Que Circo !!! Essa Inez Salazar eu vi-a aqui no ano passando fazendo uma Mimi bastante aceitável; o primeiro mezzo já vinha cantar a Portugal no tempo da Zampieri e era péssima; o segundo mezzo, também não será uma recém-chegada e é uma razoável Laura de um disco laser da Gioconda com a Eva Marton, cantora que aprecio pouco mas que se safa na récita, e o Placido Domindo. Raul
Oiça a Marton na Elektra (emi Swallalisch) e veja-a, nesse mesmo papel (dvd, co Abbado) e depois diga-me se ela era ou não notável, como soprano dramático!
João, Eu não conheço a Elektra do Swallisch. Quanto ao dvd do Abbado, eu tenho-o. Como presença, é uma Elektra digna intérprete da vingança dos Atridas, mas a voz já acusa muita fadiga: aquela formidável tessitura alta do papel não é atingida em pleno. Mas a grande decepção para mim é a Fassbaender, que "não se ouve", ao passo que a Cheryl Studer é perfeita. O mesmo posso dizer da Mulher sem Sombra dirigida pelo Solti, que eu tenho em disco laser (tanto investimento para agora só conseguir comprar aparelhos em segunda mão !). Nesta gravação a voz da Marton a meu ver continua ácida, não por opção mas por necessidade, o que não fica mal à personagem; a Studer continua perfeita, mas, para mim, a grande intérpreta da noite é a Marjana Lipossek. Tenho também um laser do Lohengrin de uma récita ao vivo no Met, onde para além de um Peter Hofmann bastante aflito, a Rysanek, aos 60 anos, "esmaga" a Marton, que se mostra uma Elsa incaracterística. Na Gioconda que eu referi, pelo contrário, aprecio a sua interpretação. É claro que a Marton dos primeiros tempos, da Turandot da gala de 1983 do Met, é outra coisa, mas aí só conheço essa ária, embora tenha um vibrato na voz que pessoalmente não aprecio. Esta é a minha opinião, diferente da sua, que respeito muitíssimo. Raul
Ó Elektra, Elektra, como te adoro quer em Sófocles, e Eurípedes e na dupla Hoffmannstahl / Strauss. Como é "obrigatório" tenho a Elektra da Nilsson (Decca) com a inultrapassável Resnik. Nem vale falar de tesouros. Já está tudo falado. Mas surpresa das surpresas: eis se- não quando, passando muma apetrechadíssima cedoteca em Taipé (!), especialista em CDs mais raros, encontro a "cerimónia" que me conduz à Grécia Antiga, a Argos, à maldição da casa dos Atridas, e só pelo som. Mas que som ? De um maestro grego, que sente na pele a "sua" tragédia: Dimitri Mitropolous. A Elektra ? A mais paranoica: Inga Borgk. Completam o elenco duas grandes cantoras, que tinham a particularidade de serem mulheres muito bonitas: Liza della Cazza e Jeam madeira. Raul
Pelos vistos, partilhamos um amor comum: La Studer! Venero-a, absolutamente! É magnífica, de um lirismo e pureza inigualáveis! Infelizmente, só a vi numa fase deteriorada da carreira, embora luminosa!
Concordo consigo, quanto à A Mulher sem Sombra e à Elektra. Mas, pessoalmente, a Studer é a Salomé!!!
Raul (II), Não posso estar mais de acordo, no que toca à Marton: era uma besta de cena! Brutal, visceral, óptima para terrenos dramáticos, mas sem souplesse, nem sedução alguma!
Da dita, tenho, também, a ária da Turandot, numa gala do met, que é notável!
Raul, Conheço essa Elektra! É da ORFEO, não? Por acaso tem o dvd da ELEKTRA com a Rysanek? Já falei dele neste blog! è imperativo e monumental!!! Arrepio-me de pensar nesse mítico registo!
João, Tenho, certamente o dvd da Rysanek. Faço minhas as suas palavras. Os extras do dvd são bastante interessantes. Em relação à Elektra do Mitropoulos, ela não é da Orfeo - pode ser que também haja nesta editora, dado que a minha Salomé o é -, mas sim da Opera d´Oro OPD-1190. Comprei outro dia também naquela loja em Taipé (quem diria?) um cd dedicado à Rysanek onde canta as três personagens da Elektra. Que maravilha a sua Klytemnestra ! Raul
Que Circo !!!
ResponderEliminarEssa Inez Salazar eu vi-a aqui no ano passando fazendo uma Mimi bastante aceitável; o primeiro mezzo já vinha cantar a Portugal no tempo da Zampieri e era péssima; o segundo mezzo, também não será uma recém-chegada e é uma razoável Laura de um disco laser da Gioconda com a Eva Marton, cantora que aprecio pouco mas que se safa na récita, e o Placido Domindo.
