sexta-feira, 19 de maio de 2006

Met, Volpe & o (poder do) Inconsciente

Curiosamente, na gala de homenagem a J. Volpe - até à data o director-geral do Met -, a geração de cantores que mais se afirmou nos anos 1990 (justamente, em plena Era Volpe...) estará praticamente ausente, conforme aqui se noticia.

Na minha análise - que se pretende psi, até às entranhas -, trata-se de uma bela manifestação da ambivalência e do poder incontornável do inconsciente!

Por muito que aprecie determinados aspectos deste tipo de eventos - refiro-me às Galas do Met -, nomeadamente a qualidade dos intérpretes que actuam, reconheço tratar-se de um acontecimento algures entre o possidónio e o social (no pior dos sentidos...).

Regressando ao lapso, pretenderá Volpe melhor e mais eloquente demonstração do apreço que por ele nutre a Metropolitan Opera House, dada a manifesta ausência dos cantores que o dito senhor ajudou a afirmar-se, na gala que pretende homenageá-lo???

À la Freud, diria que, em termos manifestos, a Gala gratifica Volpe, sendo que, ao nível latente, o lapso ilustra o não-apreço por J. Volpe (isto para não ser mais incisivo...)!


O dito lapso é, pois, uma expressiva manifestação do retorno do recalcado: por via deste engano, algo que se pretendia ocultar (leia-se, reprimir), manifesta-se!
Moral da história: o material recalcado encarrega-se sempre de contornar a censura - que originalmente impede a sua franca expressão - e de se fazer notar!

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