Os meus (espiritualmente falando) conterrâneos francófonos, a propósito de Gruberová, são, à la fois, implacáveis e exímios na avaliação que fazem: capaz do melhor e do pior, sem compromissos possíveis.
Têm toda a razão, concedo!
Desta feita - e porque a excepção confirma a regra -, manda a prudência que advirta o leitor entusiasmado, que por minha sugestão (?) tem embarcado na louvável aventura OS CLÁSSICOS DA ÓPERA 400 ANOS.
É bem verdade, prezado e fiel leitor, que a qualidade da colecção se tem pautado por critérios artísticos de primeira linha. Contudo, no que toca a O Barbeiro de Sevilha - a sair na próxima sexta-feira -, todo o cuidado é pouco... Não fora o incontornável Almaviva de Florez, o artigo seria bem dispensável: Gruberová, no belcanto - à excepção de Lucia -, roça o desastre e Chernov rima com mediania...
Segundo a recensão da arrogante e parcialíssima (mas indispensável!) Diapason, Juanito Diego constitui o único vértice interessante desta interpretação.
Preconceituosamente, embarco nesta apreciação, pois o Rossini de Gruberova é quase assassino.
Se a tudo isto se somar a idade entradota da Senhora Gruberová – cinquentas e muitos -, by that time...
Mas, para que alguns dos mais fervorosos leitores não me apelidem de bota-abaixista, sem hesitar, aconselho Edita Gruberova como Zerbinette, inquestionavelmente a mais perfeita, avant La Dessay!
Posto isto, o risco é inteiramente por sua conta, fiel leitor!
Têm toda a razão, concedo!
Desta feita - e porque a excepção confirma a regra -, manda a prudência que advirta o leitor entusiasmado, que por minha sugestão (?) tem embarcado na louvável aventura OS CLÁSSICOS DA ÓPERA 400 ANOS.
É bem verdade, prezado e fiel leitor, que a qualidade da colecção se tem pautado por critérios artísticos de primeira linha. Contudo, no que toca a O Barbeiro de Sevilha - a sair na próxima sexta-feira -, todo o cuidado é pouco... Não fora o incontornável Almaviva de Florez, o artigo seria bem dispensável: Gruberová, no belcanto - à excepção de Lucia -, roça o desastre e Chernov rima com mediania...
Segundo a recensão da arrogante e parcialíssima (mas indispensável!) Diapason, Juanito Diego constitui o único vértice interessante desta interpretação.
Preconceituosamente, embarco nesta apreciação, pois o Rossini de Gruberova é quase assassino.
Se a tudo isto se somar a idade entradota da Senhora Gruberová – cinquentas e muitos -, by that time...
Mas, para que alguns dos mais fervorosos leitores não me apelidem de bota-abaixista, sem hesitar, aconselho Edita Gruberova como Zerbinette, inquestionavelmente a mais perfeita, avant La Dessay!
Posto isto, o risco é inteiramente por sua conta, fiel leitor!
Chernov é um grande verdiano.É ver o Simon Boccanegra que está em video.
ResponderEliminarA Gruberova já passou os sessenta, pois nasceu em 1945. Nos grandes tempos foi uma grande Zerbinetta, como o João diz, e também em Mozart e em certa medida em Donizetti.
Raul
Registo o seu parecer caro Dissoluto. Pois eu possuo uma única e creio que definitiva gravação. De tal forma que nem sinto vontade de comprar mais nenhuma até que alguém me sugira uma melhor ou equivalente.
ResponderEliminarAlguém se atreve a adivinhar qual é? Olhem que é fácil...
Filipe
P.S.: Confesso que acho pobre, apesar de tudo, a minha discografia no que concerne ao Il Barbiere di Siviglia, mas Rossini não é, infelizmente, uma prioridade para mim neste momento. Posto isto, motivem-me a amar este senhor que, por certo, era muito simpático, para além de um grande compositor e um curioso Chefe de cozinha.
Raul,
ResponderEliminarRelativamente à Gruberova, sublinho Um Certo Donizett - Lucia e pouco mais! Pois no mais pesado, espalha-se! Parece um soprano ligeiro a armar ao dramático - vide a desastrosa Norma, em Dvd, vítima de uma reforma incessantemente interrompida!
Filipe,
ResponderEliminarLet me see.. A Rosina desse calibre, ou é a Callas, ou a Berganza, ou a De Los Angeles! Ainda assim, aposto na grega :-)
Filipe,
ResponderEliminarO João referiu as três grandes Rosinas com a Los Angeles e a Berganza superiores à Callas.
