sexta-feira, 4 de março de 2005

Forever Finland - Mattila e Isokoski

Algures no mês passado, coloquei um post consagrado à grande interprete finlandesa.

Permita-se-me um parêntesis...
A propósito de estrelas finlandesas, nos últimos anos, tenho acompanhado a carreira notável de uma compatriota de Karita Mattila, de seu nome Soile Isokoski.
Nos dias que correm, a Finlândia, definitivamente, marca presença no domínio da lírica ! Refiro o sénior Salminen - respeitável e destacado baixo -, além dos mencionados sopranos.

Há cerca de quatro anos, no Théâtre des Champs-Élysées - com meia dúzia de espectadores, pasme-se ! -, assisti à mais terna das interpretações dos Vier Letzte lieder, de R. Strauss !
Para felicidade minha, a editora Ondine adicionou ao seu catálogo a interpretação de Isokoski do célebre ciclo de lied do citado compositor - ONDINE ODE 982-2.

O meu encanto por esta interprete data da récita do Don Giovanni que cantou na Bastilha, se não me engano, em 2000.
A D. Elvira da interprete era de uma elegância invulgar... Fechei os olhos... pareceu-me ouvir uma síntese de Della Casa e de Schwarzkopf ! Não tendo um timbre de beleza comparável ao de nenhum das duas, em matéria de composição interpretativa e, sobretudo, de técnica, as semelhanças eram óbvias.

Abbado - que deve nutrir pelas vozes finlandesas grande admiração (vide Vier Letzte Lieder... com Mattila... live... em Salzburgo, Requiem de Mozart, igualmente gravado ao vivo, em Salzburgo... com Mattila, já para não falar na última integral das sinfonias de Beethoven, onde o nome de Karita Mattila também figura) - propôs a Isokoski, justamente, interpretar o papel de D. Elvira, na gravação que dirigiu d´Il Dissoluto Punito, em 1998.

Em minha opinião, a interpretação do maestro milanês do Don Giovanni - DG 457 601-2 -, do ponto de vista vocal e interpretativo, deixa muito a desejar. Contudo, merecem destaque a Elvira de Isokoski, o Leporello do versátil mozartiano Terfel, além do interessante e elegante Don de Keenlyside.

Pelo que consta, a Pamina de Soile Isokoski é notável, primando pela candura e elegância... Não me pronuncio, pois nunca a vi nesse papel !

Recentemente - já que falamos de Mozart -, a Diapason teceu rasgados elogios a uma gravação de Isokoski de arias de ópera e de concerto do mestre de Salzburgo - ONDINE 1043 - 2.
Infelizmente, encontrar este registo, em Portugal, constitui um desafio à persistência...

(cont.)

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