A personalidade narcísica combina de modo particular triunfalismo, arrogância e desprezo. Esta é, porventura, a mais clássica das tríades da psicopatologia.
Joe Berardo é uma caricatural ilustração clínica deste tipo de personalidade.
Self-made-man, exibe um orgulho infinito, apenas ofuscado pela omnipotência: mandou em Sintra, manda no governo, arrota postas-de-pescada no millenniumbcp, nomeia, demite, compra, manda calar, tudo a seu bel-prazer.
O episódio Mega Ferreira vs Berardo - que se consubstanciou na recusa do primeiro em obedecer à hegemonia do segundo, que pretendia ver hasteadas as suas bandeiras – tem o mérito de revelar a falha narcísica de Joe Berardo: o gesto MEGA de António Ferreira atentou contra a prepotência do magnata.
Ora, as bandeiras de Berardo, que Joe pretendia exibir, nada mais simbolizavam que a extensão da sua glória narcísica, quais galões de general caduco, qual monumental pénis.
A recusa de Mega em aceder à exigência tirânica de Berardo, que Joe viveu como catastrófica, confrontou o milionário com a sua condição humana, posto que dissolveu a sua megalomania.
Paradoxalmente, o exercício do poder por personalidades deste calibre – habitualmente discricionário e absoluto – mais não é do que a expressão de uma fragilidade imensa: apenas um narcisismo muito doente e frágil aspira à verdade monolítica, única, unanimemente aceite.
Consequentemente, a diferença de opinião, a desobediência e a contrariedade, que obviamente questionam a visão egocêntrica do mundo, redundam em perseguições, podendo estas assumir diferentes formas, como todos sabemos.
Desta feita, porém, Mega antecipou-se, revelando mais astúcia do que o empresário.
Cá entre nós, em abono da verdade, convenhamos que o apelido MEGA assenta que nem uma luva a António Ferreira, também ele cultor de um fascínio especular, bastante afim com o funcionamento narcísico. Contudo, narcísico, por narcísico, antes um educado e com modos, do que um incomensurável boçal, francamente desprezível.
Joe Berardo é uma caricatural ilustração clínica deste tipo de personalidade.
Self-made-man, exibe um orgulho infinito, apenas ofuscado pela omnipotência: mandou em Sintra, manda no governo, arrota postas-de-pescada no millenniumbcp, nomeia, demite, compra, manda calar, tudo a seu bel-prazer.
O episódio Mega Ferreira vs Berardo - que se consubstanciou na recusa do primeiro em obedecer à hegemonia do segundo, que pretendia ver hasteadas as suas bandeiras – tem o mérito de revelar a falha narcísica de Joe Berardo: o gesto MEGA de António Ferreira atentou contra a prepotência do magnata.
Ora, as bandeiras de Berardo, que Joe pretendia exibir, nada mais simbolizavam que a extensão da sua glória narcísica, quais galões de general caduco, qual monumental pénis.
A recusa de Mega em aceder à exigência tirânica de Berardo, que Joe viveu como catastrófica, confrontou o milionário com a sua condição humana, posto que dissolveu a sua megalomania.
Paradoxalmente, o exercício do poder por personalidades deste calibre – habitualmente discricionário e absoluto – mais não é do que a expressão de uma fragilidade imensa: apenas um narcisismo muito doente e frágil aspira à verdade monolítica, única, unanimemente aceite.
Consequentemente, a diferença de opinião, a desobediência e a contrariedade, que obviamente questionam a visão egocêntrica do mundo, redundam em perseguições, podendo estas assumir diferentes formas, como todos sabemos.
Desta feita, porém, Mega antecipou-se, revelando mais astúcia do que o empresário.
Cá entre nós, em abono da verdade, convenhamos que o apelido MEGA assenta que nem uma luva a António Ferreira, também ele cultor de um fascínio especular, bastante afim com o funcionamento narcísico. Contudo, narcísico, por narcísico, antes um educado e com modos, do que um incomensurável boçal, francamente desprezível.
Concordo com muito do que diz, mas acho que falta um detalhe: a colecção é muito boa e foi o Berardo que a fez. Algo que o estado NUNCA conseguiu fazer. Não há em Portugal uma única colecção pública com a importância e relevância artística desta. O comportamento narcísico poderá estar por detrás disto tudo, mas não está afinal por detrás da democracia? (votem em mim porque sou bom e ele é mau?)
ResponderEliminarTal como se passa consigo, não morro de amores pelo personagem, mas acredito que ele prestou um serviço ao país.
Um abraço.
Concordo com cv. Estou desejosa de visitar a exposição, a única em Portugal do calibre de um MoMA ou Tate Gallery. Quero lá saber do narcisismo do senhor!
ResponderEliminarCaros Cv (Who are you?) e Moura,
ResponderEliminarQue a colecção é boa, ninguém duvida! Enaltecê-la é redundante! Neste post, interessou-me discutir a personalidade do senhor Berardo, tão só.
Ainda não pude visitar a colecção, por isso deixo para depois uma palavra sobre a importância da mesma ou a dimensão do "serviço prestado ao país". Só uma achega para dizer que no sítio do CCB não encontrei uma só referência à colecção. Em vez disso tive de procurar no google para chegar a http://www.berardocollection.com/. Em particular a secção The man behind the collection é bastante instrutiva...
ResponderEliminarDL,
ResponderEliminarUm homem singelo, está bem de ver ;-)
Já vi a colecção e não gostei nada, mas talvez isso tenha a ver com o meu gosto pessoal que não considero arte a maior parte daquilo a que se decidiu chamar Arte Contemporânea.
ResponderEliminarRaul