Rossini é genial e no fosso orquestral é o melhor compositor de óperas italiano. Para além do Barbeiro, recomendo-lhe muito outra outra-prima, La Cenerentola. Para o género sério há uma maravilha, a Semiramis.
Raul
Raul
ResponderEliminarE A Italiana? E O Turco?? Não morro de amores pela Sem...
João,
ResponderEliminarÉ um grave problema seu não morrer de amores pela Semiramis. Tanto a Italiana em Argel como o Turco em Itália estão muitos pontos abaixo em relação a Cenerentola.
Raul
SEMIRAMIDE é a melhor opera Italiana do primeiro quartel do Sec. XIX.. Mais ainda, se não estivesse de relações cortadas com o Raúl, esclarecia que o mesmo certamente concorda comigo!
ResponderEliminarJ. Ildefonso.
A La Cenerentola é, indubitavelmente, notável, como dizem ambos.
ResponderEliminarA Semiramide, como o Raul diz habitualmente, so, so!
Caro Dissoluto: acertou na mosca! É, de facto, com a divina grega. Considero a gravação definitiva, não só por ela, mas, sobretudo, pelo Gobbi, cujo Figaro "fala cantando". A prosódia com que canta é o que acho mais espantoso, a sua dicção perfeita (não fosse ele italiano!!!) e a ligeireza que utiliza transformam-no no paradigma de argúcia e subtileza que a personagem é para mim.
ResponderEliminarEle é o Figaro ("um lugar comum", alguns dirão, mas para mim é-o justificadamente).
Filipe
A mim pareçe-me que um dos grandes problemas da Gruberova foi ser dona duma pequena casa discografica! A gravações da Nithingale normalmente "giram" à volta da Gruberova com elencos muito irregulares e maestros completamente subservientes aos caprichos da cantora. É pena porque foi, conforme referido uma brilhante Lucia e ma excelente Stuarda ao lado da Baltsa ainda em grande forma mas já no caso da Ana Bolena e Roberto Devereux as gravações são seriamente comprometidas pelas razões explicadas! Eu não conheço o Barbeiro da Gruberova e sinceramente não me desperta curiosidade nenhuma.... a Gruberova enquanto Rosina deve ser grotesca!
ResponderEliminarJ. Ildefonso.
Quem está de relações cortadas comigo!? E por que razão?
ResponderEliminarRaul
João,
ResponderEliminarTirando a Casta Diva, conhece alguma ária séria de perfeito bel canto superior ao Bel raggio da Semiramide?
Raul
Filipe,
ResponderEliminarA interpretação do Gobbi é total, sem rival. Sesto Bruscantini e Giuseppe Taddei são também grandes Fígaros, mas o Gobbi é ainda melhor. O resto é tudo inferior.
Raul
Raul,
ResponderEliminarTanti altri: Regnava nel silencio, Una Vocce, o final da Anna Bolena, a Mad scene da Lucia... O Caro nome...
João,
ResponderEliminarNão estava a pensar em Donizetti, embora bel-canto, já apresenta uma linguagem de transição. Claro que a Cena da Loucura é À PARTE. O resto fabuloso, mas eu prefiro o Bel raggio. o Caro nome são resquícios de bel canto.
Raul
Caro Dissoluto
ResponderEliminarConcordo consigo quando afirma que este barbeiro não está entre os melhores.
No entanto, considero que a Gruberova está muito mais além de uma Zerbineta ou de uma Lucia.
Assisti a um Roberto Devereux em Munique (2005) que me deixou maravilhado. No final do ano passado a Lucia em Barcelona foi uma experiência inesquecível.
Aproveito para enviar um "link" para uma Rosina com a Gruberova em 83.
http://www.youtube.com/watch?v=HG4Lc114q5Y
Caro Alberto Grilo,
ResponderEliminarAgradeço o link, que não me fez mudar de opinião: buffa e hábil na coloratura, mas com alguma estridência e demasiadas liberdades...
Ora aí está um ponto em que estou inteiramenrte de acordo com o João:
ResponderEliminara Gruberova, de quem nos tempos áureos eu gostava muito, toma muitas liberdades que com os anos se vem agravando.
Raul
Estava de relações cortadas com o Raúl e muito ofendido mas como sou uma "alma grande e generosa" já o perdoei!
ResponderEliminarJ. Ildefonso.
P.S.- E concordo com o Raúl no que respeita à Semiramide obra emblemática de todo o sec. XIX italiano! Até à Aida inclusive ainda consigo escutar ecos da Semiramide....
Eu gosto muito da Alma Grande, KV 578 cantado pela Schwarzkopf no cd da EMI CDC 7 47950 2.
ResponderEliminarRaul