sexta-feira, 4 de novembro de 2005

Do respeito pelo PATERNO ("Karajan m´a tout appris", diz Gergiev)

A carreira de Herbert von Karajan foi singularíssima.
Não sendo eu devoto (muito menos conhecedor, em profundidade) do trabalho do maestro austríaco, inequivocamente, reconheço a notoriedade do seu curriculum.

Se é verdade que a obra desenvolvida por von Karajan, ao longo da década de 1950, conta com marcos incontornáveis, nomeadamente em matéria de ópera (vide Le Nozze di Figaro, Così Fan Tutte, Die Zauberflöte - todos constantes da colectânea Great Recordings of the Century, EMI - e Tristan und Isolde - ORFEO D´ORO -, por exemplo), a partir de inícios dos anos 1980, a sua desmesurada omnipotência lançou-o numa imensa cruzada, avessa a quaisquer limites! Datam deste período interpretações de gosto duvidoso (Don Giovanni - DG -, parte substancial da obra de Bach, entre outras referências).


Numa época marcada pela apologia do materno - ampla difusão do culto mariano, radicalização do discurso feminista emancipatório (visível na aspiração fálica de algumas mulheres a dirigirem o culto católico, apostólico, romano, por exemplo) -, em detrimento do simbólico (leia-se, paterno), acho notável a reverência de Gergiev diante de Von Karajan, seu mestre! A ler.

5 comentários:

  1. "Aspiração fálica para dirigirem o culto católico (...)"??? Onde o JGA se foi meter! Eu, que já anteriormente me tinha preocupado consigo caso aparecesse para os lados de Estremoz, imagino agora um certo transeunte a passear-se com um sapato de tacão alto espestado na testa!!!

    Saudações,

    HVA

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  2. Espero contar com a sua protecção... Caríssimo! Afinal de contas, o estandarte da liberdade de expressão permanece hasteado!

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  3. Obviamente! Em qualquer dos casos pus-me a ouvir o Requiem de Mozart, numa sublime interpretação de Böhm...

    Longos anos.

    HVA

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  4. Boa, caríssimo! Sem dúvida, a mais mítica interpretação do dito Requiem...

    Mas, ainda que mal pergunte, qual a razão da escolha? Não está a encomendar, prematuramente, a minha alma! Missa de repouso para um Dissoluto?! Ai as feministas...

    Abraços,
    João

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  5. O Requiem do Abbado tem aspectos interessantes - Terfel, Mattila (ufffffffffffffff!)... mas não sei se será lendário...

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