Concordo. Um filme inesquecível. O cenário inaugural da festa de Natal toca nos lugares mágicos da infância. É uma história absolutamente fantástica sobre os maus-tratos na infância e sobre o lugar mortífero onde a solidão de uma mulher a pode conduzir ao aceitar a renúncia à alegria de viver e o domínio tirânico de um misógino e ascético bispo. O final feliz salva-nos a todos. Reeencontramos a alegria, a vida, o amor e o sonho. Eros vence Tanathos.
A Madeleine foi óptima! O problema é que, no jazz, o improviso é uma exigência... Ora, para mim - educado na escola mais clássica - assistir a grandes liberdades e improvisos, ao vivo, não foi fácil, de início! Com o decorrer do concerto, fui percebendo que as ditas liberdades não eram defeito, mas sim feitio ;-)
A festa lembra-me pequenino, num tempo de avós e muitas tias-avós. A festa tem essa magia, como muito bem diz a Teresa, que não é mais que a magia que toda a infância carrega. Raul
O que dizes fez-me pensar na dificuldade que temos em nos deslocarmos do lugar do conhecido (como se houvesse uma parte de nós que deseja ouvir sobretudo o que já conhece e reviver uma boa emoção passada.. como nos concertos dos nossos cantores favoritos, em que estamos de um certo modo à espera que cantem o que já sabemos de cor - "par coeur"- e pedimos-lhes ainda do mesmo- menos disponíveis para "as novidades"... saudosismo do público que, para quem continua a compor, deve ser uma chatice!). Felizmente que te deixaste cativar e que pudeste usufruir das improvisações. Afinal do resto já tens tu os registos :)
Para o Raul,
Gosto da palavra "pequenino", muito doce:)
Sim, claro, avós e tios-avós, uma mesa farta e um lugar "por debaixo da mesa"- esconderijo de brincadeiras - cabana segura pela solidez "dos grandes"; e a tela sonora das conversas amigáveis dos adultos que nos reasseguram face aos sustos da vida de pequeno; e a espera da noite, secreta, misteriosa, enigmática. Pela manhã os sapatinhos com pequenos presentes que nos confirmam o "nosso lugar" (não fomos esquecidos!) e que nos perdoam todas as pequenas maldades. O que guardamos desses dias aquece-nos, para sempre.
Fanny e Alexandre fará sempre parte dos meus 10.
ResponderEliminarRaul
Concordo.
ResponderEliminarUm filme inesquecível.
O cenário inaugural da festa de Natal toca nos lugares mágicos da infância.
É uma história absolutamente fantástica sobre os maus-tratos na infância e sobre o lugar mortífero onde a solidão de uma mulher a pode conduzir ao aceitar a renúncia à alegria de viver e o domínio tirânico de um misógino e ascético bispo.
O final feliz salva-nos a todos. Reeencontramos a alegria, a vida, o amor e o sonho. Eros vence Tanathos.
Teresa
Caro Dissoluto Punito,
ResponderEliminarUma pergunta "ao lado":
ficaste de contar como foi o concerto da Diva
nos jardins do Convento. Tão boa "ao vivo" quanto em gravação?
Conta lá.
Teresa
Teresa,
ResponderEliminarA Madeleine foi óptima! O problema é que, no jazz, o improviso é uma exigência... Ora, para mim - educado na escola mais clássica - assistir a grandes liberdades e improvisos, ao vivo, não foi fácil, de início! Com o decorrer do concerto, fui percebendo que as ditas liberdades não eram defeito, mas sim feitio ;-)
Um beijo para ti e bom Domingo!
A festa lembra-me pequenino, num tempo de avós e muitas tias-avós.
ResponderEliminarA festa tem essa magia, como muito bem diz a Teresa, que não é mais que a magia que toda a infância carrega.
Raul
Para "il dissoluto punito":
ResponderEliminarO que dizes fez-me pensar na dificuldade que temos em nos deslocarmos do lugar do conhecido (como se houvesse uma parte de nós que deseja ouvir sobretudo o que já conhece e reviver uma boa emoção passada.. como nos concertos dos nossos cantores favoritos, em que estamos de um certo modo à espera que cantem o que já sabemos de cor - "par coeur"- e pedimos-lhes ainda do mesmo- menos disponíveis para "as novidades"...
saudosismo do público que, para quem continua a compor, deve ser uma chatice!).
Felizmente que te deixaste cativar e que pudeste usufruir das improvisações.
Afinal do resto já tens tu os registos :)
Para o Raul,
Gosto da palavra
"pequenino", muito doce:)
Sim, claro, avós e tios-avós, uma mesa farta e um lugar "por debaixo da mesa"- esconderijo de brincadeiras - cabana segura pela solidez "dos grandes"; e a tela sonora das conversas amigáveis dos adultos que nos reasseguram face aos sustos da vida de pequeno; e a espera da noite, secreta, misteriosa, enigmática.
Pela manhã os sapatinhos com pequenos presentes que nos confirmam o "nosso lugar" (não fomos esquecidos!) e que nos perdoam todas as pequenas maldades.
O que guardamos desses dias aquece-nos, para sempre.
Teresa