Raul
Raul,
ResponderEliminarOiça a Marton na Elektra (emi Swallalisch) e veja-a, nesse mesmo papel (dvd, co Abbado) e depois diga-me se ela era ou não notável, como soprano dramático!
João,
ResponderEliminarEu não conheço a Elektra do Swallisch.
Quanto ao dvd do Abbado, eu tenho-o. Como presença, é uma Elektra digna intérprete da vingança dos Atridas, mas a voz já acusa muita fadiga: aquela formidável tessitura alta do papel não é atingida em pleno. Mas a grande decepção para mim é a Fassbaender, que "não se ouve", ao passo que a Cheryl Studer é perfeita.
O mesmo posso dizer da Mulher sem Sombra dirigida pelo Solti, que eu tenho em disco laser (tanto investimento para agora só conseguir comprar aparelhos em segunda mão !). Nesta gravação a voz da Marton a meu ver continua ácida, não por opção mas por necessidade, o que não fica mal à personagem; a Studer continua perfeita, mas, para mim, a grande intérpreta da noite é a Marjana Lipossek.
Tenho também um laser do Lohengrin de uma récita ao vivo no Met, onde para além de um Peter Hofmann bastante aflito, a Rysanek, aos 60 anos, "esmaga" a Marton, que se mostra uma Elsa incaracterística.
Na Gioconda que eu referi, pelo contrário, aprecio a sua interpretação.
É claro que a Marton dos primeiros tempos, da Turandot da gala de 1983 do Met, é outra coisa, mas aí só conheço essa ária, embora tenha um vibrato na voz que pessoalmente não aprecio.
Esta é a minha opinião, diferente da sua, que respeito muitíssimo.
Raul
Ó Elektra, Elektra, como te adoro quer em Sófocles, e Eurípedes e na dupla Hoffmannstahl / Strauss.
ResponderEliminarComo é "obrigatório" tenho a Elektra da Nilsson (Decca) com a inultrapassável Resnik. Nem vale falar de tesouros. Já está tudo falado.
Mas surpresa das surpresas: eis se- não quando, passando muma apetrechadíssima cedoteca em Taipé (!), especialista em CDs mais raros, encontro a "cerimónia" que me conduz à Grécia Antiga, a Argos, à maldição da casa dos Atridas, e só pelo som. Mas que som ? De um maestro grego, que sente na pele a "sua" tragédia:
Dimitri Mitropolous. A Elektra ? A mais paranoica: Inga Borgk. Completam o elenco duas grandes cantoras, que tinham a particularidade de serem mulheres muito bonitas: Liza della Cazza e Jeam madeira.
Raul
Raul,
ResponderEliminarPelos vistos, partilhamos um amor comum: La Studer! Venero-a, absolutamente! É magnífica, de um lirismo e pureza inigualáveis!
Infelizmente, só a vi numa fase deteriorada da carreira, embora luminosa!
Concordo consigo, quanto à A Mulher sem Sombra e à Elektra. Mas, pessoalmente, a Studer é a Salomé!!!
Raul (II),
ResponderEliminarNão posso estar mais de acordo, no que toca à Marton: era uma besta de cena! Brutal, visceral, óptima para terrenos dramáticos, mas sem souplesse, nem sedução alguma!
Da dita, tenho, também, a ária da Turandot, numa gala do met, que é notável!
Essa récita do Met só o dinheiro dos americanos pode juntar tanta gente desse nível. Não há adjectivos.
ResponderEliminarRaul
Raul,
ResponderEliminarAssim é, com efeito! Adoro o novo-riquismo americano!
Neste sentido também eu.
ResponderEliminarRaul
Raul,
ResponderEliminarConheço essa Elektra! É da ORFEO, não?
Por acaso tem o dvd da ELEKTRA com a Rysanek? Já falei dele neste blog! è imperativo e monumental!!! Arrepio-me de pensar nesse mítico registo!
João,
ResponderEliminarTenho, certamente o dvd da Rysanek. Faço minhas as suas palavras. Os extras do dvd são bastante interessantes.
Em relação à Elektra do Mitropoulos, ela não é da Orfeo - pode ser que também haja nesta editora, dado que a minha Salomé o é -, mas sim da Opera d´Oro OPD-1190.
Comprei outro dia também naquela loja em Taipé (quem diria?) um cd dedicado à Rysanek onde canta as três personagens da Elektra. Que maravilha a sua Klytemnestra !
Raul
Raul,
ResponderEliminarEu também tenho esse cd da REysanek, onde encarna as 3 figuras femininas da Elektra!!! No meu caso, é um cd da ORFEO, once again!
A ópera nãO É DO ORFEO , mas o cd da Rysanek é do ORFEO.
ResponderEliminarRaul