sábado, 24 de setembro de 2005

Preconceitos...

Soube há dias, com espanto e estupefacção, que FIORENZA COSSOTTO - a mais mítica mezzo verdiana do pós-guerra, herdeira de Stignani e Simionato -, com 70 anos de idade, se apresenta hoje, sábado 24 de Setembro de 2005, em Estremoz, numa récita de Il Trovatore, na pele de Azucena.

Não quero acreditar...

Em Portugal - seguramente -, não há maior admirador desta colossal intérprete do que eu.
Venero as grandes encarnações verdianas de Cossotto: Amneris, Eboli, Azucena, Ulrica, etc.

Posto isto, pergunto: o que faz uma intérprete desta estirpe, com a idade que tem, interpretar uma das figuras da ópera com que mais se identifica a sua singular carreira, em Estremoz???

Preconceituosamente, não embarco nesta!

1 comentário:

  1. Caro Senhor

    Saiba que em Estremoz existe uma temporada de ópera e que o Trovador de que fala foi a terceira e última ópera da Temporada. Não sei qual o sei espanto quando a haver espectáculos de ópera em Estremoz. Saiba ainda que foi possível assistir aos ensaios onde a senhora Cossotto, embora com uma voz envelhecida, era a SENHORA COSSOTTO. Infelizmente a sua participação na récita foi cancelada por motivos de saúde, no entanto a senhora veio a palco pedir desculpas e teve uma ovação imensa.
    Realmente não percebo o seu preconceito com Estremoz. Costumo assistir a récitas nas melhores salas da Europa e não me senti nada diminuído por ver a Cossoto em Estremoz, num pequeno teatro de ópera.
    Afinal a Cossotto, que até nem tem muito bom temperamento, sentiu-se muito bem em Estremoz e achou a cidade adorável (palavras da própria).
    Tenho alguns ficheiros que gravei nos ensaios e que terei todo o gosto em lhe enviar (depois de tratados), caso haja interesse da sua parte.

    Cumprimentos

    Alberto Grilo

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