domingo, 15 de julho de 2007

Da Naftalina

Um grupo de assinantes habitués do Teatro Real (Madrid) organizou uma petição, com vista a pôr cobro às liberdades interpretativas de algumas encenações, nomeadamente – pasme-se! – por atentarem contra a moral católica!

Pela parte que me toca, dado que a arte é sinonimo de liberdade, (sendo esta a essência daquela), creio que esse bando de defensores de discursos monolíticos, amantes de verdades unas e oficiais, devem merecer o nosso profundo desprezo. Tão só.



Josep Pons, com firmeza e inegável astúcia, põe na ordem a corja de almas bafientas:

«(…) "Puesto que lo más importante es la libertad, tenemos que respetar a todo aquél que quiera opinar", explica. "Pero también el arte necesita libertad. No se le pueden poner condiciones a una obra, y es mucho más escandalosa una petición de censura que unas imágenes atrevidas en el escenario. Si un montaje no gusta, el espectador se puede levantar e irse. Y si no gusta la programación, te puedes dar de baja". "Además", añade, "existe una diferencia entre el lenguaje, el teatro y la ópera. En el teatro, peticiones de este tipo por parte de sectores del público no existen", explica.»

Pelos vistos, também além fronteiras existem saudosistas dos tempos do desprezível botas (com minúscula) e do horripilante generalinho!
Por certo, serão bons chefes de família, amantes da naftalina, admiradores da cultura da repressão, etc., etc.

Olho para estes movimentos de reabilitação do bafio e caruncho como modas passageiras, puras expressões de um chic de trazer por casa...

7 comentários:

  1. Por cá se calhar só não existem petições destas porque as encenações arrojadas não chegam cá, por falta de massas, por falta de público ou por censuras prévias, sei lá eu.

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  2. Subitamente recordo-me de um episódio na temporada 2005/2006, no qual, durante o Ouro do Reno, a minha companheira de camarote se levantou, muito ofendida, e se retirou da sala, passados dez minutos do início da récita, quando o sempre maravilhoso Alberich nos brindou com o seu majestoso "membro" às listas azuis e brancas...
    E mais não digo...

    Filipe

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  3. Eu gostei do menbro" do Alberich.
    Achei que esse toque grotesco e infantil e pueril ia muito bem com a música do Wagner!

    J.

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  4. Concordo plenamente consigo.

    Filipe

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  5. Filipe,

    A dita sra deve ter ficado muito... excitada ;-)

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  6. Ficou, ficou...adoro estas velhotas impertigadas...

    Filipe

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