sábado, 7 de janeiro de 2006

Divagações de um possidónio

Este blogger, acometido por um surto de superficialidade, consumismo e futilidade, à beira de abandonar os prazeres elaborados - mas etéreos - da música & literatura, rende-se às maravilhas da trivialidade!

Sinto-me agora infinitamente mais feliz!

Já posso dizer, no Golf, que «isto assim é uma imensa maçada, i mainãoseiquê», «os piquenos é um aborrecimento...», «Bóra lá todx pá beira da picina, comer imensa salada e vinho vêde!», «Tá ouvir, Martim? Vá falar àquele tio ali !», «Nazalturas de gandes apêrtos, nózémais "Valha-nos S. Judas-Tadeu!", qué o santinho da nossa devoção, tá a vêr?»...

A bem dizer, o meu filho vai passar a chamar-se Lourenço e os amiguinhos dele serão o Benárdo, o Tomás, o Salvador (um só? Nem pensar! Serão immmmmmensos!); a namorada ê a Caetana (nome mailindo, não há!), prima da Constança e amiga da Madalena...

Passaremos temporadas infindas entre a Praia-das-Maçãs e o Banzããão, lugares míticos, banhados por águas cálidas e tranquilas... longe, bem longe de "pessoas quase iguais a nós, que se cumprimentam com dois beijos e assim, brrrr" (pôbres, leias-se).

O Maria-Bolachas - qual Martinho da Arcada, qual carapuça! -, espaço de eleição para debates em torno de epistemologia (prizemplo), destronará o Botequim e quejandos, pela elevação das tertulias que aí proliferarão...


E quando estivermos fatigados, partiremos todx pasSão Martinho, qué um encanto, sempre banhado de sol, luz e assim!
...

26 comentários:

  1. Este post também está muito bem disposto! Gostei dos dois, venham mais assim :)

    ResponderEliminar
  2. O furor maníaco tomou conta de mim, caríssima Helena... Pergunto-me se este blog não vai cessar de versar sobre música, em favor de outros domínios...
    Um abraço,
    João

    ResponderEliminar
  3. A terrível atracção do supérfluo! De certeza que há todo um volume de Aristóteles alertando-nos contra os seus malefícios. Se fosse hoje, seria preciso toda uma enciclopédia! Mas como és dissoluto...

    ResponderEliminar
  4. DL,

    Pergunto-me se a circunstância de nos alimentarmos, quotidianamente de finas e delicadas iguarias - físicas, metafísicas e espirituais - não nos aguça o desejo por coisas prosaicas, terrenas e possidónias, once in a lifetime...

    Aqui te deixo, meu muito caro, o pensamento do dia...

    ResponderEliminar
  5. Fada,

    Remeto-te para o pensamento do dia, que dirigi ao meu amigo DL.

    Estou absolutamente tomado pelos clichés...

    Aplaudo entusiasticamente o teu regresso a este espaço de loucura, agora bem terrena... ;-)

    Beijos

    ResponderEliminar
  6. Que bom, Fada!

    O que seria de nós se não nos excedessemos, de vez em quando! Viva o prosaico e possidónio universo...

    ResponderEliminar
  7. Porque só assim aprecio algum excessozinho, mas sempre contido.
    Qian Long

    ResponderEliminar
  8. Um dos grandes imperadores da última dinastia chinesa (Qing), aquele que recebeu a primeira embaixada inglesa, tomando-a de um reino vassalo. Vem tudo nessa obra-prima da investigação que é L´Empire Immobile de Alain Peyrefitte. O imperador é uma personagem única. Muito curiosa a sua relação, a partir dos sesenta anos com o seu favorito Heshen.
    Colocar este nome foi um excessozinho, por contraste com os outros comentários.

