldade de espécie nenhuma, o Don Alfonso de Furlanetto sobressai, pela vivacidade da composição – a ironia e malícia são irresistíveis -, e brilho vocal.
Para esquecer, enfim!
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(2/5)
Uma gravação compreensivelmente pouco referenciada.
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