Eis uma boa nova, que teima em chegar...
Stemme, no meu entender, combina melhor com o lírico-dramático wagneriano - Elisabeth, do Tannhäuser, Elsa, de Lohengrin, Senta, para não mencionar os Wesendonck Lieder - do que com o eminentemente dramático do mesmo Wagner - Isolde.
Ainda assim, creio que a sua leitura de As Quatro Últimas Canções, de Richard Strauss, obra maior, frequentemente interpretada por sopranos líricos - Schwarzkopf, Della Casa, Studer, Fleming, Isokoski, and so on - constituirá motivo de interesse.
Ver-se-á...
As quatro últimas canções foram escritas para soprano lirico/ligeiro? Pensava que apesar de frequentemente interpretadas por essa tessitura tinham sido escritas ou pelo menos estreadas pela Flagstad....
ResponderEliminarSeja como for acho prefiro-as cantadas pela Lisa della Casa ou Studer do que pela Flagstad ou a Norman....
J. Ildefonso.
João,
ResponderEliminarVoilà! Inicialmente interpretadas por sopranos líricos, embora criadas por um soprano dramático; that´s it ;-)))
Amigos,
ResponderEliminarA criação teve que ver com a fama dos protagonistas (Furtwangler/Flagstad) e pelo facto de ambos serem amigos/admiradores entre si e também a amizade entre a Flagstad e Richard Strauss. Durante a guerra e quando a Flagstad cantou na Suiça, ficou ou esteve na casa do autor da Elektra. Este facto repetiu-se várias vezes, mesmo depois da guerra.
A estreia em Londres não foi um êxito colossal.
Segundo a Schwarzkopf numa opinião enviada há uns anos para a Gramophone, como a obra tinha sido criada pela Flagstad, cuja voz o Walther Legge comparava ao nascer-do-sol, ela não se atrevia (palavras dela) a cantar aquilo que tinha sido criado pela melhor voz do mundo (também palavras dela). Depois como As Quatro Canções começaram a ser cantadas por um soprano lírico não sei. O mais provável é outro soprano lírico ter começado e a Schwarzkopf ter pensado "se as outras cantam por que eu não?"
Eu tenho uma gravação da Flagstad de Berlim de 2.10.1952, onde falta a primeira canção, e não é o que nós estamos habituados. A voz é demasiado grande para todos aqueles fios melódicos.
DE tudo isto também quero acrescentar que com As Quatro Últimas Canções se encerra em termos de história da música aquilo que nós ouvimos com uma certa periodicidade.
Raul
Strauss criou essas peças pensando na voz de sua mulher, Pauline de Ahna, que foi uma soprano lírico-dramático de fina estirpe, grande intérprete de Eva e Senta, tendo cantado em Bayreuth várias vezes, inclusive.
ResponderEliminarFlagstad foi escolhida para estrear as canções porque foi injustamente acusada de colaboracionismo nazista no pós-guerra. Como Strauss tb penou pelo mesmo problema, achou justo fazer essa homenagem à cantora.
Caro Idomeneu,
ResponderEliminarTem toda a razão: a Flagstad foi acusada injustamente de colaborar com os nazis. Até o passaporte lhe tiraram. A culpa veio de ela se ter juntado ao marido na Noroega ocupada, onde ele era, na verdade um colaboracionista.
Mas há aqui um problema quando diz que o compositor escolheu a cantora para estrear as canções: Quando estas foram estreadas (1950) já Strauss tinha morrido há um ano. Deixou escrito? Eu não sei de nada, embora possa ser falta de informação minha; Li, no entanto, já muito sobre a Flagstad, cantora que eu considero a maior voz do século XX, como é sabido dos principais frequentadores deste blogue.
Raul Andrade Pissarra
Precisou Strauss de 30 anos para chegar ao patamar de Mahler e só com as 4 últimas canções chegou lá.
ResponderEliminarSchwarzkopf é divina...
Caro anónimo,
ResponderEliminarPara mim, Strauss está uns bons furos acima de Mahler!!!
João, isso não. Strauss é um génio. A música dele é fabulosa, genial,... (pobreza de adjectivos), mas Mahler virou uma página na música ao introduzir a agitação da psico humana (João, você, não reconhece isso?). A oquestação mahleriana é superior à de Strauss e só para dar um exemplo: o Adagio da 9ª sinfonia. Na minha opinião apenas estão acima de Mahler os seguintes génios, por ordem:
ResponderEliminar1.Bach / Beethoven
3.Wagner
4.Mozart
5.Brahms
Bach,preparou a música, Beethoven e Wagner viraram páginas, Mozart e Brahms esgotaram formas, o Classicismo e o Romantismo respectivamente. Strauss, que eu venero e adoro e que é para mim o maior compositor do século XX, nem fez uma coisa nem outra.
Raul
Raul,
ResponderEliminarSou muito prosaico... e singelo... Mahler é muito abstracto, salvo alguns ciclos de lieder!