    ResponderEliminar
  9. Tenho algum Byrn Terfel e é, pensando bem, o melhor barítono, ou talvez baixo barítono, da actualidade, embora não seja incondicional do seu Verdi. Mas o seu Wolfram e, particularmente, o Jokanaan no DVD da Salomé do Covent Garden, são antológicos.
    Qian Long

    ResponderEliminar
  10. Concordo, no que ao meu ilustre BRYN diz respeito! Sugiro-lhe que o veja em Mozart, onde é plenamente Dissoluto!!!

    ResponderEliminar
  11. Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

    ResponderEliminar
  12. Tenho um magnífico DVD de Le Nozze di Figaro dirigido pelo John Eliot Gardiner e os English Baroque Soloists em que Bryn Terfel é o Fígaro. Um interpretação perfeita integrada num conjunto jovem (quem tem de ser jovem), pleno de vida, com economia de meios cénicos, tudo na mais perfeita lógica e harmonia mozartiana. Não conheço o Dissoluto nem o Guglielmo do Terfel. Só árias. Estarei atento e obrigado pela informação.
    Qian Long

    ResponderEliminar
  13. Oh meu caro Qiang...

    Magnífica referência, essas Bodas! Também as tenho, em VHS e DVD, tal não é a minha doença... Como se não bastasse, comecei pela versão audio, a que aludi aqui: http://operaedemaisinteresses.blogspot.com/2005/06/gardiner-e-pera-mozartiana-as-bodas-de.html

    ResponderEliminar
  14. Caro Dissoluto,
    Só lhe queria dizer que Qian Long e Raul são a mesma pessoa, mas não um desdobramento de personalidade.
    Um duplo abraço

    ResponderEliminar
  15. Raul,

    Gosto mais de conhecer o nome real dos meus visitantes!

    Um triplo abraço

    ResponderEliminar
  16. João,

    O meu nome é Raul e vivo actualmente em Macau, depois de ter vivido seis anos em Pequim, daí o nome Qian Long. Venho regularmente a Portugal, como no momento, e estarei na Gulbenkian para ver a Bartoli.
    Uma vénia
    Raul

    ResponderEliminar
  17. Raul,

    E que tal um café, um destes dias? Dado que vem a Lisboa...

    Um abraço

    ResponderEliminar
  18. Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

    ResponderEliminar
  19. João,
    Obrigado por ter tirado o email.
    Nestes últimos dias tenho ouvido todos os dias a Kata Kabanova. Há anos que a tenho mas sou agora veio a paixão que deve continuar por semanas.
    Raul

    ResponderEliminar
  20. Raul,

    Espero que esteja a ouvir a interpretação de Mckerras (DECCA, com a colossal Soderstrom!

    ResponderEliminar
  21. Claro. A Soderstrom é divina, como é na Jenufa e no Caso Makropulos. Tenho as cinco gravações do Mckerras: as ditas, a raposinha matreira e Da casa dos mortos. No fim de semana passado fui a HK e, como nunca vi a Kata Kabanova, comprei um dvd, mas ainda não o visualisei.
    Raul
    P.S.
    Possuir 10 gravações de uma ópera, no seu caso a Salomé, "destrona-me". Eu possuo 9 Don Carlo (incluindo o Don Carlos) e 8 Valquírias, onde duas têm os actos gravados separadamente.

    ResponderEliminar
  22. Raul,

    Na temporada passada assisti a uma From the House of Dead notável, na Bastilha!
    Tenho quase toda a discografia de Janacek dirigida pelo Mckerras, excepto A raposinha e a dita A Casa dos Mortos.

    Acha muito, 10 Salomés??? E se lhe disser que conto com 36 Don Giovanni´s?

    ResponderEliminar
  23. Mio Dio !
    Mas como tem tempo para ouvir tudo isso !?
    Eu, entre cds, dvds e lasers, tenho 235 óperas em 421 versões. Tudo registado em computador, não por gravação mas por intérprete.
    Raul

    ResponderEliminar
  24. Caro Raul,

    Entre ter um cd e ouvi-lo, escutando-o comme il faut, vai uma grande distância! E que tal enviar-me a sua lista de cds para il.dissoluto.punito@gmail.com ? Quid pro quo...

    ResponderEliminar